Luciane Ramos Silva
Artista da dança, antropóloga e curadora independente, doutora em Artes da Cena e mestre em Antropologia pela UNICAMP. Nos últimos dez anos desenvolveu danças e performances, parcerias e projetos na interface entre corpo, cultura e colonialidade. Codirige a revista O Menelick 2º Ato, é gestora de projetos do Acervo África e compõe a Anikaya Dance Theater, companhia sediada em Boston (EUA).
Prumo
Obra criada especialmente para o programa IMS Convida, e faz parte de um fluxo de investigação sobre urbanidade e racialidade. Essa investigação começa em 2017 e tem como provocações as perguntas: O que pode o corpo quando confronta os desafios da cidade e da crescente bifurcação entre humanismo e vida urbana? Como ocupar frestas e transitar nos desequilíbrios sem se perder? Quais fundamentos nos permitem (re)existir diante de desmontes, escombros e ruídos que atravessam carnes e ossos?
Imaginando voos, Luciane cria Brita, lugares vermelhos e invisíveis para existir, obra de 2018 situada nesta discussão sobre gentrificação e descorporificação, e que se desdobrará em parcerias com outras artistas também interessadas no assunto: como Falani Afrika, cineasta afro-estadunidense com a qual Luciane inicia em 2019 uma videodança que cruza a mesma problemática vivida em São Paulo com a realidade da cidade de Washington DC, que também expressa os deslocamentos brutais das populações subalternizadas em razão do avanço do capital neoliberal.
Essas reflexões incrustadas no ato criativo, entre quedas e encantamentos, fazem brotar Prumo.
Publicado em 26/11/20
Projeto realizado a convite da área de Educação e acompanhado por Renata Bittencourt, da equipe do IMS