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O centenário de Madalena

08 de outubro de 2021
À esquerda: Madalena Schwartz com câmera Asahi Pentax, São Paulo, c. 1969. Acervo Pedro Luis Szigeti, Buenos Aires.
À direita: Madalena Schwartz, 1992. Foto de Lamberto Scipione/Acervo IMS

Madalena Schwartz completaria um século de vida neste sábado, dia 9 de outubro de 2021. Despediu-se destas paragens há quase trinta anos, em março de 1993, depois de ter sido Magdolna na Hungria natal e Magdalena na Argentina em que cresceu, casou, teve filhos. No Brasil da maturidade e da velhice, mudou de nome e mudou de vida, quando passou da senhora de sotaque hispânico que atendia na lavanderia familiar da rua Nestor Pestana à fotógrafa inesperada e surpreendente, que se pôs a retratar seu país de adoção. Retratar no sentido estrito e exigente do termo, pois no coração da obra de Madalena está o desejo de surpreender o espírito e o caráter no rosto e na expressão, quer se trate de homens ou de mulheres, de travestis ou de artistas, de crianças ou de velhos, de sumidades ou de miseráveis.

Para celebrar o centenário, o Instituto Moreira Salles organizou uma exposição dedicada uma parte especialmente vibrante e relevante de sua obra: os retratos de travestis e transformistas que Madalena Schwartz realizou no coração dos anos 70. As metamorfoses, com curadoria de Gonzalo Aguilar e Samuel Titan Jr., esteve aberta ao público no IMS Paulista entre fevereiro e setembro deste ano, e agora segue para Buenos Aires, onde se hospedará no Malba de 4 de novembro até março de 2022. Mais que uma itinerância, é uma espécie de retorno. Feliz aniversário, Madalena, feliz cumpleaños!