Arquivos da quarentena – textos e ensaios

Com o início da reabertura dos espaços públicos, principalmente na Europa, as instituições culturais já enfrentam desafios pós-pandemia: precisaram rever os formatos de suas programações, uma vez que a maioria de suas atividades envolve aglomeração de pessoas. (Pollyana Quintella)

As criadoras do domínio www.aarea.co explicam em entrevista como funciona a estrutura de trabalho da plataforma aberta desde 2017 a experimentos artísticos online, detentora hoje de um portfólio de 30 projetos realizados. (Ana Maria Maia)

“Quando vejo suas fotos o peito venta, os pés pisam firmes no chão de terra a fim de recuperar raízes, a alma aquece e a vontade é desaguar e seguir fluindo”, escreve a poeta Rayane Leão sobre as imagens da fotógrafa Naiara Jinknss na última parte da conversa de quarentena entre as duas.

Da peste negra à gripe de 1918, as pandemias do passado mostram por que os grupos marginalizados sempre foram os mais vulneráveis. (Lizzie Wade)

Desde os anos 1990 o termo “politicamente correto” é usado para desqualificar denúncias de valores e privilégios de uma sociedade branca, heteronormativa e capitalista. Moira Weigel explica como a direita se aproveitou dessa caricatura.

Na terceira parte da série atual de Conversas na Quarentena, certa foto de Naiara Jinknss evoca na poeta Ryane Leão um texto de Rupi Kaur: “Tudo chega em duplas. Vida e morte. Sal e açúcar. Dor e prazer. Eu e você”.

Quando voltarmos a vagar pelos museus, os objetos não terão se alterado, mas nós sim, e as vítimas do coronavírus nos acompanharão como fantasmas, diz o crítico de arte Peter Schjeldahl.

O que se pode registrar quando o espaço em volta se restringe às paredes que delimitam o ambiente doméstico? Quais são as possibilidades criativas para se filmar quando o exterior está inacessível? Carolina Amaral de Aguiar escreve sobre o cineasta iraniano Jafar Panahi, condenado a seis anos de prisão e a 20 sem filmar.

Um dos heróis secretos do século 20, o polonês Raphael Lemkin convenceu a ONU a reconhecer o crime de genocídio depois de perder a família na Segunda Guerra. (Michael Ignatieff)

A paranoia é o horizonte estético pandêmico, e nada mais condizente com isso do que um termômetro em forma de arma na entrada de qualquer lugar. (Giselle Beiguelman)

Chega ao fim nesta quarta correspondência por e-mail entre Mauro Restiffe e Carola Saavedra o diálogo em tempos de pandemia entre o fotógrafo e a escritora convidados a participar da série sugerida pela revista ZUM.

As estátuas dos dominadores, que não estão apenas nas praças, já começam a cair nas narrativas descolonizadoras de escritoras negras, por Fernanda Miranda. É a serrote na #IMSquarentena.

A complexa discussão sobre branquitude é formulada com contundência e originalidade pela poeta e ensaísta Claudia Rankine em texto publicado na serrote #33 e agora revisitado na #IMSquarentena.

Assista à quarta parte do diário audiovisual da quarentena do escritor JP Cuenca, encomendado pela equipe da revista ZUM para a #IMSquarentena.

Diante de uma situação sem precedentes, é hora de inverter princípios naturalizados e fazer com que a economia sirva antes à sociedade do que ao capitalismo. (Walter D. Mignolo)

O tumulto que a pandemia de covid-19 provocou na indústria de eventos sinaliza profundas transformações nas formas mais básicas de convívio. O pesquisador Gabriel Menotti escreve sobre as formas de socialização virtual em tempos de pandemia. (Imagem de vídeo do rapper Travis Scott)

Segue o diálogo entre as imagens da fotógrafa Naiara Jinknss com o texto da escritora Ryane, convidadas pela equipe da ZUM para a série Conversas na quarentena.

Neste ensaio publicado na revista serrote em junho de 2019, a escritora americana Toni Morrison mostra como um regime autoritário fomenta o ódio e a violência para se firmar no poder.

Carlos Fausto, professor de Antropologia do Museu Nacional (UFRJ), escreve sobre Ermanno Stradelli, que fez as primeiras fotos de contatos entre brancos e indígenas na amazônia, no final do século XIX. (ZUM na quarentena)

Do Acervo da revista ZUM, uma entrevista com a fotógrafa holandesa Dana Lixenberg sobre os retratos feitos por ela entre 1993 e 2008 da comunidade negra do conjunto habitacional Imperial Courts, em Los Angeles.

“Ao empunhar a cabeça de um porco, manifestante de Minneapolis atualiza o simbolismo do animal como encarnação do inimigo” (Hélio Menezes, em texto para a serrote)

O movimento antifascista, nascido na Europa dos anos 1930, se espalha pelo mundo como resistência a governos de extrema-direita. O historiador Mark Bray revisita as origens do Antifa para iluminar as lutas do presente.

Em entrevista, a artista carioca Alice Miceli fala dos projetos Chernobyl e Campo minado e comenta as relações entre sua nova pesquisa e a atual pandemia.

“A projeção nos mostra um mundo de cabeça para baixo, tal como o caos que estamos vivendo”, diz Bruno Alencastro. Em entrevista, o fotógrafo ensina como transformar a casa em uma câmara obscura, e convida todos a participar.

Com o isolamento social, afirma Brandi T. Summers, a população branca dos EUA experimenta, de forma transitória, a política que o país perpetua em relação aos seus cidadãos negros.

A série Conversas na quarentena tem novas protagonistas: convidadas pela equipe da revista ZUM, a fotógrafa Naiara Jinknss e a escritora Ryane Leão iniciam diálogo entre as imagens de uma com o texto da outra.

De Lisboa, onde moram, o fotógrafo e professor Humberto Brito e a escritora Djaimilia Pereira de Almeida produzem uma crônica literária e visual sobre os dias de quarentena na capital portuguesa, em que “o relógio derrete, acende, ressona” e a rotina é “vista com os binóculos do medo”.

De Monet ao coronavírus, os museus são um alvo histórico de ataques que, lembra a crítica de arte do jornal El País, Bea Espejo, botam em questão sua legitimidade e seu sentido. Saiba mais no site da serrote.

São agora três os episódios do Diário audiovisual de uma quarentena, do escritor JP Cuenca, publicado no site da ZUM, dentro da #IMSquarentena.

“Quando a democracia está sob ataque, um escritor que se cala pode se tornar cúmplice do autoritarismo”, escreveu Milton Hatoum em ensaio publicado na serrote em novembro de 2019. “Agora mesmo, em meio a tanto arbítrio e brutalidade, é possível ouvir esse silêncio.”

Será que as pessoas ainda querem fazer sexo, durante este isolamento compulsório em que a intimidade com o outro pode ser um caminho para a morte? Apesar dos riscos, acho bem provável que sim. (Maria Rita Kehl)

“Foco nos livros, aumento a imagem, é difícil saber, mas parece haver um dicionário”, escreve Carola Saavedra na terceira parte do diálogo de quarentena que mantém com as fotos do isolamento social de Mauro Restiffe.

Além de agradecer aos trabalhadores essenciais, deveríamos reconfigurar nossa sociedade e nossa economia para valorizá-los – não só numa emergência, mas todos os dias, diz o filósofo americano Michael J. Sandel.

Em homenagem ao centenário de nascimento do filósofo Vilém Flusser (1929-1991), republicamos ensaio assinado por ele – A fotografia como objeto pós-industrial – na edição número 7 da revista ZUM.

Em 2017, livreiros independentes de Washington reagiram à posse de Donald Trump distribuindo entre seus clientes livros que refletiam sobre os riscos do totalitarismo, com a frase “Leia e aja” carimbada em cada exemplar. (Heloisa Starling)

Algumas iniciativas de instituições, galerias e artistas no Brasil e no mundo para quem quiser dicas dicas de como ajudar entidades que prestam assistência a vítimas da pandemia da Covid19. A seleção é trabalho da equipe da revista ZUM.

Confira fotos, na sua maioria inéditas, que o jornalista brasileiro Luís Edgar de Andrade fez da guerra do Vietnã e que foram reencontradas por sua família no final do ano passado. Luís Edgar morreu no final de abril, vítima da Covid-19.

Carla Rodrigues sobre violência contra mulheres durante a quarentena: “O isolamento social amplifica não apenas a rotina de abusos e violações mas, sobretudo, o quanto fracassamos miseravelmente na maneira de abordar o problema até aqui”.

Já são dois os episódios do Diário audiovisual de uma quarentena, do escritor JP Cuenca, publicado no site da ZUM, dentro da #IMSquarentena.

Em homenagem a Ruy Fausto, morto aos 85 anos, repostamos o ensaio Radicalismo, de autoria do filósofo, publicado na serrote #15. No texto, de junho de 2013, Fausto dizia ver sinais de “uma esquerda nova” com posturas “radicais, no melhor sentido”.

Acompanhe um segundo diálogo entre as fotos de Mauro Restiffe e o texto de Carola Saavedra na troca de e-mails estabelecida entre eles durante este período de quarentena, a convite do IMS.

Um regime fascista não tem opositores: tem inimigos. E eles se multiplicam na medida em que divergem dos donos do poder – que no mesmo movimento reafirmam também seu círculo de “amigos”, definidos pelo grau de adesão incondicional a seus princípios. Foi assim na Alemanha nazista e, segundo o filósofo Jason Stanley, é assim nos EUA de Donald Trump e nos governos que o seguem.

E de repente… Não! Não foi de repente! Tivemos AVISOS: dos ventos, dos mares, das florestas, dos rios, dos animais e também da espécie humana, via cientistas, psicanalistas, ambientalistas, feministas, músicos, poetas. Tivemos GRITOS: dos indígenas, dos negros, das mulheres, GRITOS da desigualdade que se alargava e aumentava a violência, dia após dia. (Nair Benedicto)

Em homenagem a Saulo Pereira de Mello, vítima da Covid-19 aos 87 anos, republicamos o ensaio Limite: claro enigma, assinado por ele na serrote #18. Saulo foi corresponsável pela restauração do filme de Mário Peixoto e pela edição de roteiros, romances e poemas do cineasta.

O comportamento de alguns famosos em suas contas de Instagram em tempos de pandemia ganha análise da socióloga e jornalista Fabiana Moraes, autora de tese de doutorado sobre a relação entre celebridades e a pobreza.

Professor de filosofia na PUC-Rio, Rodrigo Nunes discute em vídeo o impacto da pandemia de covid-19 na política brasileira. Em entrevista, ele analisa a radicalização do governo Bolsonaro, o posicionamento da imprensa durante a crise e os ativismos possíveis em tempos de quarentena.

Por que, afinal, um povo submete-se a um tirano? A questão, de triste atualidade, é um leitmotiv da História, de seus momentos mais sinistros, e teve em Shakespeare um de seus mais finos formuladores. A hipótese é de Stephen Greenblatt num ensaio publicado na serrote #31, em março de 2019.

Assista ao primeiro episódio da série Diário audiovisual de uma quarentena, do escritor J.P. Cuenca, que tenta capturar algo desse momento em que todos olham o mundo quase exclusivamente por essa janela: a tela do computador.

O fotógrafo francês Vincent Catala, recém-chegado a São Paulo, comenta breves encontros com estranhos nas ruas vazias da cidade: “Pensativos, amigáveis, com pressa, às vezes inquietos, esses paulistanos refletem o espectro infinito das emoções e reações humanas. Uma máscara não muda isso.”