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Roberto Piva


Apresentação

Seu primeiro livro, Paranoia, de 1963, ilustrado com fotos de Wesley Duke Lee, teve repercussão internacional e foi considerado pela revista francesa Action Surréaliste, dirigida por André Breton, o primeiro livro de poesia delirante publicado no Brasil. Fiel à poesia, em 1964 Piva publicou Piazzas e, só depois de 12 anos, Abra os olhos & diga ah, em 1976. Uma espécie de delírio em que personagens se mesclam com fatos reais eclode em Coxas, de 1979, a que se seguiram os 20 poemas com brócoli, de 1981. Dois anos depois, o poeta lançou Quizumba, além de ter participado de obras coletivas como a Antologia dos novíssimos, editada por Massao Ohno em 1961, e 26 poetas hoje, de 1976, em que Heloisa Buarque de Hollanda reuniu toda uma gera ção de talentos ainda não reconhecidos.

Para Roberto Piva, o principal elemento de sua obra era a paixão – não a paixão circunscrita ao lirismo da poesia, mas o sentimento que o guiou em sua trajetória: “Minha poesia só é possível quanto estou apaixonado. […] Prefiro ser um mendigo no reino vivo da poesia do que um príncipe no reino morto do beletrismo & da crítica literária. Nunca levei a sério nada a não ser o instante. Minha pátria é onde não estou”.

Roberto Piva morreu em 3 de julho de 2010.

 

No IMS

O Acervo Roberto Piva chegou ao Instituto Moreira Salles em 2006. É formado de biblioteca de apenas quatro exemplares dos livros: o raro Coxas, de 1979, e 20 poemas com brócoli, de 1981, e 44 periódicos; e de arquivo com aproximadamente: produção intelectual contendo 90 documentos, entre os quais cadernos com informações pessoais, notas de viagem, ideias para poemas e fragmentos de versos ou mesmo poemas integrais, datiloscrito do livro inédito Corações de hotdog, manuscritos avulsos, correspondência com 52 itens, dez documentos pessoais, além de material de divulgação de eventos culturais, 170 recortes de jornais e de revistas com fortuna crítica sobre o autor e sobre literatura gay, geração beat, entre outros assuntos, 13 fotografias e impresso inédito com breve autobiografia de Piva.

O Instituto Moreira Salles publicou a segunda edição de Paranoia, em 2000, e, na terceira, em 2009, acrescentou prefácio de Davi Arrigucci Jr., que observou nos poemas desse livro certa tendência do autor para entregar “ao delírio sistemático a condução do lirismo, fazendo de seu comportamento desregrado também o modo de ser de sua linguagem”. A reedição dessa obra foi acompanhada da exposição Paranoia – A São Paulo de Roberto Piva e Wesley Duke Lee, realizada nas sedes do IMS em Belo Horizonte e em São Paulo, em 2002.


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