Bolsa IMS de Pesquisa
Edição 2025
Gramáticas femininas
Fotografia e imaginação - Lily Sverner
Arte e política - Hilde Weber
O Instituto Moreira Salles, entidade cultural sem fins lucrativos, institui o presente edital, que regulamenta o concurso para a seleção de dois projetos eleitos à BOLSA IMS DE PESQUISA, edição 2025.
A sexta edição da Bolsa mantém seu foco nos estudos de acervos de natureza visual, sob a guarda do IMS, mas amplia a área de atuação da pesquisa, mediante a inclusão de arquivos de natureza gráfica.
1.1. Constitui o objeto do presente edital a seleção de dois projetos para o estudo de coleções conservadas no Instituto Moreira Salles.
1.2. As bolsas têm por objetivos:
a) Contribuir para a capacitação de pesquisadores em cultura visual no Brasil;
b) Fomentar pesquisas que contribuam para promover e disseminar o conhecimento sobre autores, obras, conjuntos, coleções e arquivos sob a guarda do Instituto Moreira Salles;
c) Estimular a realização de estudos críticos sobre o lugar da visualidade na formação de representações históricas, sociais e culturais no Brasil;
d) Encorajar a produção de interpretações diversas sobre a cultura visual, a partir de perspectivas plurais.
2.1. Estão aptas a se inscrever pessoas físicas, brasileiras ou estrangeiras, radicadas no Brasil há, no mínimo, 01 (um) ano, e que preencham uma das seguintes condições:
a) possuam o título de mestre ou superior, com ou sem vínculo acadêmico ou institucional; ou
b) possuam título universitário de graduação e comprovem, ao menos, 3 (três) anos de experiência na realização de projetos de pesquisa em Ciências Humanas ou Sociais, cujos resultados possam ser comprovados, por meio impresso ou eletrônico.
2.2. Não poderão se inscrever as pessoas físicas que sejam funcionáries do Instituto Moreira Salles ou que tenham vínculo de parentesco com funcionáries do Instituto Moreira Salles, nem pesquisadores vencedores nas edições anteriores da BOLSA IMS DE PESQUISA EM FOTOGRAFIA.
3.1. O Instituto Moreira Salles concederá duas bolsas referentes à temática Gramáticas Femininas, uma para cada um dos seguintes eixos: Lily Sverner, fotografia e imaginação e Hilde Weber, arte e política, que se encontram descritos no Anexo I.
3.2. As pessoas candidatas deverão apresentar um único projeto de pesquisa inédito, escolhendo um dos eixos temáticos aqui propostos, assim entendido como um projeto não apresentado publicamente nem resultante de dissertação ou tese para conclusão de curso de graduação ou pós-graduação universitária.
3.3 A fim de auxiliar na elaboração do projeto de pesquisa, os Anexos I, II e III deste edital contêm informações complementares com referências sobre os acervos a serem estudados.
4.1. As inscrições estarão abertas no período de 25 de março a 8 de junho de 2025.
4.2. O processo de inscrição será realizado em duas etapas:
- Preenchimento do formulário de inscrição online, no endereço: https://forms.gle/9Y3KfyNeWsDzZNh57
- Envio do material de inscrição (descrito no item 4.3), exclusivamente por e-mail, até 23h59min do dia 8 de junho de 2025, para o endereço bolsadepesquisa@ims.com.br
4.3. O material de inscrição a que se refere o item anterior compreende os seguintes documentos em formato digital:
- Formulário de inscrição online preenchido;
- Cópia de RG e CPF;
- Para pessoas estrangeiras, documento que comprove residência no Brasil há, no mínimo, 01 (um) ano;
- Cópia do diploma de mestrado, ou, cópia do diploma de graduação e comprovação de pesquisas realizadas que tenham sido publicadas física ou eletronicamente, tais como capa e primeiras páginas de livro ou do artigo, ISBN das publicações, link para plataforma digital em caso de produto audiovisual;
- Currículo resumido, incluindo formação, atividades profissionais, publicações e trabalhos técnicos realizados (arquivo em pdf);
- Cópia do projeto de pesquisa (arquivo em word e pdf) com, no máximo, 10 páginas, especificando:
- Tema da pesquisa;
- Objetivos;
- Pertinência do projeto;
- Fontes e materiais documentais e iconográficos a serem pesquisados nos acervos do Instituto Moreira Salles e em outras instituições;
- Resultados previstos;
- Plano de trabalho (cronograma e etapas).
5.1. O processo seletivo será realizado nas seguintes etapas:
- Habilitação das candidaturas, com o objetivo de verificar o cumprimento das exigências previstas neste edital;
- Avaliação dos projetos, segundo os critérios previstos neste edital, por uma Comissão de Seleção, a ser constituída por três profissionais, indicados pelo Instituto Moreira Salles;
- Avaliação dos currículos;
- Eventuais entrevistas, preferencialmente via Google meet ou outra plataforma de reunião à distância, poderão ser requeridas pela Comissão de Seleção, para fins de esclarecimentos ou desempate.
5.2. A Comissão de Seleção levará em consideração as seguintes diretrizes:
- Qualidade e pertinência do projeto apresentado;
- Qualificação do candidato e sua experiência em projetos de pesquisa correlatos.
5.3. A análise dos projetos e currículos, assim como eventuais entrevistas ocorrerão no período de 9 a 30 de junho de 2025.
5.4. O resultado final com os nomes dos bolsistas selecionados será divulgado no site do Instituto Moreira Salles (www.ims.com.br), em julho de 2025.
5.5. As pesquisas serão iniciadas em agosto de 2025, tendo como pré-requisito a formalização dos documentos referidos no item 6.4 a seguir.
6.1. As Bolsas IMS de Pesquisa – edição 2025 terão duração máxima de 01 (um) ano.
6.2. O valor bruto de cada bolsa será de R$ 36.000 (trinta e seis mil reais).
6.3. O pagamento de cada bolsa será efetuado em 12 (doze) parcelas mensais no valor bruto de R$ 3.000,00 (três mil reais), sobre o qual serão descontados o imposto de renda à alíquota estabelecida pela Receita Federal do Brasil na ocasião do pagamento e eventuais tributos instituídos durante a vigência da bolsa.
6.4. As pessoas cujos projetos de pesquisa tenham sido selecionados deverão entregar ao Instituto Moreira Salles, no prazo de até 7 (sete) dias úteis a contar da data da publicação do resultado, os seguintes documentos:
- Dados bancários (banco, agência e conta corrente);
- Comprovante de residência; e
- Contrato assinado
6.5. Não serão aceitos pedidos de reconsideração do resultado final da seleção.
6.6. O material de inscrição dos projetos de pesquisa não selecionados será inutilizado.
7.1. Os acervos propostos para a pesquisa neste edital encontram-se em processamento. Embora não exista obrigação de realizar as atividades de forma presencial, as pesquisas dessa natureza são bem vindas. Se as pessoas selecionadas não forem residentes na cidade do Rio de Janeiro, para a bolsa sobre o acervo Lily Sverner, ou em São Paulo, para a bolsa sobre Hilde Weber, o Instituto Moreira Salles custeará passagem, estadia e per diem para alimentação e transporte local para um único período de 10 (dez) dias corridos.
7.2. Para acompanhar o desenvolvimento do projeto, serão realizados encontros bimensais, online, entre as pessoas cujos projetos de pesquisa tenham sido selecionados e a coordenação da Bolsa IMS de Pesquisa.
7.3. Cada bolsista deverá entregar três relatórios parciais, um a cada 90 (noventa) dias, a começar pela data de início da pesquisa. O primeiro e o terceiro relatórios deverão ser também apresentados de forma oral para a Comissão de Seleção, via online e em datas a serem previamente combinadas. A continuação das atividades e a vigência da bolsa serão condicionadas à aprovação dos relatórios pela referida Comissão.
7.4. Como conclusão do projeto de pesquisa, cada bolsista deverá apresentar os seguintes resultados finais: (i) relatório final, (ii) artigo de conclusão da pesquisa, e (iii) palestra aberta ao público, sobre os resultados de sua pesquisa, em local a ser definido pelo Instituto Moreira Salles.
7.5. Eventuais mudanças no projeto de pesquisa deverão ser discutidas com a coordenação da Bolsa IMS de Pesquisa.
7.6. O pagamento da última parcela da bolsa está condicionado à entrega do relatório final, aprovado pela Comissão de Seleção, e do artigo referido no item 7.4 acima.
7.7. As pessoas beneficiárias da bolsa licenciarão ao Instituto Moreira Salles o direito de exclusividade para divulgar, reproduzir, publicar, traduzir e/ou utilizar os resultados finais do projeto pelo prazo de um ano, a contar da data de pagamento da última parcela da bolsa.
7.8. Após o prazo referido no item 7.7 acima, o Instituto Moreira Salles terá o direito de exibir, divulgar, reproduzir, publicar, traduzir e/ou utilizar, por qualquer meio ou forma, os resultados finais dos projetos em todo e qualquer evento, atividade e projeto de natureza comercial, institucional e/ou cultural do Instituto Moreira Salles.
7.9. Após o prazo referido no item 7.7 acima, cada bolsista poderá dispor integralmente dos resultados finais do seu projeto, observada a disposição do item 8, a seguir.
Toda e qualquer divulgação dos resultados finais ou parciais do projeto deverá ser sempre acompanhada do seguinte crédito: “Realizado com incentivo da Bolsa IMS de Pesquisa – edição 2025”.
9.1. O ato da inscrição implica a plena aceitação das normas constantes no presente edital.
9.2. Os casos omissos serão apreciados e resolvidos pela Comissão de Seleção, ficando desde logo eleito o Foro Central da Comarca de São Paulo para dirimir eventuais questões relativas a este edital.
9.3. O Instituto Moreira Salles não se responsabiliza pelas licenças e autorizações necessárias à realização do projeto selecionado, sendo estas de total e exclusiva responsabilidade das pessoas autoras do referido projeto .
9.4. A inexecução total ou parcial do projeto contemplado neste edital implicará a adoção de medidas judiciais cabíveis e a devolução, por parte das pessoas selecionadas, dos recursos recebidos, atualizados de acordo com a legislação vigente à época em que se realizar a respectiva quitação.
9.5. A pessoa selecionada será a única e exclusiva responsável pela realização do seu projeto, isentando o Instituto Moreira Salles de qualquer responsabilidade sobre o mesmo.
Apesar da grande presença de mulheres e de sua relevância nas artes visuais no Brasil, desde o início do século XX, a representatividade feminina nas coleções do IMS e nos programas de pesquisa e projetos de difusão de seus acervos ainda é bastante desigual. Com o objetivo de dar maior visibilidade às produções de autoras presentes nos acervos do IMS e, sobretudo, para incentivar a elaboração de visões críticas que, mais do que incluir as mulheres em narrativas historiográficas existentes, busquem elaborar outras perspectivas a partir das singularidades das visadas das diversas autoras, a sexta edição da Bolsa IMS de Pesquisa propõe o estudo de Gramáticas femininas, a partir de dois eixos temáticos: Fotografia e imaginação, sobre o trabalho da fotógrafa Lily Sverner (Antuérpia, 1934-São Paulo, 2016) e Arte e política, sobre a obra da artista visual, mais conhecida por sua obra como ilustradora e chargista, Hilde Weber (Waldau, 1913-São Paulo, 1994), cujos acervos abrangendo quase a totalidade de sua produção, encontram-se no IMS.
A alemã Hilde e a belga Lily construíram sua obra no Brasil. Hilde não era judia e migrou sozinha, aos 19 anos, em busca de seu pai, já residente no país desde os anos 1920. Lily, de família judaica, aos sete anos, acompanhou o exílio de seu grupo familiar, que abrangia além de seus pais e irmã, outros tios e primos, buscando refúgio do nazismo.
Não obstante na formação de suas sensibilidades estejam presentes as raízes culturais das autoras, serão estimulados projetos que busquem tanto indagar a singularidade das gramáticas artísticas que Hilde e Lily produziram, em diálogo com contextos culturais e sociais específicos, assim como interrogar a pertinência de sua produção para nosso presente.
Serão bem vindas ainda propostas de pesquisa que tenham como propósito a construção de interpretações sobre a obra das autoras, levando em conta a representação do feminino, evidente no grande interesse de Lily Sverner em fotografar universos de mulheres, crianças, jovens e idosas, assim como a perspectiva de Hilde Weber sobre o mundo da política e a esfera pública brasileira, e suas figurações do feminino, nesses espaços tradicionalmente considerados “masculinos”.
Dada a amplidão dos acervos, em quantidade e possibilidades de abordagem, é recomendada a delimitação de recortes conceituais e/ou temáticos nas propostas que serão apresentadas.
Minibios
Hilde Weber
Considerada por muitos a primeira mulher chargista na imprensa brasileira, Hilde Weber (Waldau, Alemanha, 1913-São Paulo, 1994) passou sua vida desenhando. À diferença de outras conterrâneas imigrantes na primeira metade do século XX, Hilde não era judia e sua vinda ao Brasil, embora estivesse no contexto da ascensão do nazismo em seu país natal, não foi diretamente provocada por ele.
Hilde cruzou o Atlântico sozinha em busca de seu pai, um piloto condecorado pelo exército alemão, que havia perdido seu lugar na Alemanha derrotada na Primeira Guerra. Foi criada em Hamburgo durante a República de Weimar, num meio cultural de escritores e jornalistas. Trabalhou desde muito cedo em seu país, fazendo ilustrações para jornais e editoras. Ao chegar ao Brasil, em 1933, com apenas 19 anos, foi acolhida de imediato por Assis Chateaubriand, e passou a trabalhar como ilustradora em diversos periódicos do conglomerado Diários Associados, acompanhando jornalistas, como o futuro cronista Rubem Braga, em suas reportagens.
No período de 1936 e 1940, que coincide com os quatro anos de seu primeiro casamento com Enrique Muller-Carioba, pertencente a uma família de industriais de origem alemã, sediada em Americana, no estado de São Paulo, não trabalhou de forma regular. Após sua separação retomou sua vocação de artista visual. Ingressou no círculo paulistano de artistas modernos, participou da equipe de cenógrafos do Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, integrou diversas exposições artísticas, incluindo seis Bienais Internacionais de São Paulo, e mergulhou em seu trabalho de ilustração, publicando em muitos veículos de imprensa.
Ainda na década de 1940 casou-se pela segunda vez com o jornalista Claudio Abramo, com quem teve seu único filho, Cláudio Weber Abramo.
A charge política como atividade cotidiana foi iniciada em 1950, a convite do jornalista e político Carlos Lacerda, que arregimentou Hilde para seu novo jornal Tribuna da Imprensa, para fazer frente, sobretudo, ao time de chargistas que seu antagonista político Samuel Weiner contratava no jornal Ùltima Hora, entre os quais os consagrados Lan e Nássara. Ingressou posteriormente no jornal O Estado de São Paulo, onde permaneceu até o início da década de 1990, quando se aposentou após 40 anos de atividade ininterrupta acompanhando acontecimentos políticos e sociais no Brasil e no mundo.
O arquivo de Hilde Weber no IMS cobre sua atuação na imprensa e nas artes brasileiras desde sua chegada ao país, até seu falecimento. É formado por charges, caricaturas, desenhos de humor (originais e reproduções), estudos de modelo vivo, desenhos abstratos e gravuras. Inclui também fotografias P & B, documentos, periódicos, álbuns de recortes de jornais, livros e CDs.
O arquivo foi doado ao IMS por sua família e chegou em novembro de 2022. Atualmente encontra-se em processamento no IMS Paulista.
Embora o trabalho de Hilde Weber seja considerado como pioneiro na charge política na imprensa brasileira, e admirado por seus pares e seus sucessores, ainda está longe de ter sido analisado em sua especificidade artística, política e cultural. Um índice desse espaço ainda a ser construído sobre seu legado é a escassa bibliografia publicada a seu respeito, sendo Brasil em Charges 1950-1985, editado em vida pela autora, em 1986, o único livro monográfico até hoje dedicado a seu trabalho.
Lily Sverner
Lily Sverner (Bélgica, 1934-São Paulo, 2016) é originária de uma família judia que imigrou para o Brasil em 1941 fugindo do nazismo. Viveu inicialmente no Rio de Janeiro, e fixou residência em São Paulo por ocasião de seu casamento com Isaac Sverner, em 1954.
Por um bom tempo, Lily dedicou-se à família e a acompanhar os negócios e viagens de seu marido, industrial fundador da conhecida CCE, fabricante de equipamentos eletro-eletrônicos. Depois de criar seus quatro filhos, nos anos 1970, como aconteceu com várias mulheres de sua geração, encontrou na fotografia um campo para o desenvolvimento de uma linguagem própria, mas também descobriu nela o gosto por colecionar. Tornou-se fotógrafa e, simultaneamente, colecionadora de fotografia. Essas duas pulsões: a expressão artística e o mecenato, estiveram presentes na vida de Lily desde então.
Após sua separação, manteve o sobrenome Sverner, e casou-se, em 1983, com o professor Isaac Epstein, intelectual estudioso das teorias da comunicação, com o qual construiu o Centro Mandala de Estudos e Bem-estar em Itatiba, interior paulista, local onde reunia, entre outros, intelectuais, monges, fotógrafos, antropólogos e indígenas, para pensar o mundo desde várias perspectivas, além de promover exposições, oficinas e buscar harmonia com o meio ambiente.
Fotografou sua família, suas inúmeras viagens, nacionais e internacionais e, desenvolveu alguns projetos mais longos, que configuraram ensaios fotográficos, alguns divulgados pela própria autora em exposições ou publicações.
Embora em seu arquivo as fotografias mais antigas datem de 1974, boa parte de sua obra foi desenvolvida nos anos 1980, 1990 e 2000. O conjunto mais difundido talvez seja o ensaio Nomes, formado por fotografias realizadas em dois asilos, em São Paulo e em Itatiba, retratando os idosos residentes. As 472 fotografias desta série, tiradas com uma câmera Hasselblad de médio formato, foram doadas pela fotógrafa ao Instituto Moreira Salles, em 2005.
A ideia de registrar a vida em instituições que tradicionalmente evocam a ideia de abandono e solidão também se materializou nas fotografias menos conhecidas que realizou durante vários anos, de 1993 a 1997, no Instituto Cristóvão Colombo - ICC, em Vila Prudente, de meninas e adolescentes.
A temática feminina como questão estruturada parece ter aparecido anteriormente, a partir de 1988, quando passou a fotografar mulheres, muitas delas suas amigas, e que reuniu no ensaio “Mulheres e feitiços”, apresentado em exposição dez anos depois.
Outras séries que também difundiu em suas publicações foram Fábricas, na fábrica de Chapéus Cury, em Campinas e Padarias do Bexiga, nos centenários estabelecimentos no bairro paulistano.
Nas exposições que realizou e nos livros e catálogos que publicou é possível perceber como ela compreendia a dinâmica de seu trabalho. A possibilidade de acessar seu arquivo, fazer cruzamentos entre os diversos conjuntos, mapear a formação de sua linguagem, permitirá possivelmente construir análises, não necessariamente vinculadas à interpretação da artista sobre sua própria obra.
Com o fotógrafo André Boccato, Lily foi sócia da Sver & Boccato, primeira editora de livros de qualidade dedicada à fotografia no Brasil. Criou também o Gabinete da Imagem, uma galeria de fotografia, em São Paulo, onde também apresentava sua coleção particular, que contava, entre outros com obras de fotógrafos e fotógrafas consagrados da cena internacional como Ansel Adams, Edward Steichen, Graziela Iturbide,Marucha, Sophie Molins e Walter Rosenblum. Entre os autores e autoras brasileiros estão Alécio de Andrade, Alice Brill, Araquém Alcântara, Eustáquio Neves e Nair Benedicto.
Além da totalidade de imagens da série Nomes, doada pela fotógrafa, o IMS recebeu em 2019, de seus herdeiros, negativos, contatos, slides e ampliações vintage que cobrem sua produção fotográfica. Atualmente, o arquivo encontra-se no IMS Rio e passa por processamento técnico.
Inscrição: 25 de março a 8 de junho de 2025.
A seleção ocorrerá em junho de 2025 e o resultado será divulgado em julho de 2025.