Libertários e Chapeleiros
Libertários
Com fotografias, recortes de jornais, músicas e filmes do começo do século 20, uma análise da influência do movimento anarquista na formação de uma consciência de classe entre os primeiros operários brasileiros, em São Paulo, e na realização das primeiras greves para reivindicar melhores condições de trabalho.
Chapeleiros
Uma observação atenta e demorada do cotidiano dos trabalhadores de uma fábrica de chapéus: o ritmo das máquinas a todo vapor, a breve pausa para o almoço, o gesto mecânico do trabalhador repetido um sem número de vezes, até o instante da saída dos operários da fábrica.
- Ano: 1976 / 1983
- Duração: 30 min. / 24 min.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 16:9
- Cores: Colorido, Preto e Branco
- Legenda: Sem legenda
- Classificação indicativa: Livre
- País: Brasil
- Informações adicionais / Extras:
Reminiscências de um projeto, de Lauro Escorel [Brasil, 2014 - 29 min.]. Filmando Chapeleiros, de Lauro Escorel [Brasil, 2014 - 7 min.]. Livreto "O mundo dos trabalhadores", com textos de Carlos Augusto Calil e Michael M. Hall, do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas
Sobre os diretores:
Lauro Escorel - Libertários
Libertários é o terceiro filme dirigido por Lauro Escorel (EUA, 1950), na época, metade da década de 1970, já conhecido por seu trabalho como fotógrafo, cujos primeiros longa-metragens foram São Bernardo, de Leon Hirszman (1971), e Toda nudez será castigada, de Arnaldo Jabor (1973). No Chile, em 1973, dirigiu seu primeiro filme curto, Primeiro de Maio. É diretor de, entre outros, Libertários (1976), Arraes de volta (1979) e Sonho sem fim (1985). Como fotógrafo, tem uma carreira extensa, passando por filmes de Zelito Viana, Hector Babenco, Geraldo Sarno, Ana Carolina Soares, Eduardo Escorel e Carla Camurati. Além de assinar a direção de fotografia de seis filmes nos Estados Unidos entre 1992 e 1996.Adrian Cooper - Chapeleiros
Nascido na Inglaterra (Devon, 1945) e radicado no Brasil desde a metade da década de 1970, Adrian Cooper tem um extenso trabalho como diretor de fotografia. No Chile, fotografou documentários de Jose Barberena, Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento. No Brasil, começou a atuar como diretor de fotografia em 1932/1982 - A herança das ideias, de João Batista de Andrade (1982), um ano antes de realizar Chapeleiros. Assinou também a direção de arte em filmes como A marvada carne, de André Klotzel (1985) e Quincas Berro d'Água, de Sergio Machado (2010).
Adrian Cooper
Lauro Escorel
Últimas Conversas
Realizado a partir de entrevistas feitas por Eduardo Coutinho com jovens cursando o terceiro ano do ensino médio em escolas públicas, Últimas conversas busca entender como pensam, sonham e vivem os adolescentes. Os pesquisadores Laura Liuzzi e Geraldo Pereira visitaram 12 escolas e realizaram pré-entrevistas com 97 adolescentes. Desses, 28 foram filmados por Coutinho, dos quais nove entraram no corte final. O diretor (morto em fevereiro de 2014, antes do início da montagem) chegou a ver todo o material filmado e deixou um caderno com anotações feitas a partir das transcrições das entrevistas. Últimas conversas foi editado por Jordana Berg, parceira de Coutinho desde Santo forte (1998), e a versão final é de João Moreira Salles, produtor deste e dos nove filmes anteriores de Coutinho. “Um aspecto importante é a questão da autoria”, lembra Jordana. “Estávamos na frente de um material que havia sido dirigido, gestado, criado, idealizado pelo Coutinho, e agora éramos responsáveis por esse material. O quanto que a gente ia se apropriar desse lugar?” “O que reparei, no material bruto, foi a extraordinária alegria dele em estar ali, cercado das pessoas com quem trabalhava, sempre o mesmo grupo, entrando em contato com pessoas que ele não conhecia” – acrescenta João – “e no fim, quando o personagem saía, já era ele inteiramente investido de paixão, de desejo, de conexão. Acho que ele mesmo não tinha consciência de como, mesmo num filme muito difícil, o fato de estar ali filmando era a conexão com a vida.”
- Ano: 2015
- Duração: 85 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 16:9
- Cor: Colorido
- Legenda: Inglês
- Classificação indicativa: 12 anos
- País: Brasil
- Informações adicionais / Extras:
Making of e cenas não incluídas na montagem final. Livreto "As últimas conversas de Eduardo Coutinho", com texto de Pedro Butcher e uma entrevista com João Moreira Salles e Jordana Berg.
Eduardo Coutinho
Memórias do cárcere
Em março de 1936, o escritor Graciliano Ramos, diretor de Instrução do Estado de Alagoas, foi detido sem processo, sob suspeita de ter participado da Aliança Nacional Libertadora, reunião de diferentes tendências de esquerda em oposição do Governo de Getúlio Vargas. Graciliano deixou no livro Memórias do cárcere um cuidadoso relato da prisão em Maceió, do quartel do exército de Recife, da viagem de navio para a casa de detenção no Rio de Janeiro e daí para a colonia penal da Ilha Grande. Nesse “testemunho generoso, aberto” inspira-se o filme de Nelson Pereira dos Santos para mostrar “o cárcere como uma metáfora da sociedade brasileira”. O filme ganhou o Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cannes, em 1984 e tem no elenco nomes como Carlos Vereza, Glória Pires, Jofre Soares, José Dumont, Nildo Parente, Wilson Grey, Tonico Pereira e Waldir Onofre.
- Ano: 1984
- Duração: 197 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 4:3 letterboxing
- Cor: Colorido
- Legenda: Não possui
- Classificação indicativa: 14 anos
- País: Brasil
- Elenco: Carlos Vereza, Glória Pires, Jofre Soares, José Dumont, Nildo Parente, Wilson Grey, Tonico Pereira, Waldir Onofre.
- Informações adicionais / Extras:
Livreto com o depoimento "Oito notas para entrar e sair do cárcere", de Nelson Pereira dos Santos, e "Três notas para recuperar a memória", uma análise crítica de José Carlos Avellar.
Nelson Pereira dos Santos
Memórias do Subdesenvolvimento
Baseado no livro homonimo de Edmundo Desnoes, o filme conta a história de Sergio que, mesmo após a partida de seus amigos e familiares de Cuba, no início dos anos 1960, decide permanecer no país e acompanhar as transformações ali sofridas depois da queda do governo de Fulgêncio Batista.
Memórias do subdesenvolvimento parte dos pensamentos e experiências da personagem por meio do seu confronto com esta nova estrutura social e política pós-revolucionária. Um homem que não se identifica nem com as aspirações burguesas, nem com as revolucionárias, Sérgio observa com desdém aquilo que o cerca, como àqueles que fazem parte do mesmo estrato social em que cresceu (a classe média cubana). Paralelamente, critica também a ingenuidade daqueles que crêem em uma alteração radical do país neste novo contexto.
Além da estrutura baseada na primeira pessoa e na narração em off, Memórias do subdesenvolvimento se constrói a partir da utilização de imagens de arquivo, notadamente os cinejornais produzidos pelo ICAIC – Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos – instituição produtora também do filme de Alea. Em um trabalho de montagem notável, o filme mescla registros documentais e semi-documentais, que ilustram a narrativa ficcional de Sergio. Ao adotar esta estrutura, Alea acaba por problematizar os fatos históricos e o novo contexto político cubano à altura de sua complexidade – o resultado é uma cronica aguda deste momento seminal na história do século XX.
- Título Original: Memorias del subdesarrollo
- Ano: 1968
- Duração: 97 min. aprox.
- Idioma: Espanhol
- Formato de tela: 4:3
- Cor: Preto e Branco
- Legendas: Inglês, Português
- Classificação indicativa: 14 anos
- País: Cuba
- Elenco: Sergio Corriere, Daisy Granados, Eslinda Nunes, Beatriz Ponchora, Omar Valdés, René de la Cruz
- Informações adicionais / Extras:
Faixa comentada por Walter Salles, Nelson Pereira dos Santos e Eduardo Coutinho. Cine Revista nº 59. Produção de Manuel Barbachano Ponce, realizada em Cuba por Marino Guastella, com direção técnica de Tomás Gutiérrez Alea [9 min. aprox.]. Galeria de fotos. Livreto "Memórias de Memórias", de Tomás Gutiérrez Alea.