Idioma EN
Contraste

Exposição Entre nós: 10 anos da Bolsa ZUM/IMS

Glicéria Tupinambá
(Terra Indígena Tupinambá de Olivença, BA, 1982)

Nós somos pássaros que andam, 2023 (com Mariana Lacerda e Patrícia Cornils)
Audiovisual, 17’45”

Neste vídeo em três canais, a artista, professora e ativista pelos direitos indígenas narra sua missão para recuperar material e culturalmente a tradição dos mantos de seu povo. Filmado na Terra Indígena Tupinambá, no sul da Bahia, o trabalho inscreve as histórias, os cantos e as manufaturas que envolvem a produção dos mantos, cujos poucos exemplares originais estão em museus europeus, acessíveis apenas por fotografias. Foi estudando essas imagens que Célia retomou a produção dos itens sagrados de seu povo, feitos a partir de penas de pássaros recolhidas do chão por ela, por crianças e outras pessoas da comunidade.

As imagens e os escritos sobre os Tupinambá, registrados em livros por não indígenas, servem apenas como um oráculo para a artista, que valoriza a memória oral, os relatos em primeira pessoa e os ensinamentos do “quintal de casa” como uma bússola para apresentar seu território e sua luta. A vivência da comunidade, a comunicação com os pássaros, os sonhos e a linguagem da natureza são a matéria-prima da reconstrução simbólica e material que Glicéria apresenta no vídeo e em sua trajetória artística e política. Como continuação de seu trabalho e luta, a artista agora busca recuperar os próprios mantos dos museus para onde foram levados, reforçando a autonomia Tupinambá de contar sua história e manter o direito a suas tradições.
(Daniele Queiroz) Bolsa ZUM/IMS 2022

 

No filme Nós somos pássaros que andam, a artista e professora Glicéria Tupinambá, também conhecida como Célia Tupinambá, narra sua missão de recuperar materialmente e culturalmente a tradição dos mantos tupinambá. O resgate do manto foi realizado na Terra Indígena Tupinambá, no sul da Bahia, a partir de imagens de museus europeus que hoje guardam os únicos exemplares disponíveis desses mantos sagrados. O filme conta com o apoio da cineasta Mariana Lacerda e da jornalista Patrícia Cornils.