Abertura da exposição Iole de Freitas, anos 1970 / Imagem como presença

A mostra Iole de Freitas, anos 1970/ Imagem como presença explora uma série trabalhos realizados pela artista no período inicial de sua carreira e será inaugurada no dia 6 de maio (sábado), no IMS Paulista. Serão exibidos conjuntos abrangentes de sequências fotográficas, filmes em super-8 e 16mm e reconstituídas três instalações de época. A ocasião contará com uma conversa entre a artista e a curadora da exposição, Sônia Salzstein, professora de História e Teoria da Arte e diretora do Instituto de Estudos Brasileiros da USP e por João Fernandes, diretor artístico do IMS.

Além do debate sobre a experiência de concepção e execução do projeto, serão abordadas diversas questões aventadas pelos trabalhos. A artista viveu em Milão e Nova York, em um momento que fazia parte, sobretudo na Itália, de um ambiente de grande efervescência política e cultural e deixava, no Brasil, um cenário igualmente inquieto e estimulante. Será explorada a radicalidade de tal situação e sua coincidência com as primeiras experiências da arte conceitual e da body art, bem como a presença de artistas mulheres no circuito artístico mais arrojado de então e seu legado para a produção contemporânea.

Interessa examinar como a investigação sobre a plasticidade do corpo no espaço, principal característica dessas obras, ocorre por meio de inventivos usos da linguagem fotográfica e imagem em movimento, em diálogo com as manifestações mais experimentais do período. São obras que constituem a inscrição de um corpo em permanente construção, a testar suas potências físicas e expressivas, e que assinalam um processo criativo coeso e longevo da artista, irradiado ao longo de sua carreira.

Iole de Freitas
Nascida em Belo Horizonte em 1945, mudou-se aos seis anos para o Rio de Janeiro, cidade onde iniciou sua formação em dança contemporânea e em que hoje vive e trabalha. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ e a partir de 1970 viveu por oito anos em Milão, onde em 1973 começou a desenvolver e expor seu trabalho em artes plásticas. Participou de mostras internacionais como a 9ª Bienal de Paris, a 16ª Bienal de São Paulo, a 5ª Bienal do Mercosul e a Documenta 12, em Kassel, Alemanha. Além de comparecerem a individuais e coletivas em várias cidades do mundo, seus trabalhos integram importantes coleções, entre as quais Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Museu de Belas Artes (RJ), Museu do Açude (RJ), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte do Rio, Bronx Museum (EUA); Winnipeg Art Gallery (Canadá) e Daros Foundation (Suíça).

Sônia Salzstein
Crítica de arte e professora de História e Teoria da Arte Moderna e Contemporânea na ECA-USP, é diretora do Instituto de Estudos Brasileiros. Trabalhou durante mais de quinze anos na gestão de instituições culturais públicas no Brasil. Em 1989, implantou no Centro Cultural São Paulo um espaço dedicado a projetos artísticos experimentais e à produção jovem. As inúmeras exposições de que foi curadora, organizando mostras de artistas como Tarsila do Amaral, Mira Schendel, Iberê Camargo, Alfredo Volpi e Antonio Dias, foram acompanhadas pela edição de publicações e pela organização de cursos e workshops voltados à formação de jovens artistas. Publicou estudos sobre arte moderna e contemporânea e textos sobre questões culturais ligadas à globalização e à modernização em contextos periféricos. Coordenou a Coleção Outros Critérios pela editora Cosac Naify, organizando obras como Diálogos com Iberê Camargo (2004), Modernismos, reunindo ensaios de T.J. Clark (2006) e Matisse/Imaginação, erotismo e visão decorativa (2009).

João Fernandes
Diretor artístico do Instituto Moreira Salles.

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