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Contraste

Conversa sobre Stefania Bril

E lançamento de Dupla Proteção, curta-metragem de Jacqueline Bril Ruberto

Bate-papo e exibição de curta

Com Cremilda Medina, Jacqueline Bril Ruberto, Ricardo Mendes e Rosely Nakagawa. Apresentação de Ileana Pradilla

Quando

18 de novembro de 2020, quarta, às 16h

Evento online e gratuito

Transmissão ao vivo pelo YouTube e, com tradução simultânea em Libras, pelo Facebook do IMS. Mais informações abaixo.

Estimulado pelo lançamento recente em Israel do curta-metragem Dupla Proteção, da produtora Jacqueline Bril Ruberto, filha de Stefania Bril (1922-1992), sobre o poder da fotografia como elo entre as três gerações de sua família, o IMS promoverá Conversa sobre Stefania Bril, que terá como eixo principal a atuação plural de Stefania no campo da fotografia no Brasil.

Polonesa, judia e sobrevivente do holocausto, Stefania chegou a São Paulo em 1950, ao lado de seu marido Kazimierz Bril. Formada em química, trabalhou inicialmente em pesquisas bioquímicas, porém, em 1969, aos 47 anos, mudou de rumo para se dedicar integralmente à fotografia.

Bril foi fotógrafa, mas talvez sua maior contribuição nesse campo resida em seu trabalho como crítica militante na grande imprensa (Estadão) e em revistas especializadas (Iris) e como curadora e promotora de espaços institucionais voltados para a fotografia, num momento em que esse território ainda estava em formação.

Ela concebeu e produziu os Encontros de Fotografia em Campos de Jordão, em 1978 e 1979, primeiros eventos do gênero no Brasil, depois ampliados e sistematizados pela Funarte e existentes até hoje, promovidos por outros agentes. Criou ainda a Casa da Fotografia FUJI, em 1990, primeiro espaço institucional totalmente voltado para a difusão e a reflexão sobre a fotografia no país.

A conversa reunirá profissionais com relevante atuação na área da fotografia, que conviveram estreitamente com Stefania, como a jornalista e professora Cremilda Medina, que durante sua passagem como editora de artes do Estadão foi responsável pela inserção de Stefania como crítica de fotografia nesse jornal. Do evento participarão ainda a curadora Rosely Nakagawa, que assumiu a curadoria da Casa FUJI após a saída de Stefania; o pesquisador Ricardo Mendes, criador da base documental FotoPlus e a filha da fotógrafa, Jacqueline Bril, que comentará o seu curta-metragem Dupla Proteção.

O acervo de Stefania Bril chegou ao IMS em 2001 e é composto por toda sua produção fotográfica, intelectual, seus projetos curatoriais e editoriais. Sua biblioteca atualmente integra a Biblioteca de Fotografia do IMS. O conjunto do arquivo oferece um retrato bastante completo do contexto da fotografia brasileira, sobretudo paulista, entre os anos 1970 e início dos anos 1990.

A obra da fotógrafa foi tema da segunda edição da Bolsa IMS de Pesquisa em fotografia em 2019. O projeto vencedor Fechar os olhos para ver. Imagens e pensamento fotográfico de Stefania Bril, da pesquisadora Alessandra Vannucci, estará finalizado em dezembro de 2020.

Tradução simultânea em Libras e legendas automáticas em português.

Stefania Bril e Olney Kruse na feira, 1974. Foto B.Kossoy

A conversa


Sinopse do curta-metragem

Nas palavras da autora, Jacqueline Bril Ruberto, o curta é:
Uma jornada pessoal através das memórias familiares que me leva a descobrir o poder da fotografia em criar um elo entre três gerações: a primeira, de meus pais, que sobreviveram o Holocausto na Polônia e emigraram para o Brasil; a segunda, a minha, nascida no Brasil e que emigrou para Israel, e a terceira, a de meus filhos, que nasceram e cresceram em Israel.

O filme Dupla Proteção focaliza na história de amor entre três gerações da família Bril, cuja trajetória foi determinada pelos catastróficos acontecimentos da história judaica no século XX.

Tomando por ponto de partida arquivos fotográficos da família, fotografias e textos autorais de Stefania Bril que refletem sobre o estatuto da imagem, assim como registros de seus filhos e netos, em Israel e no Brasil, o filme aborda delicadamente as relações entre presente e passado; história e memória; migrações e traumas.

O filme coloca em evidência o poder que têm as imagens em constelar elos entre gerações, que atravessam as décadas e os continentes – da Polônia para o Brasil; de Brasil para Israel; das décadas de 1930 e 1940 ao século XXI.

Dupla Proteção é, em suma, a história de três gerações de uma família que compartilha impressões sobre eventos significativos em suas vidas e tece laços de afeto em tempos conturbados.

Cartaz do filme Dupla Proteção, de Jacqueline Bril Ruberto

Como participar

Quando
18 de novembro de 2020, quarta, às 16h

Evento online
Grátis, não é necessário se inscrever antecipadamente
Transmissão pelo YouTube e Facebook do IMS

O curta-metragem ficou disponível nesta página entre os dias 11 e 26/11/20.


Sobre os participantes

Cremilda Medina
Jornalista, pesquisadora e professora titular sênior da Escola de Comunicações e Artes da USP. Autora de diversos livros nas áreas de comunicação, jornalismo e literatura. Atuou na imprensa e na televisão. Entre 1975 e 1985 foi editora de artes em O Estado de São Paulo, onde abriu espaços de crítica e reflexão sobre cinema, artes plásticas, teatro, música e fotografia. Em 1986 voltou à USP para se dedicar à pesquisa e ao ensino na graduação e pós-graduação em Ciências da Comunicação.

Jacqueline Bril Ruberto
Formada em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela USP. É mestre em Educação Multidisciplinar com especialização em Cinema e Média. De 1993 a 2019 foi Diretora Pedagógica do Centro de Comunicação do Instituto Rutenberg em Haifa e, por mais de 10 anos foi Diretora do Programa de Televisão Arquivo Educacional, patrocinado pelo Ministério da Educação em Israel. Atualmente é produtora de vídeo independente.

Ricardo Mendes
Pesquisador na área de Artes, com ênfase em História da Fotografia. Em 1997 criou o projeto de referência documental FotoPlus, sobre a fotografia no Brasil. Atualmente coordena as interfaces públicas de dados do projeto, pois o arquivo em suporte físico foi doado em 2017 ao IMS. Atuou ainda no Arquivo Histórico de São Paulo, na Supervisão de Pesquisa e Difusão.

Rosely Nakagawa
É curadora independente, formada em Arquitetura com especialização em Museologia ambas pela USP. Ao longo dos últimos 40 anos tem organizado mostras sobre fotografia e artes visuais, em museus e instituições no Brasil e no exterior, e edições de livros sobre alguns dos principais fotógrafos brasileiros e estrangeiros contemporâneos. Em 1979 criou com Thomas Farkas a Galeria FOTOPTICA, primeira dedicada à Fotografia em São Paulo. Convidada por Stefania Bril, coordenou a Casa da Fotografia FUJI de 1992 até 2004 e foi curadora das galerias Fnac de 2004 a 2010.