A cantora e pesquisadora Adriana Moreira homenageia Elizeth Cardoso apresentando todas as faixas de Elizete sobe o morro (1965). O álbum reafirma a relação da artista com o samba em um momento em que Elizeth se destacava como intérprete de sambas-canção e pelo prestígio de seu disco Canção do Amor Demais, marco inaugural da Bossa Nova lançado poucos anos antes. Produzido por Hermínio Bello de Carvalho a partir do repertório do espetáculo Rosa de Ouro, conta com músicas de Zé Keti, Cartola, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Candeia e Paulinho da Viola. Além de celebrar os 60 anos do clássico disco, o show também marca os 105 anos de nascimento da “Divina” — completados em 16 de julho — cujo acervo está sob aguarda do IMS. No palco, ao lado de Adriana, duas outras gerações de cantoras negras participam da homenagem: Luana Bayô e Francineth Germano, afilhada musical da própria Elizeth.
Os shows também contarão com projeções de imagens do acervo do IMS, incluindo retratos da cantora e de alguns músicos e compositores presentes no disco, como Nelson Cavaquinho, Cartola, Candeia, Zé Keti e Paulinho da Viola, além da capa do álbum que dá nome ao evento. Esses materiais integram o arquivo Elizeth Cardoso e a coleção José Ramos Tinhorão, do acervo de música do Instituto Moreira Salles.
O título do espetáculo segue a mesma grafia do disco homônimo, quando a cantora ainda não tinha adotado o nome artístico Elizeth Cardoso, pelo qual é conhecida até hoje.
Evento com interpretação em Libras, de acordo com a necessidade dos participantes.

Adriana Moreira
Intérprete e pesquisadora, a cantora desenvolve um trabalho dedicado às diversas linguagens da música afro-brasileira. Nascida em São Paulo, onde conviveu com lideranças do movimento negro, pelas mãos da mãe frequentou a Escola de Samba Camisa Verde e Branco e as rodas de samba da cidade. Foi também influenciada pela trajetória do avô, Jayme de Aguiar, jornalista, professor e fundador de um dos principais jornais da Imprensa Negra de São Paulo, O Clarim da Alvorada. Possui dois álbuns em carreira solo, Direito de Sambar (2004), que traz composições do baiano Batatinha, e Cordão (2015), pelo qual recebeu o prêmio Catavento da Rádio Cultura na categoria “Melhor Disco de Samba”. Participou do Festival de Música de Marrocos (Visa For Music), representando o Brasil. Neste ano lançará seu terceiro álbum de carreira, intitulado Roda, com canções inéditas.
Francineth Germano
Nascida em Santa Cruz do Inharé, no interior do Rio Grande do Norte, Francineth começou a cantar aos 14 anos. Depois de passar por Natal, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde foi descoberta na boate Bom Gourmet por Elizeth Cardoso, que a levou para cantar na Orquestra do Maestro Moacyr Silva. A amizade que nasceu desse encontro gerou algumas pérolas, como o disco Viva o Samba, lançado dois anos depois de Elizete sobe o morro. Nele, as cantoras formavam um quarteto com Ciro Monteiro e Roberto Silva para interpretar sambas de quadra das maiores escolas do Rio. Durante as décadas de 60 e 70, como integrante do grupo vocal As Gatas, gravou ao lado de nomes como Chico Buarque, Martinho da Vila, Clara Nunes, Alcione, João Nogueira, Beth Carvalho e Luiz Gonzaga, entre outros. Em 2019, Francineth lançou um novo disco de carreira ao lado dos Batuqueiros e sua Gente, com participação especial de Zeca Pagodinho.
Luana Bayô
Expoente da cena musical de São Paulo, a cantora, compositora e pesquisadora tem um trabalho marcado pela exaltação da cultura negra em diáspora, sobretudo os ritmos advindos de influências banto congo, como samba, jongo, batuque de umbigada e vissungos. Possui três discos gravados: uma releitura do álbum Quarto De Despejo, de Carolina Maria de Jesus (2020), Tambú (2022) e Abebé, seu mais recente trabalho, lançado em 2024 no projeto Prata da Casa, do Sesc Pompéia. Também integrou o coletivo Massembas de Ialodês de valorização das mulheres negras na cultura do Samba, participando de uma série de ações como uma homenagem a Leci Brandão e à pesquisadora Helena Theodoro.
Felipe Gianei
É baixista, multi instrumentista, compositor e arranjador. Formado na EMESP Tom Jobim, foi nas aulas com Sizão Machado que despertou seu interesse por uma visão mais abrangente da música, assim começou a estudar piano e percussão, resultando em uma forma de tocar contrabaixo que vai além do instrumento, explorando suas possibilidades rítmicas e harmônicas. Sendo um músico eclético e um amante da pesquisa, dedicou sua carreira à pesquisa tanto da improvisação e da linguagem do jazz americano, quanto dos ritmos tradicionais e populares brasileiros.
Pedro Moreira
É trombonista e percussionista paulistano. Com 27 anos, ele está entre os primeiros músicos da nova geração a ter uma carreira de soprista e ritmista dentro da música popular brasileira. Aos 7 anos, ingressou na Universidade Livre de Música (ULM) como percussionista, aos 16, como trombonista na atual EMESP “Tom Jobim”; onde foi bolsista de grupos como, Orquestra Jovem Tom Jobim e Big Band Emesp – a qual participou de um intercâmbio para Juilliard School em Nova York no ano de 2017 - e aos 21 ingressou na faculdade Souza Lima & Berklee como bacharel em trombone popular. Já acompanhou artistas do mais alto calibre como, Zeca Pagodinho, Emicida, Liniker, Nelson Sargento, Mano Brown, Wilson Moreira, Eduardo Gudin, Guinga, Mônica Salmaso, Ted Nash, Tony Gordon, Rael, Drika Barbosa, Rappin Hood, entre outros.
Raphael Moreira
É paulistano, estudou percussão popular e licenciatura musical. Iniciou sua formação musical aos 7 anos ao lado de seus pais, entre os shows da Orquestra Paulista de Samba, rodas de samba do projeto “Mutirão do Samba” e na escola de samba Camisa Verde e Branco, onde foi ritmista e diretor de bateria.
Xeina Barros
Natural de Piracicaba, filha de um mestre de capoeira angola, ainda criança, já integrava o grupo de tambu "Batuque de Umbigada", tradicional manifestação cultural do interior de São Paulo. Logo passou a tocar pandeiro nas principais rodas de choro do interior e, aos 19 anos, entrou no Conservatório de Música de Tatuí. Xeina hoje é considerada uma referência na percussão. Ela alia o embasamento ancestral do tambu, da capoeira e do samba, ao apuro técnico do choro e à potência expressiva da música pop, como o hip-hop. Toda essa pluralidade se traduz na lista de artistas com os quais Xeina já trabalhou: Cristovão Bastos, Pedro Amorim, Ronaldo do Bandolim, Nailor Proveta, Déo Rian, Toninho Ferragutti, Toninho Carrasqueira, Alessandro Penezzi, Monarco, Nelson Sargento, Sharon Jones, Drik Barbosa, Kiko Dinucci, Luedji Luna, Linn da Quebrada, Jup do Bairro, entre outros. Atualmente faz parte dos grupos Água de Vintém, Núcleo de Samba Cupinzeiro e Batuqueiros e sua Gente, com o qual foi vencedora do Prêmio Profissionais da Música 2019, e também integra a banda dos artistas Danilo Brito, Douglas Germano,Fabiana Cozza e As Bahias e a Cozinha Mineira.
Emerson Bernardes
É um cavaquinista e compositor brasileiro. Sua musicalidade engloba o choro, o forró e o samba. Atualmente é integrante do grupo de samba Pegada de Gorila e do grupo de choro Quarteto Pizindim. Participa da roda de samba mensal "Samba na Coxia", criada pela atriz Denise Fraga. Como instrumentista, já acompanhou diversos artistas da música popular brasileira, como Fabiana Cozza, Nei Lopes, Dona Ivone Lara, Diogo Nogueira, Xangô da Mangueira, Sombrinha, Luiz Carlos da Vila, Mauro Diniz, Mestre Monarco, Velha Guarda da escola de samba Camisa Verde e Branco, Velha Guarda da escola de samba Nenê da Vila Matilde.
1 - Vou Partir (Nelson Cavaquinho / Jair do Cavaquinho)
2 - Malvadeza Durão (Zé Keti)
3 - Folhas no Ar (Élton Medeiros / Hermínio Bello de Carvalho)
4 - Pecadora (Jair do Cavaquinho / Joãozinho da Pecadora)
5 - Rosa de Ouro (Élton Medeiros / Paulinho da Viola / Hermínio Bello de Carvalho)
6 - A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho / Alcides Caminha / Guilherme de Brito)
7 - Minhas Madrugadas (Paulinho da Viola / Candeia)
8 - Água do Rio (só resta saudade) (Noel Rosa de Oliveira / Anescarzinho do Salgueiro)
9 - Sim (Cartola / Osvaldo Martins)
10 - Meu Viver (Élton Medeiros / Jair do Cavaquinho / Kleber Santos)
11 - Ele Deixou (Nelson Sargento / Jair do Cavaquinho)
12 - Luz Negra (Nelson Cavaquinho / Amâncio Cardoso)
13 - Barracão de Zinco (Luiz Antonio e Oldemar Magalhães)
14 - Cuidado Vovó (Nilton Campolino e Tio Hélio)
Adriana Moreira - voz e direção artística
Pedro Moreira - trombone e direção musical
Felipe Gianei - baixo e direção musical
Xeina Barros - percussão e voz
Raphael Moreira - percussão e voz
Emerson Bernardes - cavaco
Cantoras convidadas: Francineth Germano e Luana Bayô
Quando
15 e 16/7/2025, terça e quarta, 20h
Onde
IMS Paulista
Cinema - 3º andar
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
Entrada gratuita
Lugares limitados.
Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento. Limite de 1 senha por pessoa.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).