O Paço Imperial, no Rio, promove um debate sobre a mostra Iole de Freitas, anos 1970/ Imagem como presença, em cartaz até 24 de março na instituição. Além da própria artista, a conversa terá a presença da curadora da exposição, Sônia Salzstein, do crítico de arte Paulo Venancio Filho e do poeta Eucanaã Ferraz. A mediação será de João Fernandes, diretor artístico do Instituto Moreira Salles (IMS).

A exposição é organizada pelo IMS, que a exibiu em sua sede de São Paulo em 2023. A seleção reúne fotos e filmes produzidos por Iole na década de 1970, quando a artista viveu em Milão, Londres e Nova York. São 16 sequências fotográficas, 9 filmes e 3 instalações, a maior parte pouco conhecida ou até mesmo inédita para o público brasileiro.

As obras exibidas foram produzidas em um ambiente de efervescência política e cultural; especialmente em Milão, onde artistas mulheres ganhavam inédita proeminência no circuito de arte. Iole, que ficaria conhecida posteriormente sobretudo por sua produção escultórica, vinha de uma experiência de 18 anos com dança contemporânea e, na cidade italiana, começava a se lançar a performances silenciosas, sem audiência, nas quais se fotografava ou se filmava, muitas vezes lidando com a dispersão de sua própria imagem em fragmentos de espelhos.

Ao reunir a produção de Iole da década de 1970, a exposição evidencia a potência dessas obras que, vistas sob a luz dos debates contemporâneos, continuam suscitando novas questões e perspectivas. Ao visitar a exposição, o público pode conhecer um período central na trajetória da artista, no qual ela começa a explorar temas como o movimento e a transparência, que viriam marcar toda a sua obra posterior.