
A oficina propõe um encontro sensível entre arte, memória e gesto coletivo por meio da técnica do light painting — uma forma de escrita com luz em longa exposição, onde o movimento se transforma em imagem, e o instante se converte em rastro.
Inspirada na exposição "Dignidade e Luta: Laudelina de Campos Mello", a atividade convida os participantes a refletirem sobre como os corpos, assim como a luz, atravessam o tempo deixando marcas — traços de existência, de luta e de transformação. Ao moverem lanternas, bastões de LED e celulares em um espaço escurecido, cada pessoa criará imagens que funcionam como testemunhos visuais: rastros simbólicos que se inscrevem no tempo e afirmam a presença de histórias muitas vezes silenciadas.
A oficina é, assim, um convite a dar forma àquilo que não se vê, a iluminar o invisível e a reconhecer a memória como um território em movimento. Em cada gesto de luz, há um gesto político: um corpo que se inscreve, que reivindica visibilidade, que prolonga um legado. Revisitar a história de Laudelina de Campos Mello é também imaginar outras formas de contar, lembrar e resistir — transformando a luz em linguagem e o movimento em escrita.
Objetivo geral
Oferecer uma experiência sensível, colaborativa e poética que, por meio da linguagem artística do light painting, possibilite a reflexão sobre memória, visibilidade, dignidade e presença a partir da vida e luta de Laudelina de Campos Mello. A oficina pretende estimular a criação de imagens como formas de escrita no tempo — rastros luminosos que revelam, preservam e projetam legados de resistência e transformação.
Objetivos específicos
1. Apresentar a técnica do light painting como forma de expressão visual e poética, acessível a diferentes públicos.
2. Conectar a criação artística à história de Laudelina de Campos Mello, articulando memória e luta com a linguagem contemporânea.
3. Estimular a reflexão crítica e sensível sobre visibilidade e apagamento social, a partir da metáfora da luz no escuro.
4. Valorizar o gesto corporal como linguagem artística, possibilitando que os participantes expressem ideias e sentimentos por meio do movimento.
5. Promover a criação de imagens coletivas como forma de escrita compartilhada e resistência simbólica.
6. Gerar espaço de troca, escuta e partilha, a partir da visualização e conversa sobre as imagens criadas na oficina.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Eixos Conceituais
- Light painting como gesto e memória: técnica fotográfica que registra a luz em movimento, revelando gestos invisíveis
- Laudelina como condutora de luz: sua trajetória abre caminhos e ilumina outras vidas
- Invisibilidade e visibilidade: assim como o rastro de luz revela o gesto no escuro, a luta de Laudelina visibilizou histórias historicamente apagadas
- Corpo em ação: no light painting, é o corpo que cria. Gesto é linguagem. Assim como a luta é corpo em movimento
Perguntas Norteadoras para Reflexão
- Que rastros a luta de uma pessoa pode deixar em outras vidas?
- Qual rastro você gostaria de deixar no mundo?
- Como podemos tornar visível, com luz, aquilo que é frequentemente apagado ou esquecido?
- Que tipo de gesto pode deixar uma marca luminosa na história?
- Que gestos dizem “estou aqui”? Que luzes podemos usar para dizê-los?
- O que o gesto de Laudelina nos ensina sobre persistência e criação de caminhos?
Estrutura da Oficina
1. Boas-vindas e Contextualização (20 min)
- Breve fala sobre Laudelina de Campos Mello e a exposição Dignidade e Luta
- Apresentação do conceito de light painting com exemplos visuais
- Leitura compartilhada ou projetada do texto de base da oficina (sobre luz, gesto, memória)
- Lançamento das perguntas para reflexão
Conexão simbólica: A penumbra do espaço representa o apagamento social. A luz será nossa linguagem de presença.
2. Experimentação Técnica (20 min)
- Apresentação do funcionamento básico: câmera/celular com longa exposição, uso de lanternas, bastões, tecidos
- Testes simples de movimento no espaço escuro para entender como o gesto vira imagem
- Experimentação livre da luz como extensão do corpo
3. Criação Coletiva: Rastros de Luta (50 min)
- Proposta: criar imagens que expressam ideias como resistência, cuidado, presença, organização, legado
- Os participantes podem: escrever palavras com luz, criar formas abstratas com o corpo e trabalhar com símbolos
- Duplas ou trios se revezam: quem conduz a luz, quem registra, quem observa
- Espaço escuro se torna o lugar da narrativa
4. Exibição das Imagens e Conversa Final (30 min)
- Projeção ou visualização coletiva das imagens produzidas
- Conversa aberta sobre os sentidos construídos nas imagens
- Leitura das imagens como arquivos sensíveis, rastros da ação, marcas da presença
Materiais Necessários
- Câmeras ou celulares com app de longa exposição (Slow Shutter, Light Painting Câmera, etc.)
- Tripés ou apoios
- Lanternas, bastões de LED, pisca-piscas, tecidos translúcidos
- Espaço escurecido (sala, galpão, etc.)
- Computador e projetor (opcional, para exibir imagens e referências)
Possíveis extensões da oficina
- Registro em vídeo dos bastidores como material de memória da oficina
Quando
26/7/2025, sábado, 10h
Onde
IMS Poços
Rua Teresópolis, 90
Poços de Caldas/MG
Entrada gratuita
Lugares limitados (20 vagas)
Faixa etária: jovens e adultos (a partir de 16 anos)
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais), de acordo com a necessidade dos participantes
As informações completas sobre datas e horários de abertura e fechamento de inscrições estão no formulário abaixo.
A Área de Educação do IMS formula e realiza programas para as suas três unidades: Rio de Janeiro, Poços de Caldas e São Paulo, alinhando ações para promover a fruição de exposições diversas, incluindo as mostras dos acervos do IMS. Os programas são dirigidos aos mais variados públicos, de diferentes perfis e faixas etárias, visando a sensibilização, o estímulo à experiência artística e estética, o incentivo ao pensamento crítico e reflexivo sobre arte, cultura e memória, em especial sobre a imagem fotográfica. São atividades frequentes as visitas mediadas, os ateliês de férias, os projetos continuados em parceria com escolas, e com associações e lideranças comunitárias, encontros com professores, formação interna, atividades para famílias e ações de acessibilidade.
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