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Canção ao longe

Direção

Clarissa Campolina

Informações

Brasil
2022. 76min. 14 anos

Formato de exibição

DCP

Vinda de uma família tradicional de Belo Horizonte, Jimena é uma jovem arquiteta, responsável pelo desenho técnico da nova sede da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Seu pai deixou o Brasil quando ela tinha só 4 anos, e, após um longo afastamento, eles voltam a se comunicar através de cartas. Filha de uma mãe branca e um pai negro, Jimena busca sua identidade enquanto lida com a inadequação de morar com uma família branca e se identificar com um homem negro que não vê há tempos.

Em entrevista ao blog Colab, da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas, a diretora Clarissa Campolina reflete: “Eu acho que todos os meus trabalhos têm uma transformação, algo em transformação, em movimento, às vezes mais ligados a esse cinema diário, cinema ensaísta e, às vezes, ligado ao cinema da paisagem, mas cada um com características particulares. De alguma forma, os filmes buscam sempre um lugar para se estar e um jeito de se transformar.”

“Lá no Girimunho [2011, codirigido com Helvécio Marins Jr.], a Bastú começa em luto, e é o acompanhar da transformação dela, dessa passagem. No Canção, é a busca de uma jovem mulher que procura o lugar dela no mundo. Começou motivado pela questão da família, o que é a família. Eu estava grávida na época em que comecei a escrever, e fiquei me questionando: eu sou hétero, tenho meu companheiro, a gente está junto até hoje, já estávamos juntos há um tempo, e eu engravidei. Aí eu falei: ‘Cara, eu estou nesse modelo porque é um modelo ou por que eu quero?’. Na época, estava tendo aquelas enquetes no Senado sobre o que é família, é composto por um homem e uma mulher? Pode ser composto por duas mulheres? Tinham várias perguntas, e eu tinha certeza que família não é só isso que eu estava construindo, existiam outras possibilidades. Eu tenho uma amiga que os pais são separados, e ela se relaciona com o pai por cartas, ele mora em um país da América Latina, e eles não tinham se visto desde quando ele deixou o Brasil, quando ela tinha 7 anos. Aí, a partir desse desejo que eu tinha da história dessa minha amiga, eu comecei a desenvolver um argumento e um desejo de olhar um pouco para essas estruturas. Eu acho que o filme fala um pouco de raça, de classe, de gênero, a partir de um drama familiar.”

Entrevista de Clarissa Campolina ao blog Colab (na íntegra) ►
Os tais caquinhos - por José Geraldo Couto ►

Cena de Canção ao longe, de Clarissa Campolina

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