Emerson, um jovem da periferia, quer fazer um filme sobre a sua história na Ilha, lugar de onde os nativos nunca conseguem sair. Para isso, ele sequestra Henrique, um premiado cineasta. Juntos, os dois reencenam a própria vida, com algumas licenças poéticas.
Se, em seu primeiro longa-metragem, Rosa e Nicácio se concentram em experiências majoritariamente femininas de trauma e dos seus esforços de superação a partir do encontro e do coletivo, no filme seguinte, Ilha, esse processo será vivido sobretudo pelos personagens masculinos. Ao decidir filmar a própria vida, Emerson precisa reviver e repensar uma série de imagens de violência. Em entrevista à revista Cinética, que dedicou um dossiê à obra da produtora Rosza Filmes, Glenda Nicácio fala sobre essa articulação da violência no filme: “A bruteza existe, sem dúvidas, ela é o chão do filme. E quando digo isso, vale ressaltar que, ainda assim, Ilha é um filme que também tem céu, que articula sutilezas e cuidado, coexistindo numa mesma mise en scène. É assim que enredamos a bruteza que o filme traz, porque ela, por si só, ela só por doer, não nos interessa. Nesse sentido, não é nem de brutalidade que eu tô falando, é de bruteza – porque é isso que eu enxergo nos planos e no regime que fomos criando –, e a vejo presente principalmente na forma. Acho que a violência está no modo que escolhemos filmar; no grão da imagem, no movimento abrupto, no desconforto do imprevisível. De todo modo, sim, existem cenas em que a encenação fica ali no jogo com a bruteza, e acho que é um limite bem fino, é um risco mesmo entre a bruteza e a brutalidade, mas é uma carga que é dividida entre a criação de linguagem e a encenação. E tudo muito conversado, com processos muito compartilhados, para a construção dos personagens e para a construção da imagem e do som. Essas questões nos são muito caras, e nos (per)seguem até a sala da montagem. Temos grande preocupação com as imagens que evocam a violência. A tentativa é não ignorar, posto que ela também é linha da trama da ficção e do real, e ela nos afeta cotidianamente. É dela que queremos, ou precisamos, também, falar. Todos os nossos filmes passam por esse lugar, de alguma forma. E o limite só encontramos olhando para cada filme. São jogos e construções muito específicas, e a nossa dosagem depende do limite de cada filme, o que cada personagem aguenta”.
Entrevista dos diretores Ary Rosa e Glenda Nicácio à revista Cinética (na íntegra).
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IMS Paulista
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