Idioma EN
Contraste

Ilha

Direção

Ary Rosa, Glenda Nicácio

Informações

Brasil
2018. 98min. 16 anos

Formato de exibição

DCP
Áudio em português

Emerson, um jovem da periferia, quer fazer um filme sobre a sua história na Ilha, lugar de onde os nativos nunca conseguem sair. Para isso, ele sequestra Henrique, um premiado cineasta. Juntos, os dois reencenam a própria vida, com algumas licenças poéticas.

Se, em seu primeiro longa-metragem, Rosa e Nicácio se concentram em experiências majoritariamente femininas de trauma e dos seus esforços de superação a partir do encontro e do coletivo, no filme seguinte, Ilha, esse processo será vivido sobretudo pelos personagens masculinos. Ao decidir filmar a própria vida, Emerson precisa reviver e repensar uma série de imagens de violência. Em entrevista à revista Cinética, que dedicou um dossiê à obra da produtora Rosza Filmes, Glenda Nicácio fala sobre essa articulação da violência no filme: “A bruteza existe, sem dúvidas, ela é o chão do filme. E quando digo isso, vale ressaltar que, ainda assim, Ilha é um filme que também tem céu, que articula sutilezas e cuidado, coexistindo numa mesma mise en scène. É assim que enredamos a bruteza que o filme traz, porque ela, por si só, ela só por doer, não nos interessa. Nesse sentido, não é nem de brutalidade que eu tô falando, é de bruteza – porque é isso que eu enxergo nos planos e no regime que fomos criando –, e a vejo presente principalmente na forma. Acho que a violência está no modo que escolhemos filmar; no grão da imagem, no movimento abrupto, no desconforto do imprevisível. De todo modo, sim, existem cenas em que a encenação fica ali no jogo com a bruteza, e acho que é um limite bem fino, é um risco mesmo entre a bruteza e a brutalidade, mas é uma carga que é dividida entre a criação de linguagem e a encenação. E tudo muito conversado, com processos muito compartilhados, para a construção dos personagens e para a construção da imagem e do som. Essas questões nos são muito caras, e nos (per)seguem até a sala da montagem. Temos grande preocupação com as imagens que evocam a violência. A tentativa é não ignorar, posto que ela também é linha da trama da ficção e do real, e ela nos afeta cotidianamente. É dela que queremos, ou precisamos, também, falar. Todos os nossos filmes passam por esse lugar, de alguma forma. E o limite só encontramos olhando para cada filme. São jogos e construções muito específicas, e a nossa dosagem depende do limite de cada filme, o que cada personagem aguenta”.

Entrevista dos diretores Ary Rosa e Glenda Nicácio à revista Cinética (na íntegra).

 

Contém recursos de acessibilidade: em Libras, legendas descritivas e audiodescrição. Para retirar o equipamento com recursos, consulte a bilheteria do IMS Paulista. Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone (11) 2842-9120 ou pelo e-mail imspaulista@ims.com.br

Cena de Ilha, de Ary Rosa e Glenda Nicácio

Programação


Ingressos