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O brutalista

The Brutalist

Direção

Brady Cobert

Informações

EUA, Hungria, Reino Unido
2024. 215min. 18 anos

Formato de exibição

DCP

Em fuga da Europa do pós-Segunda Guerra, o arquiteto visionário László Tóth chega à América para reconstruir sua vida, seu trabalho e o casamento com sua esposa Erzsébet, depois da separação forçada durante a guerra por mudanças de fronteiras e regimes. Sozinho em um novo país estranho, László se estabelece na Pensilvânia, onde o rico e proeminente industrial Harrison Lee Van Buren reconhece seu talento para a construção. Mas poder e legado têm um custo muito alto.

Escrito por Brady Corbet junto a sua parceira criativa e esposa Mona Fastvold, O brutalista levou sete anos para ser desenvolvido, financiado e produzido de forma independente pela dupla. O filme foi vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza de 2024 e das categorias Melhor Filme de Drama, Melhor Ator em Drama, para Adrien Brody, e Melhor Direção no Globo de Ouro deste ano. Filmado em Vistavision 70 mm, as mais de 3h de filme resultam em centenas de quilos de película 70 mm, dividida em 26 rolos, o que Corbet define como “por si só um objeto brutalista”. Em entrevista ao portal The Hollywood Reporter, Corbet fala sobre suas motivações e os desafios em filmar arquitetura:

“O filme trata de como a experiência artística e a experiência do imigrante caminham em sintonia, ou seja, em geral, se alguém se muda para uma cidade suburbana nos Estados Unidos e não se parece com todo mundo – por causa da cor da pele ou por causa de suas crenças ou tradições – todo mundo quer que essa pessoa vá embora. Com o brutalismo na década de 1950, quando as pessoas estavam erguendo esses monumentos, muitas pessoas queriam que eles fossem demolidos imediatamente. Agora, há uma coisa muito interessante que vem acontecendo e não sei se as pessoas estão acompanhando. Tenho pesquisado essa área na última década, portanto, tenho prestado muita atenção. Donald Trump tem a missão de demolir todos os prédios burocráticos brutalistas de Washington – e acho que ele continuará a fazer isso se for eleito para um segundo mandato [entrevista concedida em 9 de setembro de 2024, antes das eleições]. Enquanto era o presidente em exercício, ele criou uma turnê que era uma celebração de toda a arquitetura neoclássica em Washington D.C. Ele regularmente fazia uma tagarelice sobre como queria que todos “os prédios feios, horríveis e modernos” fossem demolidos [referência ao projeto Make Federal Buildings Beautiful Again, de Donald Trump, a favor da implementação de arquitetura neoclássica]”.

“[...] Portanto, para mim, a arquitetura brutalista é representativa de algo que as pessoas não entendem e que querem que seja demolido e arrancado. E acho que isso é realmente fascinante. Todo esse movimento surgiu da Bauhaus – Marcel Breuer, Paul Rudolph ou Louis Kahn, embora os edifícios de Louis sejam de um estilo muito diferente –, o trabalho deles estava lutando contra o que o mundo inteiro havia passado na primeira metade do século. Portanto, o filme trata de como a psicologia do pós-guerra moldou a arquitetura do pós-guerra. Até mesmo muitos dos materiais usados para construir esses edifícios – muitos deles foram desenvolvidos para o período de guerra. Esses edifícios não existiriam se não fosse o trauma pelo qual grande parte do mundo passou”.

“Acho que aprendi muito cedo que não podíamos filmar a arquitetura. Tínhamos que representar a arquitetura. Fizemos isso com a trilha sonora. Fizemos isso com o formato do filme. Com o VistaVision, o campo de visão é tal que você pode ficar bem na esquina de um prédio de seis andares e, com uma lente normal de 50 milímetros – que é a lente com a qual normalmente se filma um rosto humano –, é possível ver do topo do prédio até a base. Então, tivemos a ideia de que, para o brutalismo, nunca deveria haver nada ornamental na trilha sonora. Ela deveria ser tanto minimalista quanto maximalista. Mas também tinha que representar o movimento de alguma forma. E foi criada predominantemente com instrumentação do período. Estávamos falando sobre todas as coisas normais de que se fala quando se pensa em Nova York e Filadélfia na década de 1950 – muito jazz, o movimento Beat, o Nordeste etc. De alguma forma, esperávamos que o efeito cumulativo de todas essas decisões resultasse em algo que parecesse um filme brutalista. Acho que em todo o filme, como você disse, provavelmente são mostrados apenas quatro minutos de concreto”.

 

Contém recursos de acessibilidade: em Libras, legendas descritivas e audiodescrição. Para retirar o equipamento com recursos, consulte a bilheteria do IMS Paulista. Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone (11) 2842-9120 ou pelo e-mail imspaulista@ims.com.br

 

Blog do cinema:
Em busca da luz- por José Geraldo Couto ►

Cena de O brutalista, de Brady Cobert

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