Discreta e tímida, a jovem japonesa Yoko viaja até o Uzbequistão com sua equipe de TV para filmar um novo episódio do programa de variedades que apresenta.
A mais recente obra de Kiyoshi Kurosawa teve sua estreia mundial no último 17 de agosto, como filme de encerramento do Festival de Locarno. Julian Ross, programador do festival, escreve que o diretor “é conhecido por seus filmes de horror em que um universo familiar é virado de cabeça para baixo. Aqui, acontece o contrário. Quanto mais a repórter televisiva Yoko se perde nas ruas desconhecidas do Uzbequistão, mais se conecta com elas. Embora Kurosawa mantenha o punho firme na linguagem cinematográfica para maximizar o suspense, ele pode estar apontando para uma nova direção, exemplificada pelo título japonês: [na tradução literal] ‘O fim de uma jornada, o começo de um mundo’.”
A ideia de um novo caminho encontra eco em uma declaração do diretor em entrevista recente ao Estado de S. Paulo. Ao comentar o filme, Kurosawa disse: “Entender o sentido do verbo ‘perder’ é uma curiosidade que me move, assim como entender que inquietudes eu encontro diante do que existe de mais uniforme e de mais recorrente na sociedade japonesa. O contraste entre as paisagens em um país pequeno como o Japão não são fortes: transformação é uma palavra um tanto rara por aqui. Estou preparando agora um filme que tem, de novo, a questão da andança. Dada a questão da permanência que é tão cara à minha nação, eu preciso ter cautela na hora de retratar a maneira como as pessoas se transformam nos ritos de todo dia ou em situações de surpresa. Trabalhar na cartilha de gênero, com o suspense ou a sci-fi, trouxe pra mim a certeza de que a elegância é o caminho para se desnudar uma alma. Saber ser elegante exige de um artista uma predisposição à mudança. Ainda que o mundo não se altere, em seus valores, em seu balanço, um artista precisa saber mudar para retratar o que existe em sua volta, sobretudo no cinema, que já nasceu mítico. Em suas primeiras horas de vida, os Lumière, que o inventarem, produziram obras-primas. Brincar com um aparelho que fabrica imagens míticas me deu a certeza de que a inspiração para contar histórias é minha própria mudança, meu amadurecer.”
A citação de Julian Ross foi extraída do site do Festival de Locarno, e a entrevista de Kurosawa pode ser lida no site do jornal Estado de S. Paulo.
Os ingressos para as sessões de cinema do IMS são vendidos nas bilheterias dos centros culturais e no site ingresso.com.
As bilheterias vendem ingressos apenas para as sessões do dia. No site, as vendas são semanais: a cada quinta-feira são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
IMS Paulista
Terça a quinta: R$20 (inteira) e R$10 (meia). Sexta a domingo e feriados: R$26 (inteira) e R$13 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 10h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
IMS Rio
Terça a quinta: R$ 22 (inteira) e R$ 11 (meia); Sexta a domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.
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