Nascidos nos anos 1980 em Chicago, os poetry slams, batalhas performáticas de poesia falada, se espalharam pelo mundo, atraindo pessoas de todas as idades, profissões e classes sociais no exercício da livre expressão e da autorrepresentação. A primeira noite do gênero no Brasil, ZAP! Zona Autônoma da Palavra, foi inaugurada em 2008 por meio da atriz-MC e poeta Roberta Estrela D’Alva e seu grupo de teatro hip-hop, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.

“Acredito que o slam tenha tanta adesão porque vem com o viés dessas vozes que querem e precisam ser ouvidas; é um jeito de falar de política e outras questões atuais de maneira poética”, comenta Estrela D’Alva, que junto a Tatiana Lohmann assina a direção e o roteiro do longa. A poeta conduz o filme, investigando as origens e a disseminação do slam, passando tanto pela cena brasileira quanto por Chicago, Nova York e a Copa do Mundo de Slam, em Paris. “A gente está acreditando no levante como uma palavra importante para o momento que estamos vivendo. Já se falou muito em revolução, mas, depois dela, vem sempre um novo poder estabelecido. O levante é como uma zona autônoma circular, que não se estabelece. Não dá tempo de ninguém se apropriar.”

O longa foi vencedor do Prêmio Especial do Júri e do prêmio de Melhor Documentário no 19º Festival do Rio, em 2017, e do prêmio de Melhor Filme Nacional no FIM CINE (Festival Internacional de Mulheres no Cinema), em 2018.

Leia a íntegra do depoimento de Roberta Estrela D’Alva para o site do Itaú Cultural