Theodorico Bezerra é um latifundiário e político do Rio Grande do Norte. Eleito deputado estadual em 1978, ele comanda seus funcionários sob um rígido contrato de comportamento e exploração econômica. Cada um deles tem escrito na parede de casa as regras impostas pelo patrão, que proíbem, por exemplo, consumir bebidas alcoólicas e fazer compras no mercado concorrente da fazenda.

Eduardo Coutinho fez parte da equipe do Globo Repórter entre 1976 e 1984, como redator e pesquisador, além de editar alguns programas, dentre os quais Theodorico, o imperador do sertão. Nas palavras do crítico Carlos Alberto Mattos, no livro Eduardo Coutinho – O homem que caiu na real, o programa ilustra "a compreensão do diretor quanto ao teor de performance envolvido nesse tipo de documentário. Theodorico é ator de si mesmo enquanto se deixa 'televisionar' (como diz). Exibe seus dotes de ator político, brinca de jornalista, posa com pretenso garbo no comando de seu império. Aquele é o teatro da sua vida, e essa matéria tornar-se-ia essencial para o cinema de Eduardo Coutinho."