O centro da cidade de São Paulo é, para Chico Albuquerque, um campo privilegiado de interação criativa com o espaço urbano. Sua fascinação pela verticalidade das construções e pela circulação intensa de transeuntes e automóveis nas calçadas e ruas que recortam a região o leva a realizar uma documentação que mistura abordagens visuais variadas, por meio de fotografias de rua, tomadas de pontos de vista elevados e também cenas noturnas, que revelam a dinâmica da cidade tanto durante o dia quanto à noite.
A pulsação permanente da capital paulista a transforma em espaço de experimentação para o desenvolvimento de um caráter mais autoral em sua obra. Aliando trabalhos comissionados de publicidade para empresas situadas no centro urbano – como Mappin – a trabalhos pessoais, o fotógrafo registra as interações e interconexões entre pedestres, veículos, interiores e exteriores, elementos de fachada, sinais, letreiros e anúncios publicitários nos transportes públicos, que, estruturando-se em um grande mosaico, ressaltam a vitalidade econômica e social de São Paulo nos anos 1940 e 1950.
Das diversas realizações de Chico Albuquerque na área de fotografia industrial, destacam-se, por exemplo, as documentações realizadas para a fábrica Pirelli em 1948 e para a Indústria Klabin do Paraná de Celulose, em 1952. Neste trabalho, o fotógrafo desenvolve aspectos formais de linguagem que refletem preocupações estéticas marcadas por um forte viés documental, característica que permeia também diversos outros trabalhos comissionados que realiza nas áreas de fotografia de indústria, de arquitetura e de documentação urbana.