O espaço de construção e reflexão crítica de linguagem autoral de Chico Albuquerque realiza-se, particularmente, na sua participação nas atividades do Foto Cine Clube Bandeirante, sobretudo entre 1947 e 1955.
No mesmo ano em que ingressa no FCCB, é promovido à categoria Sênior de associado e assume funções de direção, atuando decisivamente nos Salões Internacionais de Fotografia de São Paulo e contribuindo também para a inserção da fotografia no circuito dos museus e da Bienal Internacional de São Paulo, o que se concretiza com a Sala de Fotografia organizada pelo FCCB na II Bienal, em dezembro de 1953.
Sua convivência com a nova geração de fotógrafos modernos reunidos, naquele momento, em torno do FCCB, como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas e German Lorca, leva-o a realizar experimentações formais e de linguagem. O trabalho de Chico Albuquerque mostra como a sobreposição e a sinergia entre trabalhos comissionados e pulsão autoral criam imagens potentes no cenário da fotografia moderna brasileira. Temas como a indústria, a metrópole e a arquitetura, plenamente representativos do período, dominavam o cenário paulistano daquele momento. No caso de Chico Albuquerque, esses temas evidenciam o fascínio que a dinâmica social, econômica e cultural exerce sobre as várias vertentes de seu trabalho.