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ZUM 19

A publicação traz a produção de Rosana Paulino, Natureza brazileira, que investiga como a ciência e a arte ajudaram a ocultar a história escravocrata do país. O trabalho acompanha o texto de Renata Felinto que escreve sobre a artista.

As marcas da violência colonial também são abordadas em artigo da educadora Naine Terena. A autora delineia quatro fases da arte indígena do Brasil, enfatizando a importância do momento atual, no qual os indígenas produzem sua própria representação, de forma ativista. O texto é acompanhado por trabalhos de expoentes da produção atual, como Denilson Baniwa, Gê Viana e Patricia Pará Yxapy.

Esta edição traz também a série Inquéritos, da artista mexicana Teresa Margolles. Na obra, Margolles fotografa cartazes de mulheres desaparecidas espalhados pelas ruas de Ciudad Juárez do final da década de 1990 até o presente. As imagens, denúncia da violência de gênero que assola o país, são acompanhadas por um conto inédito do romancista mexicano Mario Bellatin, escrito em plena pandemia.

A representação feminina é abordada pela artista americana Carmen Winant no livro Notas sobre a alegria fundamental. A ZUM #19 publica um ensaio do livro, no qual Winant analisa os arquivos fotográficos de comunidades alternativas fundadas por mulheres nas décadas de 1970 e 1980 nos EUA.

O corpo como forma de liberdade também é tema da obra do fotógrafo chinês Ren Hang. O artista alcançou fama internacional com seus retratos de pessoas nuas em posições absurdas. A pesquisadora Chen Shuxia contextualiza a trajetória breve e meteórica de Hang, falecido em 2017.

Assim como Hang, a artista cubana Ana Mendieta morreu prematuramente, aos 37 anos. Sua obra é tema do artigo da escritora Andréa Del Fuego em que ela comenta séries de Mendieta, como Impressões de vidro no corpo Transplantes de pelo facial, ambas de 1972. Em seus trabalhos, a artista questiona a sexualização e erotização do corpo feminino, além de tratar de outros temas, como exílio, a morte e a relação com a terra.

A ZUM #19 publica também uma análise sobre o filme Preto é rei, da cantora Beyoncé, assinada pelos pesquisadores Kênia Freitas e José Messias.

Outro tema quente do debate contemporâneo – o controle na era digital e das redes sociais – é discutido pelo historiador Julian Stallabrass no ensaio “Vigilância e espionagem”. O texto é acompanhado por imagens da obra Chegando, do artista Richard Mosse.

A nova edição traz ainda dois ensaios de Man Ray – “Fotografia não é arte” (1943) e “A fotografia pode ser arte” (1981). Outra obra clássica, A câmara clara (1980), de Roland Barthes, é analisada em artigo do crítico Ronaldo Entler, que discorre sobre a história e o impacto do livro. O texto é intercalado por um ensaio visual do artista Davi de Jesus do Nascimento.

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Organização: Thyago Nogueira
Projeto gráfico: Elisa von Randow
Texto: Mario Bellatin, Chen Shuxia, Naine Terena, Renata Felinto, Nathalia Lavigne, Ronaldo Entler, Davi de Jesus do Nascimento, Kênia Freitas, José Messias, Julian Stallabrass, Andréa Del Fuego, Man Ray
Fotógrafo: Teresa Margolles, Ren Hang, Ascuri, Denilson Baniwa, Edgar Kanaykõ, Emerson Uýra, Moara Brasil, Olinda Yawar Tupinambá, Patricia Pará Yxapy, Sueli Maxakali, Rosana Paulino, Carmen Winant, Beyoncé Knowles-Cartes, Richard Mosse, Ana Mendieta, Gê Viana, Jaider Esbell, Sallisa Rosa

Páginas: 184
Formato: 21 x 25 cm
Idioma: Português
Coleção: ZUM
Lançamento: Dezembro / 2020