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Contraste

Sessão INDETERMINAÇÕES

IMPROVISAÇÕES SÔNICAS, IMAGINAÇÃO FUGAZ

Cena de Memória de Goitacá, de Eloísa de Mattos e Paulo Sérgio Pestana

Se biografar, documentar, categorizar e classificar as formas de expressão de personalidades e coletividades culturais negras marcam o cinema brasileiro de todos os tempos, como a música preta poderia apresentar uma torção – ou uma quebra – a um conglomerado de imagens e sons que está grafado em nosso imaginário e que acaba por fazer emergir proposições e contraposições acerca da ideia de cinema negro? A sessão busca desafiar as formas convencionais de apreensão e significação em torno do filme e das imagens pretas, estabelecendo contato e fricção com as multiplicidades sônicas das criações e formas de ver/ouvir/sentir o mundo a partir das experiências e radicalidades pretas. Filmes que evocam coletividades, fontes de desejo e pulsão de vida, a despeito do país, do fim, da raça.


Filmes


Mandacura + Memória Goitacá + Alafin Oyó + Canto II + Copacabana + Nada haver

Classificação indicativa da sessão: 14 anos

 

Mandacura
biarritzzz | Brasil | 2016, 10', DCP (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

Como precisamos dos nossos deuses? O que eles estão tentando nos dizer? O fim está próximo. O começo também. Um pedaço de uma era, de uma história, de uma única história? Nós. E uma mão que rege o mundo.

 

Memória Goitacá
Eloísa de Mattos e Paulo Sérgio Pestana | Brasil | 1976, 19’, DCP (CTAv/SAV/ Ministério da Cultura) | Classificação indicativa: 14 anos

No litoral de Atafona, localizado no estado do Rio de Janeiro, o trabalho rural mistura-se e transforma-se em folguedos, brincadeiras e expressividades culturais. Por sua vez, o passado colonial é confrontado pelo canto e pela dança daquelas que sobrevivem à exploração dessa terra.

 

Alafin Oyó
TV Viva | Brasil | 1989, 7’, DCP (Cinemateca Pernambucana Jota Soares/Centro de Cultura Luiz Freire) | Classificação indicativa: 14 anos

Cultura, dança e religião se entrelaçam nessa reportagem que registra o Alafin Oyó, um dos mais importantes blocos afrocarnavalescos de Pernambuco, nas ruas e praias de Olinda.

 

Canto II
Juçara Marçal e Cadu Tenório | Brasil | 2015, 5’, DCP (Alternetmusic) | Classificação indicativa: 14 anos

Faixa sonora de Anganga (QTV Selo), disco que apresenta reinterpretações contemporâneas de vissungos (cantos de trabalho) recolhidos por Aires da Mata Machado Filho na década de 1920, em São João da Chapada, município de Diamantina (MG), além de cantos do congado mineiro.

 

Copacabana
Flávio Frederico | Brasil | 1999, 13’, DCP (CTAv) | Classificação indicativa: 14 anos

Um ensaio visual do último dia do ano na praia mais famosa do mundo: Copacabana. Mar, pessoas, desejos, expectativas de futuro, rituais e o samba.

 

Nada haver
Juliano Gomes | Brasil | 2022, 11’, DCP (Acervo do diretor) | Classificação indicativa: 14 anos

Ensaio doméstico com fotografias de um rolezinho encontrado ao acaso. Um pré-filme de arquivo tentando (re)animar o que é mundano e perene.


Programação

IMS PAULISTA

15/5/2025, quinta
19h - Mandacura + Memória Goitacá + Alafin Oyó + Canto II + Copacabana + Nada haver
Sessão seguida de debate com Salloma Salomão, Lorenna Rocha e Gabriel Araújo

24/5/2025, sábado
16h30 - Mandacura + Memória Goitacá + Alafin Oyó + Canto II + Copacabana + Nada haver

 


Ingressos

IMS Paulista

Entrada gratuita. Sujeita à lotação da sala.
Distribuição de senhas 60 minutos antes da exibição. Limite de 1 senha por pessoa.


Participantes

Lorenna Rocha
Historiadora, crítica e programadora de mostras e festivais de cinema. Cofundadora da INDETERMINAÇÕES e mestranda na Pós-Graduação em Comunicação da UFPE, é também editora-chefe da revista câmarescura. Atuou como crítica no blog Sessão Aberta e na revista Cinética. Integrou a equipe de diferentes festivais, como Janela Internacional de Cinema do Recife e FestCurtasBH. Em 2023 participou do programa Talent Press no 73º Festival Internacional de Cinema de Berlim e, no ano seguinte, foi uma das pesquisadoras do RAW/Arché, residência artística do Doclisboa (Portugal) e Festival Márgenes (Espanha). Desde 2024, compõe a equipe de programação de curtas-metragens da Mostra de Cinema de Tiradentes.

Gabriel Araújo
Formado em Comunicação Social pela UFMG, jornalista da Folha de S.Paulo e programador e crítico de cinema. Cofundador da INDETERMINAÇÕES, também é um dos fundadores, coordenador-geral e curador do Cineclube Mocambo. Integrou equipes de curadoria de mostras e festivais, como o FestCurtasBH e a LONA – Mostra Cinema e Territórios, entre outros. É coautor do livro Vidas inteiras: histórias dos 10 anos da Lei de Cotas (2023), semifinalista do Prêmio Jabuti 2024, e um dos editores da Revista Zanza vol. 1: a cidade no cinema, a arte na cidade.

Salloma Salomão
Multiartista, pesquisador e educador com produção voltada para temáticas educacionais, históricas e culturais afro-brasileiras e da afrodiáspora. Desde 1988 participa de programas de televisão e rádio e, nas últimas décadas, de atividades para educação à distância, entretenimento e podcasts. Nos seus mais recentes trabalhos, constam entrevista no programa Mano a Mano (2022), o documentário Dentro da minha pele (2020), de Val Gomes e Toni Venturi, e Noite e dia – Lima Barreto, obra & vida (2023), filme híbrido de Rodrigo Grota. Nos anos 1990, produziu documentários em parceria com a ABVP sobre movimentos sociais e escolarização de adultos nas periferias da grande São Paulo. Na década de 2000 fez registros fílmicos analógicos e digitais com pesquisas etnográficas sobre práticas culturais negras na região sul de Minas Gerais, especialmente congados e moçambiques, nas cidades às beiras da serra da Canastra, às margens da represa de Furnas e do rio Grande.