Albert Frisch (1840-1918), nascido em Augsburgo, na Baviera, foi, até o fim do século XX, um personagem tão misterioso na história da fotografia brasileira que muitos supunham nunca ter existido. Segundo essa hipótese, seria apenas um pseudônimo o “A. Frisch” que assinava a impressionante e pioneira série de 98 fotografias realizadas em 1867 e 1868 na Amazônia – que incluem aspectos de fauna e flora e, principalmente, os primeiros registros que chegaram até nós de índios brasileiros da região. Por seu valor etnográfico, essas imagens foram comercializadas com sucesso pela Casa Leuzinger, em suporte cartão, com fino acabamento. O estudo dos documentos reunidos pela família Leuzinger, doados ao IMS em 2000, e a posterior localização de Klaus Frisch, neto do fotógrafo, pelo pesquisador Frank Stephan Kohl, permitiram reconstituir a trajetória de Frisch.
Em outubro de 2019, o IMS, que já abrigava em seu acervo aproximadamente 40 imagens de Frisch, algumas delas pertencentes à série da Amazônia, arrematou, num leilão da Sotheby's, em Nova York, um conjunto completo das 98 imagens, tal como editadas e comercializadas por Georges Leuzinger.
Aprendiz de uma litografia em Paris, Frisch deixou a Europa em 1861 para tentar se estabelecer em Buenos Aires como comerciante de imagens religiosas. Fracassado o empreendimento, atuou como professor particular até tornar-se amigo de um fotógrafo alemão e, com ele, aprender o ofício. A data exata de sua chegada ao Brasil é incerta, mas há indícios de que já trabalhava para a Casa Leuzinger antes de 1866. Documentou paisagens do Rio de Janeiro e seus arredores. Sua obra mais relevante, contudo, foi realizada durante a expedição fotográfica à Amazônia, aonde chegou pegando uma carona com o engenheiro alemão Franz Keller, que acabava de se tornar genro de Georges Leuzinger e fora contratado para fazer um levantamento da navegabilidade do rio Madeira.
Autorretrato de Frisch no Tarumã, afluente do rio Negro
Maloca
Rio Negro
Vista urbana da cidade de Manaus
Casario na região do rio Amazonas
Maloca, habitação dos índios Ticuna
Autorretrato de Frisch no Tarumã, afluente do rio Negro
Albert Frisch
AM - Brasil - 1865
Maloca
Albert Frisch
AM - Brasil - 1865
Rio Negro
Albert Frisch
- Manaus - AM - Brasil - 1865
Vista urbana da cidade de Manaus
Albert Frisch
AM - Brasil - 1865 circa
Casario na região do rio Amazonas
Albert Frisch
AM - Brasil - 1865 circa
Maloca, habitação dos índios Ticuna
Albert Frisch
AM - Brasil - 1867 circa
Nascido em 1840 em Augsburgo, no então Reino da Baviera, o alemão Christoph Albert Frisch desembarcou na América do Sul em 1862, com a ideia de vender gravuras religiosas na Argentina. Dois anos mais tarde chegava ao Rio de Janeiro, e em 1865 foi contratado pelo suíço Georges Leuzinger para trabalhar em seu ateliê fotográfico. Já aclimatado ao novo ofício, seguiu viagem para a Amazônia em 1867 e realizou uma expedição pelo Rio Solimões, durante a qual produziu cerca de 120 imagens. Voltou à Alemanha em 1870, onde abriu em Berlim sua própria editora e se estabeleceu como especialista na reprodução fotomecânica de imagens. Morreu em 1918, aos 78 anos.
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