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Chichico Alkmim


Apresentação

Francisco Augusto Alkmim (1886-1978) foi um autodidata. Depois de viajar por Minas Gerais com seu pai, vendendo jóias, em 1912 estabeleceu-se como fotógrafo em Diamantina, onde montou seu estúdio definitivo em 1919. A cidade não era mais aquela que vivera dias de glória com a farta exploração de diamantes e fez surgir personagens emblemáticos, como a lendária Xica da Silva. Chichico registrou diversas mudanças nesse universo, que flutuava entre a modernização e a tradição, fixando paisagens e habitantes.

Chichico foi precursor e mestre de Assis Horta, que se tornou conhecido por registrar a classe trabalhadora na era Vargas. Mas é importante observar que os trabalhadores ligados ao pequeno garimpo, ao comércio e à indústria, gente simples e pobre de Diamantina e arredores, já frequentavam havia décadas o estúdio de Chichico Alkmim, que nunca se limitou a fotografar a burguesia diamantinense. Sua obra, portanto, é um amplo, rico e emocionante quadro da formação social, racial e cultural de Minas, no qual vemos uma espécie de metonímia do próprio Brasil.

Chichico fotografou casamentos, batizados, funerais, festas populares e religiosas, paisagens, cenas de rua. Sua atividade se estendeu até meados dos anos 1950. Após parar de fotografar, Chichico continuou cuidando do acervo – guardava-o no porão de sua casa – que organizou e reviu diariamente até sua morte, em 1978.

Em 1980, teve lugar a primeira exposição de fotografias de Chichico Alkmim, no 16º Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nos anos 1990, os negativos foram depositados no recém-inaugurado Centro de Documentação do Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina (Fafidia), estruturado em parceria com a UFMG, onde ficaram parcialmente acessíveis para pesquisa. Em 2005, foi lançado o livro O olhar eterno de Chichico Alkmim, pela Editora B, organizado por Flander de Sousa e Verônica Alkmim França, neta do fotógrafo. A publicação rendeu uma exposição homônima no Espaço Apocalipse, em Diamantina, que em 2008 foi remontada na galeria da Escola Guignard, em Belo Horizonte. Em 2013, foi realizada no Memorial Minas Vale, também em Belo Horizonte, a exposição Paisagens humanas - Paisagens urbanas, com curadoria de Verônica e do fotógrafo Tibério França.

Em 2015, o acervo de Chichico Alkmim foi depositado em regime de comodato no Instituto Moreira Salles. São mais de cinco mil negativos de vidro, com imagens de tipos e costumes brasileiros da primeira metade do século XX. Alguns desses negativos chegam a armazenar até oito imagens. Em função disso, calcula-se que todo o conjunto contenha aproximadamente dez mil registros fotográficos dos habitantes de Diamantina e arredores.

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