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Contraste

Hekel Tavares


Apresentação

Em suas andanças pela então capital federal, aproximou-se da vida artística e literária da cidade. Levado para o teatro de revista, compôs a música da peça Stá na hora, de Goulart de Andrade, com letras de Luiz Peixoto. Estreada no Teatro Glória em 1926, a peça deu-lhe projeção e lançou para a posteridade dois clássicos da dupla Hekel Tavares/Luiz Peixoto: Casa de caboclo e Suçuarana, ambas gravadas por Gastão Formenti em 1928. Com Lamartine Babo, compôs o cateretê Cariocadas, e, com Joracy Camargo, a canção O preto velho cambinda, ambas gravadas em 1929 por Francisco Alves.

Casou-se com Martha Dutra em 1934, indo morar na casa que ele próprio construíra no bairro da Gávea. Durante os anos 1934 e 1935, ficou recluso. Nesse período, compôs uma suíte sinfônica em seis quadros, intitulada André de Leão e o demônio de cabelo encarnado, baseada no poema homônimo de Cassiano Ricardo. Iniciou assim sua fase chamada “erudita”. Precisando de fundos para gravar a peça e executá-la em público, vendeu a casa da Gávea. Em 1937, a sinfonia finalmente estreou.

Compositor autodidata, ao entrar no terreno da música de concerto encontrou resistência por parte dos colegas e, sobretudo, da crítica. Uma de suas páginas mais célebres é o Concerto para piano e orquestra em formas brasileiras, composto durante estadia de seis meses numa fazenda no interior de São Paulo (o piano do compositor teve que ser transportado em carro de boi). A peça teve a sua primeira audição em 1939.

Entre 1949 e 1953, percorreu o Brasil com o apoio do Ministério da Educação e Saúde Pública, recolhendo material folclórico. Uma de suas criações mais conhecidas, Funeral d’um rei nagô, foi gravada em 1951 por Inezita Barroso, em seu disco de estreia.

Hekel Tavares morreu no Rio em 1969, aos 72 anos. Em 2006, por meio de um convênio firmado com a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat), o Instituto Moreira Salles recebeu parte do seu acervo, composto por uma pequena coleção de partituras produzidas por copistas e encadernadas, além de 13 discos de 78 rpm. Posteriormente, seu filho Alberto Hekel Tavares cedeu ao IMS um álbum com 65 imagens fotográficas e um caderno com aproximadamente cem recortes de jornal.

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