Cursos e oficinas do IMS Paulista
segundo semestre de 2017
À exceção de "Arquivo e barbárie", todos os cursos para o 2º semestre estão esgotados, mas em alguns casos existem listas de espera.
Os cursos e oficinas oferecidos pelo IMS Paulista, que será aberto ao público no dia 20 de setembro, são oportunidades para ampliar o pensamento crítico sobre fotografia e experimentar seus diferentes processos e técnicas. De aulas expositivas a imersões no laboratório, haverá atividades tanto para quem busca os primeiros contatos com a prática fotográfica como para os que pretendem desenvolver projetos pessoais, para interessados na história do meio e para pesquisadores procurando arejar seu conhecimento.
Completam a programação rodas de conversa e cursos inspirados em exposições em cartaz ou que tangenciam as outras áreas de atuação do Instituto Moreira Salles – literatura, iconografia, música e cinema. Inscreva-se!
As ementas completas dos cursos e oficinas estão disponíveis no PDF ao final desta página. As matrículas podem ser feitas pelo Eventbrite ou, a partir do dia 20/9, pessoalmente no balcão de atendimento do IMS Paulista. Estudantes, professores e maiores de 60 anos têm 50% de desconto em todos os cursos. Para mais informações, envie um email para [email protected].
Cursos
Histórias da fotografia – Parte I
Organização: Miguel Del Castillo e Thyago Nogueira.
3 módulos de 4 aulas
R$ 200 na inscrição para um módulo, R$ 340 na inscrição para dois módulos, R$ 480 na inscrição para os três
Como alternativa a uma história da fotografia única e cronológica, este curso apresenta histórias variadas a partir de temas que atravessam a produção fotográfica: a arte, a imprensa, as exposições, os livros, a moda e a fotografia amadora. São três módulos por semestre, seis no total, que também podem ser cursados de maneira independente. Esta é a primeira parte do curso, a segunda ocorrerá no primeiro semestre de 2018.
1: A fotografia através da arte
Com Agnaldo Farias*. 26 de setembro e 3, 10 e 17 de outubro (terças, das 19h às 21h)
A história de como a fotografia se tornou uma das protagonistas da cena artística contemporânea remonta aos anos 1960, quando a fotografia abstrata, as fotocolagens, as intervenções sobre negativos e a pós-produção da imagem ganham mais espaço, num contexto dominado pela objetividade fotográfica, assim como os registros de performances, os ambientes imersivos com imagens fotográficas e o emprego da fotografia pela arte conceitual, entre outros.
* Agnaldo Farias é curador, crítico de arte e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
2: A fotografia através das exposições
Com Helouise Costa*. 24 e 31 de outubro e 7 e 14 de novembro (terças, das 19h às 21h)
A história das exposições é parte inseparável da história geral da fotografia, porém costuma ser vista como mera curiosidade ou apoio para outras formas de análise. O estudo de exposições brasileiras e estrangeiras, como Fotoforma (1951), The Family of Man (1955) e New Topographics (1975), entre muitas outras, revela aspectos pouco explorados do campo fotográfico e também o percurso, nada previsível, que levou a fotografia a ser assimilada pelos museus de arte ao longo do século XX.
* Helouise Costa é docente e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP. Coautora do livro A fotografia moderna no Brasil, entre outros, realizou exposições como Rafael França: entre mídias e Fronteiras incertas: arte e fotografia no acervo do MAC USP.
3: A fotografia através da imprensa
Com Dorrit Harazim*. 21 e 28 de novembro e 5 e 12 de dezembro (terças, das 19h às 21h)
As interseções entre fotografia, história e jornalismo são exploradas por meio de temas como: o poder da imagem sobre a narrativa histórica; a ascensão e a queda das grandes agências de fotografia e revistas ilustradas; os retratos oficiais na política; e a força da imagem (e o papel ambíguo das legendas) ao apresentar a realidade.
* Dorrit Harazim é jornalista. Passou pelos principais veículos de comunicação do país e recebeu o prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo na categoria Excelência. Foi colunista do site da revista ZUM e publicou O instante certo, livro de ensaios sobre fotografia.
Fotografia: Princípios
Com Celina Yamauchi*. De 28 de setembro a 14 de dezembro, exceto feriados (quintas, das 19h às 21h30)
12 aulas, R$ 480
Uma introdução ao universo da fotografia para interessados em conhecer seus princípios conceituais e técnicos. Em aulas expositivas e práticas, aborda assuntos como a formação da imagem na câmara obscura, os materiais fotossensíveis e os ajustes básicos das câmeras. O curso faz parte de um ciclo de formação com outros dois, também de longa duração – “Processos”, o segundo, e “Projetos”, o último –, a serem realizados nos próximos semestres.
Os participantes devem trazer uma câmera analógica ou digital que permita ajustes manuais.
Haverá duas aulas aos domingos, dias 12 e 26 de novembro, das 14h30 às 17h.
* Celina Yamauchi é artista e professora de fotografia na Faap e na Belas Artes. É responsável pela organização das atividades dos ateliês do IMS Paulista.
Arte e revolução russa
com Ronaldo Brito, Arlete Cavaliere, Marcos Napolitano, Annateresa Fabris, Bruno Gomide e Irineu Franco Perpetuo*
4, 11, 18 e 25 de outubro e 1 e 8 de novembro (quartas, das 19h às 21h)
6 aulas, R$ 300
Nos 100 anos da Revolução Russa, que marcou o fim do regime czarista no país e o início do que seria a União Soviética, especialistas refletem sobre como diferentes manifestações culturais – artes plásticas, teatro, cinema, fotografia, literatura e música – repercutiram o espírito da revolução, e como se reinventaram depois de 1917. Um panorama de um verdadeiro caldeirão em ebulição, com doses iguais de idealismo, antagonismo e controvérsia, e que inclui Ródtchenko, Maliévitch, El Lissítski, Kandínski, Tátlin, Bábel, Maiakóvski, Blók, Eisenstein e Prokófiev, entre muitos outros.
* Ronaldo Brito é crítico de arte e professor da pós-graduação em história social da cultura na PUC-Rio. É autor dos livros Neoconcretismo: vértice e ruptura do projeto modernista brasileiro e Experiência crítica, bem como de monografias dos artistas Sérgio Camargo, Iberê Camargo, Eduardo Sued, Goeldi e outros.
Arlete Cavaliere é ensaísta, tradutora e professora de teatro, arte e cultura russa na USP. Entre suas publicações, estão a tradução e a organização de Teatro completo, de Nikolai Gógol, e Teatro russo: literatura e espetáculo.
Marcos Napolitano é professor de história na USP e vice-coordenador do grupo de pesquisa História e Audiovisual. É autor do livro 1964: história do regime militar brasileiro.
Annateresa Fabris é historiadora e crítica de arte, professora titular aposentada de história da arte na ECA-USP. É autora, entre outros, de Identidades virtuais: uma leitura do retrato fotográfico e A fotografia e a crise da modernidade.
Bruno Gomide é professor de literatura russa na USP. É autor e organizador de livros como Da estepe à caatinga: O romance russo no Brasil (1887-1936), Nova antologia do conto russo – Uma seleção e Antologia do pensamento crítico russo (1802-1901).
Irineu Franco Perpetuo é jornalista e tradutor, colaborador da revista Concerto e jurado do concurso de música Prelúdio, da TV Cultura. Traduziu do russo, entre outras obras, A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói, e Vida e destino, de Vassili Grossman.
Robert Frank e os beats: diálogos
com Patrícia Mourão, Cadão Volpato, Lorenzo Mammì e Tiago Mesquita*
19 e 26 de outubro e 9 e 16 de novembro (quintas, das 19h às 21h)
4 aulas, R$ 200
Por ocasião da exposição Robert Frank: os americanos + Os livros e os filmes, este curso lança um olhar para a maneira como a produção do fotógrafo e cineasta dialoga com a geração beat no cinema, na literatura, na arte e na música. Do pop de Andy Warhol às improvisações do jazz e às letras de Bob Dylan, do cinema experimental americano à escrita caudalosa de Kerouac e seus comparsas nos Estados Unidos das décadas de 1950 e 1960, um percurso pelas influências, conversas e legados de Robert Frank.
* Patrícia Mourão é doutora em cinema pela USP. Organizou mostras e livros dedicados ao cinema estrutural e a cineastas como Andrea Tonacci, Jonas Mekas, Naomi Kawase e Harun Farocki.
Cadão Volpato é jornalista, escritor, músico e ilustrador. Foi vocalista da banda de rock Fellini e publicou, entre outros, o romance Pessoas que passam pelos sonhos. Coordena atualmente o Centro Cultural São Paulo.
Lorenzo Mammì é crítico de arte e de música e curador de Programação e Eventos do IMS. Professor de filosofia na USP, é autor dos livros O que resta: arte e crítica de arte e A fugitiva: ensaios sobre música.
Tiago Mesquita é crítico de arte e professor de história da arte. Mestre em filosofia pela USP, organizou exposições como David Drew Zingg: imagem sobre imagem e O olhar do colecionador.
Oficinas
Instrumentos ópticos na arte ocidental
com Fábio D’Almeida*. 3, 4 e 5 de outubro (terça a quinta, das 16h30 às 19h). 3 encontros, R$ 150
Reflexões históricas e práticas sobre o uso de instrumentos ópticos dentro da tradição da arte ocidental, especialmente entre os séculos XVII e XIX. Na parte prática das aulas, os alunos são convidados a utilizar dispositivos ópticos históricos, como a câmara obscura e a câmara clara.
* Fábio D’Almeida é pós-doutorando em história e teoria da arte pela FAU-USP, especialmente interessado no estudo da produção artística e fotográfica brasileira do século XIX, e em suas relações com o contexto internacional. Desde 2010, colabora com a Enciclopédia de Artes Visuais do Itaú Cultural.
O ensaio visual em livro
com João Luiz Musa*. 4, 11, 18 e 25 de outubro e 1 de novembro (quartas, das 19h às 21h30). 5 encontros, R$ 250
Uma aproximação ao conceito do ensaio visual, com foco em projetos fotográficos autorais que assumiram a forma de livro ou que foram concebidos especificamente para este suporte. Uma reflexão coletiva que vai da análise de obras paradigmáticas da história da fotografia à apreciação conjunta da produção fotográfica dos participantes.
Os participantes devem trazer um projeto de ensaio fotográfico impresso de sua autoria.
* João Luiz Musa é fotógrafo e professor do Departamento de Artes Visuais da ECA-USP. Trabalha em seu estúdio na área editorial e publicou, entre outros, os fotolivros autorais 24 x 36 e Depois do inverno.
Experimentações no laboratório
Domingos, das 11h às 12h30
Atividade gratuita, lugares limitados; distribuição de senhas 30 minutos antes
O IMS abre seu laboratório para que o público se engaje em atividades fotográficas experimentais relacionadas a uma técnica ou ao procedimento de obtenção de imagens.
8 de outubro Fotograma
12 de novembro Contraste
10 de dezembro Negativo/positivo
Arquivo e barbárie
Com Coletivo Garapa*. 24, 25 e 26 de outubro (terça a quinta, das 16h30 às 19h). 3 encontros, R$ 150
Um mergulho crítico nos documentos da violência com base nas reflexões propostas pelo coletivo Garapa no trabalho Postais para Charles Lynch, sobre linchamentos contemporâneos, vencedor da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS 2014. Por meio de estratégias de criação em grupo e apropriação de material de arquivo analógico e digital, além de trabalhos prévios dos participantes, propõe-se construir uma narrativa visual fragmentada que transite entre o documental e o ficcional, o estético e o político.
* Garapa é um duo de artistas multimídia fundado em 2008. Desde então, desenvolve trabalhos que tensionam as fronteiras entre o documentário e as artes visuais, realidade e ficção. Venceram a Bolsa de Fotografia ZUM/IMS em 2014 com Postais para Charles Lynch, livro de artista sobre linchamentos contemporâneos.
#aovivo
com Mídia Ninja*. 4/11 e 11/11, das 14h30 às 17h; 26/11, das 10h30 às 13h. Encontros em dias independentes.
Atividade gratuita, lugares limitados; distribuição de senhas 30 minutos antes
Um percurso prático pelas tecnologias e linguagens utilizadas pela Mídia Ninja na documentação e na distribuição de informações em tempo real – transmissões ao vivo, fotografias, vídeos e a utilização das redes sociais –, estimulando e potencializando a criação de novas narrativas a partir da realidade de cada participante. A atividade tem a duração de um encontro; a cada sábado, será formada uma nova turma.
* Mídia Ninja é um coletivo de jornalistas independentes que mantém o portal de notícias midianinja.org. Ganhou proeminência durante as manifestações de junho de 2013, realizando uma cobertura alternativa e que destacou iniciativas geralmente pouco midiatizadas e expôs abusos.
A velocidade das coisas
com Letícia Ramos*. 14, 15 e 16 de novembro (terça a quinta, das 16h30 às 19h). 3 encontros, R$ 150
Partindo dos projetos e processos da artista Letícia Ramos e de pesquisas relacionadas aos temas da ciência e da ficção, exercícios práticos serão combinados com uma série de experimentos fotográficos estroboscópicos e diferentes maneiras de construção da imagem.
Os participantes devem trazer uma câmera analógica ou digital que permita ajustes manuais e possuir domínio técnico sobre ela.
* Letícia Ramos é artista e videomaker. Seu foco de investigação é a criação de aparatos fotográficos próprios para a captação e a reconstrução do movimento. Venceu a Bolsa de Fotografia ZUM/IMS em 2013 com o projeto Microfilme.
A cidade como percurso e imagem
com Tuca Vieira*. 2 e 3 de dezembro (sábado e domingo, das 14h30 às 17h30). 2 encontros, R$ 100
Uma redescoberta visual da cidade através de seu traçado e dos caminhos que ele sugere. Serão percorridos locais fotografados por Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) no labirinto do centro histórico paulistano e, por contraste, na linha reta da avenida Paulista. O intuito é perceber em que medida a configuração da cidade afeta nosso caminhar e, consequentemente, nosso olhar.
Esta oficina inclui caminhadas a pé pela cidade.
* Tuca Vieira é fotógrafo e professor na Escola da Cidade. Sua obra versa sobre cidade e arquitetura. É coautor do livro As cidades do Brasil: São Paulo e seu mais recente projeto foi o Atlas fotográfico da cidade de São Paulo e seus arredores.
Rodas de conversa
O artista em processo
Sábados, das 11h às 12h30. Atividade gratuita, lugares limitados; distribuição de senhas 30 minutos antes
Uma conversa aberta com um artista sobre sua obra, sua linha de pesquisa e seu processo criativo.
7 de outubro: Mauro Restiffe e o arquivo pessoal analógico
Mauro Restiffe é fotógrafo. São Paulo, fora de alcance, livro e exposição realizados pelo IMS, exemplifica bem seu olhar para a cidade, um importante viés de sua obra, que integra coleções como Tate, SF-Moma, Inhotim e Pinacoteca.
11 de novembro: Helena Martins-Costa e a memória fotográfica
Helena Martins-Costa é artista visual. Em seu trabalho, resgata imagens rejeitadas que sobreviveram ao desaparecimento, identificando tipologias por um processo de arqueologia fotográfica. Foi contemplada pela Bolsa de Fotografia ZUM/IMS 2014 com Desvio.
Fotolivro de cabeceira
Sábados, das 11h às 12h30. Atividade gratuita, lugares limitados; distribuição de senhas 30 minutos antes
Artistas, críticos e curadores conversam com o público sobre seu fotolivro favorito ou aquele que não tem saído de suas cabeceiras, explicando por quê.
21 de outubro: Rosângela Rennó — I’m So Happy, de Marvin Heiferman e Carole Kismaric
Rosângela Rennó é artista. Sua obra tem como principal vertente o trabalho com imagens de arquivo. Publicou, entre outros, o livro de artista A01 [cod. 19.1.1.43] – A27 [S|CPD.23].
25 de novembro: Iatã Cannabrava — Sugar Paper Theories, de Jack Latham
Iatã Cannabrava é fotógrafo, curador e produtor cultural, responsável pela revitalização do Festival Paraty em Foco e pela criação do Valongo Festival Internacional da Imagem. Sua importante coleção de livros pertence à Biblioteca de Fotografia do IMS Paulista.
9 de dezembro: João Luiz Musa — Os americanos, de Robert Frank
João Luiz Musa é fotógrafo e professor do Departamento de Artes Visuais da ECA-USP. Trabalha em seu estúdio na área editorial e publicou, entre outros, os fotolivros autorais 24 x 36 e Depois do inverno.