Em 1951, Peter Scheier fotografou a montagem e as cerimônias de inauguração da I Bienal de São Paulo, que, na época, trazia no nome o Museu de Arte Moderna (MAM-SP), organizador do evento. Apresentada num pavilhão provisório construído na esplanada do Trianon, no terreno hoje ocupado pelo Masp, a exposição reuniu um conjunto de obras modernas internacionais, uma quantidade até então inédita no país.
As fotos de Scheier são um documento precioso sobre a cultura museográfica da época, sobre as obras expostas e os personagens envolvidos no evento. Aos olhos de hoje, pensando nas regras de conservação contemporâneas, algumas cenas parecem curiosas, como as que mostram artistas e diretores de museus fumando junto a obras de arte ou tocando-as sem luvas. Scheier registrou a interação de personalidades internacionais com artistas brasileiros, alguns já consagrados, outros jovens que trabalharam na montagem, como Marcelo Grassmann, Ademir Martins e Carmelo Cruz.
Ao fotografar a I Bienal, Scheier utilizou estratégias retóricas comuns ao fotojornalismo praticado pela revista O Cruzeiro. Suas fotos contrapõem a força braçal dos trabalhadores com a sofisticação das obras de arte, criando um discurso de contraste entre um Brasil arcaico e o país que se modernizava. Do ponto de vista formal, ele investiu na sobreposição de planos, criando relações entre elementos distintos.
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Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Ao fundo, pintura Divisibilidade indefinida (1942), de Yves Tanguy; à direita, de ponta-cabeça, Os transparentes (1951), de Yves Tanguy; acima, móbile Ogunquit (1946), de Alexander Calder. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. À direita, Criança morta (1944), de Candido Portinari; da esquerda para a direita: homem não identificado, Aldo Bonadei, Bruno Giorgi, Sérgio Milliet, mulher não identificada e Victor Brecheret. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Pavilhão da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. O artista Carmélio Cruz carrega esculturas de Bruno Giorgi.. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. René d'Harnoncourt, diretor do moma, entre duas pessoas não identificadas; à esquerda, pinturas de Yves Tanguy: Divisibilidade indefinida (1942), Os transparentes (1951) e Lentamente para o norte (1951); à direita, móbile Ogunquit (1946), de Alexander Calder. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Da esquerda para a direita: Abraham Palatnik, Waldemar Cordeiro, Kazmer Féjer e Tomás Maldonado, junto à escultura Unidade tripartida (1948-1949), de Max Bill.. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Sala especial da escultora Maria Martins. . Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Da esquerda para a direita: Oscar García Reino, comissário do Uruguai; René d'Harnoncourt, diretor do Museu de Arte Moderna de Nova York; e o pintor Samsom Flexor. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Georges Duhamel, escritor e crítico, integrante da delegação francesa. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Os artistas Aldemir Martins e Marcelo Grassmann na montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
Montagem da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, esplanada do Trianon, avenida Paulista, 1951. Homens limpam a sala da delegação suíça, com pinturas de Sophie H. Taeuber-Arp: da esquerda para a direita, Escalonamento (1934); Triângulo oposto pelo vértice, retângulo, quadrado, barras (1931); Composição em círculos e braços superpostos (1930); e Seis espaços em quatro cruzes pequenas (s.d.). Fotografia sobre papel, gelatina/prata. Foto de Peter Scheier / Acervo IMS
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