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Walter Firmo


CRONOLOGIA

Conhecido como "mestre da cor", Walter Firmo fez retratos que viraram clássicos na fotografia brasileira, de outros mestres, estes da música, como Pixinguinha, Cartola e Dona Ivone Lara. Ganhou sete vezes o prêmio Nikon e  foi incansável documentarista das festas populares brasileiras. Também é autor de um belo trabalho de registro das obras de Bispo do Rosário, que rendeu uma exposição e um livro. Realizou numerosas exposições individuais, a última delas em 2019, uma retrospectiva com 168 fotografias.


1937-1966

1937: Walter Firmo Guimarães da Silva nasce no Rio de Janeiro, em 1º de junho, filho único de José Baptista da Silva, militar, enfermeiro no Corpo de Fuzileiros Navais, e Maria de Lourdes Guimarães da Silva, doméstica.

1955: Inicia sua carreira como repórter fotográfico na Última Hora, no Rio de Janeiro, depois de bater à porta do jornal para pedir uma chance. Seu pai lhe dera uma Rolleiflex, e, com ela, o jovem havia feito um curso na Associação Brasileira de Arte Fotográfica, a ABAF.

1957: Serviu no 1º Regimento de Infantaria do Exército, onde conheceu o jornalista e futuro crítico musical Sérgio Cabral (1937- ). Os dois se reencontram  em torno de 1959, quando Cabral, então repórter do Diário Carioca, começa a levá-lo para o ambiente do samba na cidade.

1960: Começa a trabalhar no Jornal do Brasil. Sua primeira reportagem é a visita ao país do presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower.

1963: Conquista o Prêmio Esso de Reportagem, com a série de cinco reportagens Cem dias na Amazônia de ninguém, publicada no Caderno B, o suplemento de cultura do JB.

1965: Integra a primeira equipe da revista Realidade, lançada neste ano pela editora Abril.

1966: Sai da Realidade para trabalhar na Editora Bloch, que publicava a revista Manchete.


1967-1981

1967: Como correspondente da Editora Bloch, permanece por seis meses em Nova York, onde conhece o bairro do Harlem e se interessa pelo jazz. Ao voltar para o Rio, faz, em setembro, a clássica foto de Pixinguinha na cadeira de balanço, em sua casa em Ramos, RJ, em setembro, publicada na edição de 4 de novembro do mesmo ano da Manchete. "Lembro-me, que fiz, num raio de 160 graus, um filme de 36 poses em dois a três minutos, um delírio! Colírio para a história cultural brasileira, certeza que consagrava definitivamente, sob minhas lentes, aquele que há muito tempo já era uma lenda nacional” escreveu em depoimento ao blog A história bem na foto.

1971:  Inicia  pesquisa fotográfica sobre festas do folclore brasileiro. Atua como freelancer em trabalhos publicitários e para a indústria fonográfica, fotografando para capas de discos de vários artistas, como Tim Maia, Djavan, Fafá de Belém e Chico Buarque, entre outros. Nessa época, inicia pesquisas sobre festas populares e folclore nacional.

1972: Tem uma rápida passagem pela revista Veja, na qual voltaria a trabalhar em 1974.

1973: Cria, com Sebastião Barbosa e Claus Meyer, seus colegas da Manchete, a agência Câmara Três. É premiado no Concurso Internacional de Fotografia da Nikon. Até 1982 acumulará um total de sete prêmos no mesmo concurso.

1974: Deixa a Câmara Três para fotografar novamente para a Veja, onde fica até 1980.

1980: Cobre eventos no Equador, Peru, Bolívia, Portugal e França para a revista Tênis Esporte, de São Paulo.

1981: Passa a trabalhar como freelancer, condição que mantém até 1984.


1982-1997

1982: Lança uma coleção de 24 cartões postais em preto e branco, junto com Cafi (1950-2019), Pedro de Moraes (1942-) e Miguel Rio Branco (1946-). O conjunto tem o título Os brasileiros, e prefácio do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997).

1983: O Museu de Arte Moderna do Rio inaugura a exposição Ensaio no tempo, com 200 fotografias em cores e preto e branco. No ano seguinte ela é exibida no MASP (SP) e na Universidade Federal do Ceará. Em 1985, a mesma mostra ainda é apresentada em Curitiba, em Havana (Cuba) e em Cabo Verde.

1985: Passa a integrar a equipe da sucursal carioca da revista IstoÉ. Neste mesmo ano, a exposição Ensaio no tempo seguiu para Curitiba, Havana e Cabo Verde.

1985: Recebe o Prêmio Golfinho de Ouro, concedido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.

1986: É nomeado diretor do Instituto Nacional de Fotografia INFoto — da Fundação Nacional de Arte (Funarte), cargo que ocupará até 1991, quando o instituto é extinto durante o governo Fernando Collor de Mello.

1989: Realiza a exposição New York, Nova Iorque, na Galeria Candido Mendes (Rio de Janeiro, RJ).

Lança o livro Walter Firmo — Antologia fotográfica (Dazibao/Ágil).

1994: É reintegrado à Funarte, passando a atuar na nova Área de Fotografia da instituição, pela qual se aposenta  em 2007. Leciona no curso de jornalismo da Faculdade Candido Mendes, no Rio de Janeiro, e, desde então, coordena oficinas em todo o Brasil.

1995: Abre a exposição Morte e vida segundo Walter Firmo, no Centro Cultural Unibanco (São Paulo, SP).

1996: Abre a exposição Nas trilhas do Rosa, no Centro Cultural Unibanco (São Paulo, SP). Na mesma ocasião, lança o livro Nas trilhas do Rosa: uma viagem pelos caminhos do Grande Sertão: Veredas  (Editora Scritta), com texto do jornalista Fernando Granato.

1997: Inaugura a exposição Pixinguinha e outros batutas, na Pinacoteca do Estado (São Paulo, SP).


1998-2023

1998: Ganha a Bolsa de Artes do Banco Icatu, com a qual vive por seis meses em Paris. No fim da década de 1990, torna-se editor de fotografia da revista Caros Amigos.

2000: É designado curador do Módulo de Fotografia Contemporânea Negro de Corpo e Alma, na Exposição do Redescobrimento Brasil + 500 anos, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

2001: É publicado o livro Paris, paradas sobre imagens (Ministério da Cultura/Funarte).

2002: É publicado o livro Rio de Janeiro, cores e sentimentos (Editora Escrituras)

2003: A Pequena Galeria (RJ) realiza a exposição Um passeio pela nobreza. Com curadoria de Mario Cohen, reunia 24 fotografias de Firmo retratando artistas da música popular brasileira, como Pixinguinha, Cartola, Paulinho da Viola, Chico Buarque e Clementina de Jesus.

2005: É lançado o livro Firmo (Editora Bem-Te-Vi).

2007: É lançado o livro Walter Firmo (editora Memória Visual), da coleção Álbum de Retratos, com texto da jornalista Cora Rónai.

2008: Lançamento do livro Brasil: imagens da terra e do povo (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo), organizado por Emanoel Araújo.

2010: É inaugurada a exposição Walter Firmo em preto e branco, com curadoria do fotógrafo Milton Montenegro, no Oi Futuro Ipanema (Rio de Janeiro, RJ).

2012: A Galeria Imã (São Paulo, SP) inaugura a exposição Walter Firmo: Luz em corpo e alma, com curadoria de Egberto Nogueira.

2013: Inaugura a exposição Walter Firmo: Um olhar sobre Bispo do Rosário, na Caixa Cultural (Rio de Janeiro, RJ). Na ocasião, é  lançado o livro homônimo, da Nau Editora, com o ensaio produzido originalmente em 1985 para a revista IstoÉ. A publicação traz texto da psicanalista Flavia Corpas e uma entrevista com Walter Firmo realizada pelo jornalista José Castelo. No mesmo ano, o Centro Cultural Banco do Brasil (Brasília, DF) exibe a exposição Luz em corpo e alma.

2018: Em maio, o IMS recebe o acervo de Walter Firmo em regime de comodato. São cerca de 145 mil imagens que estão sendo digitalizadas e catalogadas.

2019: O Museu Vale, em Vila Velha (ES), abre a exposição O Brasil que merece o Brasil, com 168 fotografias de Walter Firmo.  A mostra reúne retratos de figuras emblemáticas do país, como Pixinguinha, Cartola, Pelé, Joãosinho Trinta, Clementina de Jesus, Arthur Bispo do Rosário, registros de anônimos  e manifestações culturais de todo o Brasil.

2022: Em 4 de abril, é inaugurada no IMS Paulista a exposição Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, com curadoria de Sergio Burgi e curadoria assistente de Janaina Damaceno Gomes. A mostra fica em cartaz até 9 de outubro, quando segue para o Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, instituição parceira do IMS, onde é exibida de 9/11/2022 a 27/3/2023. O catálogo da exposição é lançado em maio de 2022, com textos do próprio Firmo, de João Fernandes, diretor artístico do IMS, e dos curadores.

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