Thomaz Farkas, todomundo
Thomaz Farkas, como ser humano criativo, sempre foi agregador, inclusivo e realizava seus projetos em coletividade. Sua forma de viver está expressa com clareza no título da presente mostra comemorativa de seu centenário de nascimento, Thomaz Farkas, todomundo. O título veio emprestado do filme homônimo de 1978-1980, com roteiro e direção do próprio Farkas. Uma visão generosa sobre o país e sua maior paixão popular, o futebol, tema também de outro filme que produziu: Subterrâneos do futebol. Ambos dialogam em uma proposta de acolhimento, pensada em uma exibição imersiva, que recebe, logo na entrada, os visitantes da exposição.
Esse acolhimento é uma linha que procuramos simular como referência fundamental para a construção desta ampla mostra retrospectiva, baseada na clara percepção da sensibilidade e generosidade de Farkas, que acreditamos atravessar tanto o tecido poético de sua obra como o sentido político de sua atuação. Essa espécie de exposição “individual-coletiva” que aqui apresentamos busca restituir essa marca que ele seguiu de acordo com sua natureza, em toda sua atuação artística e institucional: a força do grupo, da contaminação, do aprendizado com o outro, da curiosidade acima de tudo, fazendo dos filmes e fotografias registros e espelhos de si: “Eu me identifico com todos e ao mesmo tempo não sou nenhum”, afirmou Farkas no retrato afetivo que Walter Lima Jr. faz dele no documentário Thomaz Farkas, brasileiro (2004).
Juliano Gomes
Rosely Nakagawa
Sergio Burgi