Proteção aos ancestrais, 2023. Obra de Mãe Celina de Xangô
Legenda
Nos anos de 2011 e 2012, durante as escavações na região em que hoje se pode ver o Cais do Valongo, localizado próximo ao porto do Rio de Janeiro e único vestígio material da chegada às Américas de africanos escravizados, a equipe de arqueologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro contou com a colaboração da Yalorixá Mãe Celina de Xangô para o reconhecimento de objetos de uso doméstico e de culto religioso ali encontrados. Criada por suas ancestrais – mãe, avó e bisavó – em contato com ervas usadas para banhos e para fins terapêuticos, ela aprimorou no candomblé seus conhecimentos sobre as características, os usos e os poderes das ervas. Seu contato com as dores provocadas pela memória da atroz chegada dos escravizados ao Brasil suscita a purificação, espécie de ritual aqui sugerido para exaltar a passagem da dor e da morte para a celebração da vida, que os núcleos de Pequenas Áfricas representam.
Audiodescrição
