Estação 9
Do acervo à aldeia
Desde fins do século XIX, imagens produzidas por não indígenas moldaram a forma como os povos do Xingu eram vistos no Brasil e no mundo. Aqui, esses registros são confrontados com trabalhos recentes de autoria indígena que, ao comunicar suas perspectivas, apontam lacunas, contradições e violências nas representações históricas.
Acervos também têm lacunas. Imagens antigas de indígenas foram arquivadas com pouca ou nenhuma informação a respeito de pessoas, lugares e situações. E muitos desses registros jamais foram vistos pelos povos retratados.
As imagens aqui reunidas passaram por um processo de identificação com apoio da Associação Terra Indígena do Xingu, que representa as 16 etnias locais, das quais dez estão presentes na exposição: Ikpeng, Kawaiweté, Kalapalo, Kamaiurá, Khisêtje, Kuikuro, Mehinako, Trumai, Waujá e Yawalapiti. Também foram consultadas lideranças de povos vizinhos, que comparecem por suas ligações históricas com o território: Bakairi, Kayapó e Xavante.
A partir das informações coletadas, foram redigidas novas legendas, que serão atualizadas sempre que surgirem mais detalhes relevantes. A requalificação do acervo do IMS continua para além da exposição, entendida não como a conclusão desse processo, e sim como uma abertura de diálogo com os povos retratados.
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