Estação 21
Símbolos de luta
Nos últimos anos da ditadura, quando o movimento indígena ganhou força no Brasil, o Xingu se afirmou como emblema dessa luta. No território demarcado havia duas décadas, a população crescia, e modos de vida tradicionais se fortaleciam. No início dos anos 1980, protestos nas aldeias por direitos chamaram a atenção do país.
Na redemocratização, o exemplo do Xingu foi decisivo para uma conquista histórica: a Constituição de 1988 trouxe, pela primeira vez, um capítulo dedicado aos direitos indígenas. Durante as negociações, Raoni Mẽtyktire e outras lideranças xinguanas foram a Brasília marcar posição. Presente naquelas negociações, o escritor e ativista Ailton Krenak diz que o Xingu inspirava a demanda por mais demarcações: “É como se nós disséssemos: ‘Não pode ser menos do que isso’”.
Essa inspiração continua até hoje, com a ascensão de uma nova geração de lideranças, como as do Movimento de Mulheres do Xingu. E as lutas passaram a ser documentadas por comunicadores do próprio território, como o cineasta Kamikia Kisêdjê.
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