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Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia

Criada em 2018, a Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia busca estimular o estudo da Fotografia no Brasil com um programa que concede, a cada edição, duas bolsas de pesquisa no valor de R$ 30 mil cada, para a realização de um projeto inédito sobre um eixo temático proposto pelo instituto. Nesta edição as duas bolsas serão destinadas exclusivamente a pessoas nascidas, residentes ou que tenham como local de trabalho e pesquisa as regiões Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará e sul do Amazonas.

Ao término do projeto, cuja duração máxima é de um ano, o pesquisador deverá apresentar um relatório final, um artigo de conclusão do trabalho e uma palestra aberta ao público sobre os resultados alcançados. Para concorrer, é recomendável ter concluído o mestrado ou, em sua falta, ter graduação completa em qualquer área e comprovar pelo menos três anos de experiência na realização de projetos de pesquisa em ciências humanas ou sociais.

Edição 2023

Em nome do vazio. Fotografia, conquista e colonização de Estado no âmbito da Marcha para o Oeste.
Fotografias de Alice Brill, José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot

Inscrição: 7 de março a 7 de maio de 2023.
As inscrições para esta edição estão encerradas.
A seleção ocorreu em 13 de junho de 2023, e o resultado foi divulgado em 19 de junho.

Projetos selecionados

 
Para a quinta edição da Bolsa foram avaliados 35 projetos, a maior parte dos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Amazonas, além do Distrito Federal. As pesquisas deveriam ter como objeto um conjunto de imagens pertencentes ao acervo do IMS, de autoria da fotógrafa Alice Brill e dos fotógrafos José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot. Os dois projetos selecionados foram:

 

Bananal sob feitiço: a visão Inỹ do contato com os não indígenas em suas aldeias na Ilha do Bananal

Tamiris Maia Gonçalves Pereira (Goiânia, GO)

Tem por objetivo analisar como a cosmovisão indígena Inỹ (Karajá e Javaé) construiu, interpretou e percebeu o contato dos não indígenas com suas aldeias na Ilha do Bananal entre as décadas de 1930 e 1980. Por meio de entrevistas com anciões das atuais comunidades Inỹ Karajá e Javaé de Goiás e Tocantins e da análise de relatos, imagens e documentos registrados nas mídias impressas, nos acervos imagéticos e materiais da FUNAI, do MA-UFG e do IMS, a pesquisadora propõe identificar e entender as narrativas, ferramentas simbólicas e construções cosmogônicas que surgiram a partir dos próprios indígenas para explicar as transformações advindas do contato com o Estado e seus agentes na Ilha do Bananal. Tamiris se autodeclarou parda e venceu na categoria da bolsa dedicada a pesquisadores negros ou indígenas.

Tamiris Maia Gonçalves Pereira
Arqueóloga e licenciada em História, mora em Goiânia (GO). É doutora em História pela Universidade Federal de Goiás e mestre em História pela PUC-GO. Trabalhou como arqueóloga em projetos de consultoria e pesquisa em diversos municípios de Goiás. Foi professora colaboradora no Curso de Educação Intercultural – Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena - UFG, entre 2015 e 2020 e no curso de Arqueologia da PUC-GO em 2018. Entre os temas centrais de suas pesquisas estão a história da alimentação indígena e as práticas tradicionais e contemporâneas do povo Javaé.

 

Imagens e narrativas dissidentes: as fotografias da “Marcha para o Oeste” no Brasil e suas possibilidades interpretativas

Gil Vieira Costa (Marabá, PA)

Propõe investigar imagens e narrativas dissidentes, não oficiais, nas fotografias produzidas nas ações da Fundação Brasil Central, na Amazônia Oriental e na bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia, dois dos principais focos da ação expansionista da "Marcha para o Oeste", por meio dos cruzamentos entre as fotografias, o discurso a elas atrelado em revistas e jornais de época e as experiências e percepções dos sujeitos residentes nos locais impactados, que incluem as memórias familiares do pesquisador. Um dos eixos da proposta é a discussão das fotografias com os povos Asurini do Tocantins, Gavião Parkatêjê e Mebêngôkre (Kayapó), cujas aldeias estão situadas no Pará. O projeto estudará as imagens da Estrada de Ferro Tocantins, do garimpo na bacia Tocantins-Araguaia e da extração de castanha em Marabá, atividades que geraram o surgimento de povoados, grandes conflitos e contribuíram para uma imagem de “terra sem-lei” dos sertões tocantinos e araguaianos. Gil venceu na categoria ampla concorrência.

Gil Vieira Costa
Professor Adjunto na Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), na Faculdade de Artes Visuais em Marabá, vinculado ao Instituto de Linguística, Letras e Artes. Mora em Marabá (PA). É bacharel e licenciado em Artes Visuais, mestre em Artes pela UFPA e doutor em História pela mesma instituição. Suas pesquisas são centradas na história da cultura visual, a contemporaneidade e as visualidades produzidas na Amazônia e em lugares não hegemônicos. Em seus trabalhos discute a relação entre arte, imagem e ideologias de exploração da Amazônia. É autor do livro Espaços em trânsito: múltiplas territorialidades da arte contemporânea paraense (2014).

 

Comissão de seleção

Kênia Gonçalves Costa, geógrafa, doutora em Geografia, professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território da Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Edson Kayapó, historiador, doutor em História, escritor e ativista no movimento indígena, professor do Instituto Federal da Bahia e da Universidade Federal do Sul da Bahia
Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles
Ileana Pradilla Ceron, responsável pelo Núcleo de Pesquisa em Fotografia do IMS


Sobre a Bolsa


Apresentação da edição 2023


Eixo temático


Cronologia


A Marcha para o Oeste e a Fundação Brasil Central


Alice Brill


José Medeiros


Marcel Gautherot


Henri Ballot


Edital e inscrição