São Bernardo
“Tenciono contar minha história. Difícil”. Tarde da noite, sozinho na sala quase às escuras, depois de uma tentativa frustrada de escrever um livro com a ajuda de amigos, Paulo Honório decide valer-se de seus próprios recursos para contar sua história. No filme, esse personagem conta como se tornou dono de pessoas e coisas por meio de planos de longa duração, com a câmera quieta, fixa ou em movimentos lentos. O filme se propõe ser como o relato de um leitor do romance de Graciliano, para Leon Hirszman um texto “muito cinematográfico, com a exata estrutura para as coisas que eu queria fazer num filme”.
- Ano: 1972
- Duração: 111 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 16:9
- Cor: Colorido
- Legenda: Não possui
- Classificação indicativa: 10 anos
- País: Brasil
- Elenco: Othon Bastos, Isabel Ribeiro, Vanda Lacerda, Nildo Parente, Mário Lago, Josef Guerreiro, Rodolfo Arena e Jofre Soares.
- Informações adicionais / Extras:
Livreto "Acerto de contas", com análise crítica de José Carlos Avellar.
Leon Hirszman
Sudoeste
Já na primeira imagem do filme, em que a câmera se movimenta lentamente numa estrada onde se avista ao longe uma charrete, o que se destaca é a composição retangular, diferente, de uma estreiteza acentuada. Essa escolha incomum torna a experiência cinematográfica de Sudoeste absolutamente singular. O filme parece espremer o espaço e estender o tempo para contar uma história bem simples, apesar de misteriosa: resumir uma vida inteira em apenas um dia. Acompanhamos uma mulher que nasce, cresce, envelhece e morre em um período de 24 horas.
- Ano: 2011
- Duração: 128 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 16:9 letterboxing
- Cor: Preto e Branco
- Legendas: francês e espanhol, Inglês
- Classificação indicativa: 14 anos
- País: Brasil
- Elenco: Simone Spoladore, Raquel Bonfante, Julio Adrião, Dira Paes, Mariana Lima, Everaldo Pontes, Victor Navega Morra e a participação especial de Léa Garcia
- Informações adicionais / Extras:
Diário do Sudoeste, de Pedro Urano [Brasil, 2014, 48min]. Livreto "A Subversão do Quadro", com um depoimento do realizador e uma introdução crítica de Pedro Butcher.
Eduardo Nunes
Vida e verso de Carlos Drummond de Andrade
Quatro importantes escritores contemporâneos reunidos para apresentar a vida e a obra de Carlos Drummond Andrade. Um narrador – Joca Reiners Terron – conta a vida do poeta, enquanto Antonio Cicero, Alberto Martins e Afonso Henriques Neto pontuam a cronologia com leituras de poemas, trechos de cartas, diários, crônicas e ensaios críticos. Do nascimento à morte, Drummond aparece aqui, de corpo e alma, com humor, ironia e emoção. Um gênio de muitas faces – mineiro, brasileiro, universal, moderno, eterno – cuja obra pode-se agora também ver e ouvir.
- Ano: 2014
- Duração: 65 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 16:9
- Cor: Preto e Branco
- Legenda: Não possui
- Classificação indicativa: Livre
- País: Brasil
- Informações adicionais / Extras:
Ferro nas almas, depoimento de Raul Mourão [8min.] Do Itabirano, depoimento de Silvano Santiago [17min.] Livreto “Vida e verso”, com cronologia da vida e obra de Drummond.
Eucanaã Ferraz
Vidas secas
“Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”: na primeira imagem de Vidas secas, a cachorra Baleia, Sinhá Vitória, Fabiano e os dois meninos, os infelizes que tinham caminhado o dia inteiro, surgem como pontos pequeninos e imprecisos no fundo de uma imagem quase toda branca. O filme segue fiel na letra e no espírito o livro de Graciliano Ramos sobre a família entre a mudança e a fuga da seca, do fazendeiro, das contas, do soldado amarelo, da cadeia, do inferno, movida pela esperança de uma cama de couro como a de seu Tomás da Bolandeira.
- Ano: 1963
- Duração: 103 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 4:3
- Cor: Preto e Branco
- Legenda: Não possui
- Classificação indicativa: Livre
- País: Brasil
- Elenco: Átila Iório, Maria Ribeiro, Jofre Soares, Genivaldo Lima, Gilvan Lima e Orlando Macedo
- Informações adicionais / Extras:
Livreto "O texto sob nova luz", análises críticas de Jean Claude Bernardet, José Carlos Avellar e Júlio Bressane.