Memórias do cárcere
Em março de 1936, o escritor Graciliano Ramos, diretor de Instrução do Estado de Alagoas, foi detido sem processo, sob suspeita de ter participado da Aliança Nacional Libertadora, reunião de diferentes tendências de esquerda em oposição do Governo de Getúlio Vargas. Graciliano deixou no livro Memórias do cárcere um cuidadoso relato da prisão em Maceió, do quartel do exército de Recife, da viagem de navio para a casa de detenção no Rio de Janeiro e daí para a colonia penal da Ilha Grande. Nesse “testemunho generoso, aberto” inspira-se o filme de Nelson Pereira dos Santos para mostrar “o cárcere como uma metáfora da sociedade brasileira”. O filme ganhou o Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cannes, em 1984 e tem no elenco nomes como Carlos Vereza, Glória Pires, Jofre Soares, José Dumont, Nildo Parente, Wilson Grey, Tonico Pereira e Waldir Onofre.
- Ano: 1984
- Duração: 197 min. aprox.
- Idioma: Português
- Formato de tela: 4:3 letterboxing
- Cor: Colorido
- Legenda: Não possui
- Classificação indicativa: 14 anos
- País: Brasil
- Elenco: Carlos Vereza, Glória Pires, Jofre Soares, José Dumont, Nildo Parente, Wilson Grey, Tonico Pereira, Waldir Onofre.
- Informações adicionais / Extras:
Livreto com o depoimento "Oito notas para entrar e sair do cárcere", de Nelson Pereira dos Santos, e "Três notas para recuperar a memória", uma análise crítica de José Carlos Avellar.
Nelson Pereira dos Santos
Memórias do Subdesenvolvimento
Baseado no livro homonimo de Edmundo Desnoes, o filme conta a história de Sergio que, mesmo após a partida de seus amigos e familiares de Cuba, no início dos anos 1960, decide permanecer no país e acompanhar as transformações ali sofridas depois da queda do governo de Fulgêncio Batista.
Memórias do subdesenvolvimento parte dos pensamentos e experiências da personagem por meio do seu confronto com esta nova estrutura social e política pós-revolucionária. Um homem que não se identifica nem com as aspirações burguesas, nem com as revolucionárias, Sérgio observa com desdém aquilo que o cerca, como àqueles que fazem parte do mesmo estrato social em que cresceu (a classe média cubana). Paralelamente, critica também a ingenuidade daqueles que crêem em uma alteração radical do país neste novo contexto.
Além da estrutura baseada na primeira pessoa e na narração em off, Memórias do subdesenvolvimento se constrói a partir da utilização de imagens de arquivo, notadamente os cinejornais produzidos pelo ICAIC – Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos – instituição produtora também do filme de Alea. Em um trabalho de montagem notável, o filme mescla registros documentais e semi-documentais, que ilustram a narrativa ficcional de Sergio. Ao adotar esta estrutura, Alea acaba por problematizar os fatos históricos e o novo contexto político cubano à altura de sua complexidade – o resultado é uma cronica aguda deste momento seminal na história do século XX.
- Título Original: Memorias del subdesarrollo
- Ano: 1968
- Duração: 97 min. aprox.
- Idioma: Espanhol
- Formato de tela: 4:3
- Cor: Preto e Branco
- Legendas: Inglês, Português
- Classificação indicativa: 14 anos
- País: Cuba
- Elenco: Sergio Corriere, Daisy Granados, Eslinda Nunes, Beatriz Ponchora, Omar Valdés, René de la Cruz
- Informações adicionais / Extras:
Faixa comentada por Walter Salles, Nelson Pereira dos Santos e Eduardo Coutinho. Cine Revista nº 59. Produção de Manuel Barbachano Ponce, realizada em Cuba por Marino Guastella, com direção técnica de Tomás Gutiérrez Alea [9 min. aprox.]. Galeria de fotos. Livreto "Memórias de Memórias", de Tomás Gutiérrez Alea.