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Homenagem à Valda Nogueira (RJ)

Fotógrafa e artista visual carioca, nascida em 1985 e falecida em 2019. Formação e atuação em fotografia documental humanista. Territórios, ancestralidade e cultura são os temas centrais de seus projetos experimentais e documentais. Foi aluna da graduação em Artes Visuais na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), integrou o coletivo Farpa e foi membro da plataforma de fotojornalismo Women Photograph e das iniciativas Diversify.Photo e MFON Women.

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(Foto de Analu Nogueira)

Valda

HOMENAGEM À VALDA NOGUEIRA, 2020

por Thaís Rocha

Antes mesmo de entrar para a Escola de Fotógrafos Populares¹ (Imagens do Povo/ Observatório de Favelas), na turma de 2012, Valda fotografava sua família e a vida cotidiana de Sepetiba, sua terra natal. Por sua forma sensível de olhar, sua intimidade com a câmera, seu compromisso e respeito pelos fotografados, pela causa humanitária e pela importância da comunicação popular em seus trabalhos, ela, uma das fotógrafas mais promissoras da nossa geração, logo se fez grande entre nós da EFP. Anos depois, tornou-se parte integrante da Agência Farpa e de outras iniciativas voltadas para mulheres fotógrafas.

Tínhamos como pauta em comum a presença das fotógrafas negras no circuito das artes visuais e trocávamos nossas experiências pessoais. Essa vivência foi materializada na minha dissertação de mestrado que construímos juntas com a fotógrafa Ana Lira, intitulada Mulheres negras na fotografia contemporânea [Ana Lira e Valda Nogueira]. (Instituto de Artes da UERJ, 2019).

Saio desta imersão à procura de Valda oferecendo um vídeo que reúne parte das fotos que compõem suas documentações sobre “Povos tradicionais” e “Apanhadores de flores sempre viva” com alguns destaques das nossas conversas sobre fotografia, onde poderemos ouvi-la um ano após o seu silêncio definitivo.

Valda Nogueira, Valda Sempre viva!

No coração e na memória das pessoas que fotografou; pessoas do e dos povos. Valda, uma fotógrafa espetacular que de tanta cumplicidade foi adotada pelas colhedoras e colhedores de flores sempre vivas. Valda, aluna fantástica na Escola de Fotógrafos Populares e no Imagens do Povo, projetos realizados pelo Observatório de Favelas. Valda companheira de tantas viagens, desde seu primeiro trabalho até seus voos solos, lindos. Valda vive no meu coração, no coração de tantas e tantos amigos fotógrafos, tá enraizada entre os jovens e competentes Farpas, nos corações feministas, nos corações das mulheres negras, das fotógrafas negras. Valda hoje tem como assistente de luz o astro rei. Sonho com você fotografando no céu, na terra, nos corações e mentes que te amam. Um beijo, querida.

João Roberto Ripper

 

¹ Idealizadas pelos fotógrafos João Ripper e Ricardo Funari e com coordenação acadêmica de Dante Gastaldoni, as escolas de fotografia vinculadas ao Observatório de Favelas tinham como política educação de excelência que absorvesse experiências de vida dos seus participantes. Seu principal objetivo era a formação de profissionais capazes de construir suas próprias narrativas sobre o entorno, furando assim a hegemonia do ponto de vista externo da cobertura fotojornalística.

Publicado em 30/11/20

Projeto realizado a convite da área de Fotografia e acompanhado por Sérgio Burgi, da equipe do IMS

Mais sobre o Programa Convida
Artistas e coletivos convidados pelo IMS desenvolvem projetos durante a quarentena. Conheça os participantes:

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