Luisa Macedo (MG)

Mundana Procura é como janelas que se abrem a muitas paisagens, como nossa memória e suas camadas, e finos véus por onde tantas vezes espiamos para acessar um ou outro acontecimento. Que fronteiras rompemos quando nos lembramos?

Os postais que se apresentam no vídeo nasceram de correspondências com artistas também em situação de isolamento e de suas narrativas a respeito do que é estar em reclusão – ainda que a mente viaje, tantas vezes, a lugares que nem sempre controlamos. Nos questionamos, nessas trocas, sobre ser o ato de lembrar também uma forma de criar ficções, sobre as fronteiras invisíveis que, em forçada imobilidade, podemos romper.

Cada um, à sua maneira, disse de suas investigações em quarentena: desde a abertura de uma caixa de fotos a uma desejada visita ao mar. A partir de imagens colecionadas há alguns anos, de mídias diversas como slides, negativos, filmes super 8 e VHS, foram construídas essas cartas em movimento, acúmulos de memórias alheias que, ao serem compartilhadas, tornam-se também um pouco de quem as vê.