Slam das Minas RJ
Slam das Minas RJ é um coletivo artístico que organiza uma batalha lúdico poética itinerante no estado do Rio de Janeiro, dando visibilidade a mulheres [héteras, lésbicas, bis, ou trans], pessoas queer, agender, não bináries e homens trans. Formado pelas poetas Andrea Bak, Moto Tai, Genesis, Tom Grito e Rainha do Verso, e ainda Débora Ambrósia (produção), Lian Tai (vídeos) e DJ Bieta (sonorização).
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Carmen Kemolly
Pandemônio
A essa altura do campeonato
Não tem mais ninguém besta aqui não, ninguém escapa!
Pra entender que hastag tá longe de ser luta concreta, desgraça..
É só uma tática
É claro que vidas negras IMPORTAM
Foram elas que vieram EX-POR-TA-DAS
Pra construir esse país aqui, ó...De graça!
Sendo chamada de macaca
Foi esse o pagamento que recebemos dessa nação
Que o nome é Brasil e o sobrenome é Farsa
Mas por essa ninguém esperava
Ficar em casa agora é lei
Mesmo sem água na torneira, sem um tostão no bolso
Playboy ainda vai dizer que é curtição de preguiça, né meu rei...
Teu presidente confunde os discursos
Trabalhador da periferia quer sair pra trabalhar
“Mas meu senhor, estamos diante de uma Pandemia, parecida com aquelas 10 pragas que a Bíblia gosta de contar”
E ele pergunta: é tu que vai me sustentar?
Por hora esperamos deitadas a renda familiar
Que demora uma vida pra chegar
Esperando que esse seja um momento de RUPTURA
Que a História vem profetizar
E já tão pedindo o Impecheament do Bozo
Não sei se choro ou se choro
Sairia Bolsonaro entraria Mourão
Vamo errar de novo na prática
Onde foi que a gente enterrou a Radicalização
Já estamos vivenciando censuras
O Brasil virou um República Fascista Militar
Povo preto, vamos raciocinar
Se não é o nós por nós que tem nos mantido vivos
Da cultura periférica à agricultura familiar
Presta bem atenção nessa Nano, Biotecnologia
E depois tu vem me dizer
Se esse negócio de vírus e vacina
Num é golpe pra nos robotizar
Mas quem é que luta não estando presente?
E já ceifaram a vida de tanta gente
Gritamos Cláudia Presente, João Pedro, Ágatha, Marielle Presente
E enquanto eu escrevia essa poesia
Miguel foi morto pela patroa de sua mãe, Sinhazinha, Racista e Negligente
Não vai sobrar nem a cor da minha gente
Pra identificar que essas cenas, essas cenas não são de suspense
É gente da minha gente, é vida real
Mas pra eles nós nunca nem fomos gente, é surreal!
E nós sabemos que nossos ancestrais vieram foi lá das terras do repente
Tomando sol quente
Subindo morro sem repelente
Nas matas, corpo fechado e cabeça rente
Se atente!
O plano deles era em cem anos ter exterminado a melanina de meus precedentes
Com uma miscigenação que tentou clarear a cor dos meus parente
E desse solo sagrado
Ainda vai se reerguer o ponto de ligação
Junta Aldeia, Asfalto e Quilombo
Tá formada nossa Facção
Vai ter Magia, Feitiço e Encantaria cobrando a cabeça desses ladrão
Quero o meu ouro de volta
E eu não tô falando de migalha
Tô falando de PROFUNDA, INTEGRAL E COMPLETA REPARAÇÃO.
Poeta, jornalista, realizadora audiovisual e pesquisadora. Nasceu e se criou em Timon, no Maranhão, e conheceu o movimento hip hop no Piauí. Participa da Coletiva de Poetas Pretas @melaminasoficial; escreve para a plataforma @ocorrediario; e atualmente divulga seu último trabalho no rap, o EP Karma, lançado em 2019.
Eventos ao vivo
Quarentena poética ao vivo
Lives com a coletiva e convidadas
Domingos, 15h
17 e 31/5
7, 14 e 21/6
Slam das minas RJ
A tradicional competição valendo vaga para a final anual
24/5 e 28/6
Pocket Show com DJ Bieta e Slam das Minas RJ
Música e poesia
30/6
Projeto realizado a convite da área de Educação e acompanhado por Maria Emília Tagliari, da equipe do IMS