Corpo a corpo: a disputa das imagens, da fotografia à transmissão ao vivo

O filósofo suíço Jacques Leenhardt escreve sobre A máscara, o gesto, o papel, de Sofia Borges, que integrou a exposição Corpo a corpo. Ele observa que através de um jogo de distância e proximidade, o trabalho aponta o abismo entre os gestos da democracia e o mundo da troca de favores. 

O trabalho de Jonathas de Andrade em Eu, mestiço, parte da exposição Corpo a corpo (acima), no IMS Paulista, é uma inversão potente e original das convenções presentes nas fotos usadas pelos estudos culturalistas, analisa a historiadora Lilia Schwarcz.

Assista à conversa completa entre o artista Jonathas de Andrade e a antropóloga Lilia Schwarcz sobre a obra Eu, mestiço, que integra a exposição Corpo a corpo: da fotografia à transmissão ao vivo.

Uma das atrações de abertura do IMS Paulista, inaugurado em 20 de setembro de 2017, a exposição exibe um recorte da produção brasileira contemporânea em fotografia, cinema e vídeo por meio de sete trabalhos desenvolvidos por Bárbara Wagner, Garapa, Jonathas de Andrade, Letícia Ramos, Mídia Ninja e Sofia Borges.

Em Mestres de cerimônias 2015-2016 – um dos projetos contemplados pela Bolsa de Fotografia ZUM/IMS 2015 –, Bárbara Wagner documenta a combinação de realidade e fantasia que envolve a vida dos jovens MCs dos movimentos de brega-funk e funk-ostentação.

Microfilme, projeto que a artista Letícia Ramos executou e finalizou com o financiamento da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS 2013, registra uma viagem de exploração a um local aparentemente ermo, mostrando suas evidências paleontológicas; um lugar ao sul do país vulnerável ao gosto das marés, que transformam a paisagem cotidianamente.

Postais para Charles Lynch, do coletivo de fotografia Garapa, foi inspirado em postais que circularam no início do século 20 pelos Estados Unidos, disseminando as imagens de enforcamentos e linchamentos realizados por tribunais dos movimentos de supremacia racial branca.

O coletivo Mídia Ninja – Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação emergiu em 2013 como um veículo de notícias alternativo à imprensa tradicional, com atuação concentrada nos meios digitais. O fotógrafo Rafael Vilela falou à ZUM sobre fotojornalismo, projetos colaborativos e democratização da fotografia.