A batalha de Argel descreve eventos decisivos da guerra pela independência da Argélia, marco do processo de libertação das colonias europeias na África. A ação concentra-se entre 1954 e 1957 (a guerra só terminaria em 1962), mostrando como agiam os dois lados do conflito: enquanto o Exército francês recorria à política de eliminação e à tortura, a Frente de Libertação Nacional (FLN) desenvolvia técnicas não convencionais de combate baseadas na guerrilha e no terrorismo. A narrativa mistura técnicas de documentário e de ficção. “O filme começou na prisão, eu condenado à morte” – conta Saadi Yacef, produtor e autor do relato autobiográfico que inspirou o roteiro. “Vivíamos a descolonização, a época em que o colonizado decidiu ser mestre de seu destino. Um dia fui preso e condenado à morte. E, quando se está sozinho numa cela, tenta-se preencher os dias. Eu fazia filmes na cabeça. Lembrava do que vivi antes de ser preso.” Beneficiado com um indulto, transferido para uma prisão francesa, Saadi escreveu um livro de memórias, Souvenirs de la Bataille d’Alger. Libertado em 1962, foi para a Itália, buscar um diretor e um roteirista capazes de traduzir seu livro em linguagem cinematográfica: Gillo Pontecorvo, o realizador de Kapò, e Franco Solinas, autor do roteiro de O bandido Giuliano.