Sergio e seu pai, Simão, não se viram ao longo de 20 anos. A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil fornece ao filho, que mora na Espanha, um pretexto para conviver algum tempo com o pai, retomando o antigo hábito de assistirem a jogos juntos.
Segundo Sergio Oksman e Carlos Muguiro, as primeiras palavras anotadas no caderno de trabalho durante o processo de elaboração do filme foram: “gravar a Copa com Sergio e Simão, um pai e um filho, infância, ficção da realidade, voltar atrás, reproduzir as circunstâncias da felicidade da infância, construir o imaginário, regras de futebol, eclipse”.
“Nessa sequência de palavras”, comentam os autores, “estavam anotadas as ideias que continuamos desenvolvendo ao longo dessas três semanas, antes do início da Copa, e isso nos permitiu adentrar num território totalmente desconhecido. Mais do que uma solução para o roteiro, para a história, para o enfoque narrativo, para o conteúdo dramático, o que estávamos realmente buscando era justamente o esquecimento, a viagem, a transformação, o cinema no presente, a ausência de palavras. Esse território que marcava limites desconhecidos para nós. Não era um problema de roteiro, e sim de metodologia.”