Série de vídeos educativos voltada para o público infantojuvenil que investiga o acervo de fotografias do Instituto Moreira Salles a partir de um ponto de vista crítico, refletindo sobre aspectos técnicos, sociais e simbólicos das imagens.
Os vídeos têm versões com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e legendas em português.
Infâncias negras
Betina é uma jovem negra, moradora da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Fotógrafa desde a infância, inicia uma pesquisa no IMS sobre fotografias de crianças negras. Provocada pelo acervo, Betina instiga-nos a pensar sobre como muitas dessas imagens estão marcadas pelo racismo e revela a potência da autorrepresentação em transformar as narrativas e as vidas das crianças negras.
Versão com interpretação em Libras e legendas em português
Voz e Personagem
Betina Fonseca
Direção
Pâmela Peregrino e Maria Emília Tagliari
Roteiro
Renato Noguera e Pâmela Peregrino
Concepção
Renata Bittencourt (Diretora de Educação IMS)
Maria Emília Tagliari Santos (Supervisão Educação IMS Rio)
Assistentes de Direção
Letícia Souza e Gabriel Belchior
Colaboração de Roteiro
Gabriel Belchior (Estagiário Educação IMS Rio)
Leticia Souza (Educadora Educação IMS Rio)
Maria Emília Tagliari Santos (Supervisora Educação IMS Rio)
Rafael Braga Lino dos Santos (Educador Educação IMS Rio)
Victor Crispim
Jamaica Jameica
Karoline Guimarães Rosa
Larissa Bery
MAROON
Leitura de Imagem
Beatriz Abade (Educadora Educação IMS Paulista)
Leticia Souza (Educadora Educação IMS Rio)
Rafael Braga Lino dos Santos (Educador Educação IMS Rio)
A leitura da imagem de Walter Firmo da família na Rodoviária de Petrópolis foi inspirada no texto de Janaína Damaceno.
Damaceno. Janaína. Geografia do afeto. Parte 1: o lugar do pai. In: BITTENCOURT, Renata (org.): Negras Imagens - Formação a partir do acervo IMS. São Paulo, 2023. Disponível em: https://ims.com.br/eventos/negras-imagens-formacao-a-partir-do-acervo-ims/
Storyboard
Pâmela Peregrino
Animação
Victor Crispim (Pião Kamikaze)
Jamaica Jameica (Pião Kamikaze)
Edição e Motion Design
Dayane Tropicaos
Mixagem e Trilha Sonora
Victor Galvão
Acessibilidade
Tradutor e intérprete de Libras: Wermerson Meira Silva
Pesquisa de Imagens
Amanda do Nascimento Pereira (Estagiária Educação IMS Rio)
Maria Emília Tagliari Santos (Supervisão Educação IMS Rio)
Leticia Souza (Educadora Educação Rio)
Gabriel Belchior Mesquita (Estagiário Educação IMS Rio)
Acompanhamento de acervo IMS
Alessandra Coutinho Campos (Assistente de Curadoria Coord. Fotografia) Ileana Pradilla Ceron (Núcleo de Pesquisa em Fotografia)
Silvana Marcelina (Acervo Januário Garcia)
Processamento e tratamento das fotografias
Núcleo Digital IMS
Núcleo Preservação e Conservação IMS
Fotografia IMS
Live Action
Câmera, Som Direto e Edição - Fabiano Santana
Assistência de Direção - Karoline Guimarães Rosa
Captação de áudio
Filipe Di Castro (Rádio Batuta IMS)
Locação
Gestão de Acervos IMS
Pesquisa de Personagem
Larissa Bery
Colaboração
Alexandre Borges
Ítan Cinema Negro:
Erlane Rosa
Filip Couto
MAROON
Pâmela Peregrino
Agradecimentos
Cecília Fonseca
Daniel Sake
Ivanildo Soares
Luana Pinheiro
Lucas Saldanha
Walter Firmo
Produção
Merat Produções Artísticas
Realização
Área de Educação IMS
Instituto Moreira Salles
Rio de Janeiro, 2024
DAMACENO, Janaína. Geografia do afeto. Parte 1: o lugar do pai. In: BITTENCOURT, Renata (org.): Negras Imagens - Formação a partir do acervo IMS. São Paulo, 2023. Disponível em: https://ims.com.br/eventos/negras-imagens-formacao-a-partir-do-acervo-ims/
JOVINO, Ione da Silva.”Foto de grupos de negros”: novas velhas imagens de Vizenco Pastore. In: BITTENCOURT, Renata (org.): Negras Imagens - Formação a partir do acervo IMS. São Paulo, 2023. Disponível em: https://ims.com.br/eventos/negras-imagens-formacao-a-partir-do-acervo-ims/
OLIVEIRA, Rafael Domingos.Modos de se ver as infâncias negras: cultura visual em dois atos fotográficos. In: BITTENCOURT, Renata (org.): Negras Imagens - Formação a partir do acervo IMS. São Paulo, 2023. Disponível em: https://ims.com.br/eventos/negras-imagens-formacao-a-partir-do-acervo-ims/
SANTIAGO, Viviana. Infância Negra: uma (re)construção necessária. Geledés. São Paulo, 2022. Disponível em: https://www.geledes.org.br/infancia-negra-uma-reconstrucao-necessaria/
Nesta entrevista, conduzida por Marcell Carrasco, Betina compartilha sua trajetória na fotografia, comenta sua experiência no projeto e revela histórias e curiosidades sobre a repercussão do vídeo.
Representações indígenas
Mari é uma jovem indígena, do povo Aranã Pedro Sangê, que vive em Belo Horizonte. Intrigada com uma história que sua avó contava sobre a fotografia capturar a alma das pessoas e animais, decide comprar uma câmera fotográfica e iniciar uma investigação a partir do acervo de fotografias do Instituto Moreira Salles, para compreender melhor a visão de sua avó.
Sua pesquisa instiga-nos a pensar sobre como fotografias de alguns dos povos indígenas no Brasil, em diferentes períodos históricos, nos possibilitam refletir sobre a maneira como essas imagens foram feitas, seus contextos e a potência dos povos indígenas como protagonistas de suas próprias narrativas fotográficas na contemporaneidade.
Versão com interpretação em Libras e legendas em português
narração e personagem
Mariana India Aranã Pedro Sangê
concepção
Renata Bittencourt (Coordenação Educação IMS)
Maria Emília Tagliari Santos (Supervisão Ação Educativa IMS Rio)
direção
Carolina Santana
Douglas Pêgo
roteiro
Carolina Santana
Graciela Guarani
produção
Malacaxeta - arte, educação e design
realização
Instituto Moreira Salles
Em entrevista realizada por Marcell Carrasco, da equipe de comunicação do IMS, a jovem comenta como foi o processo da realização do projeto e sua importância para a construção de suas próprias representações.
Você poderia se apresentar e contar quem você é, sua cidade, idade?
Meu nome é Mariana India, tenho 15 anos, sou de Araçuaí - Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais), do povo indígena Aranã Pedro Sangê. Atualmente moro em Sete Lagoas, Minas Gerais.
O resultado do vídeo é muito interessante. Você pode contar como foi sua participação no filme?
Eu fiquei muito feliz quando a Carol (diretora do filme) chamou minha mãe e me convidou para participar do projeto. Algumas fotos que aparecem no vídeo são do meu povo, e algumas do acervo do instituto (IMS). Foi importante para contar nossa história, que muitas vezes não é falada. E o resultado ficou lindo, eu chorei na hora que vi o resultado, de verdade, porque foi um momento muito importante para mim, para mostrar minha habilidade e capacidade, mostrar um pouco da história do meu povo.
E como isso marcou você? Já tinha feito algum trabalho desse tipo antes?
Foi a primeira vez que fiz esse tipo de trabalho, e foi uma oportunidade muito boa. Eu amei demais! Isso me marcou demais, porque eu sempre tive um interesse pela fotografia. Através da fotografia é possível retratar vários momentos da vida. Por exemplo, eu nasci numa época mais recente, então tenho fotos de pequena até hoje. E tem gente que não tem esse poder, essa possibilidade de gravar esses momentos. Então, é bom ter essas fotografias para guardar e mostrar para outras pessoas, para outras gerações.
O que mais chamou sua atenção ao se deparar com o acervo do IMS? Foi a primeira vez que viu aquelas imagens?
O acervo do instituto tem muitas fotos antigas e muitas fotos tiradas por não indígenas, e essas fotos, na maioria das vezes, não têm identificação, não têm nome, não têm nome do povo. Então é um pouco triste isso, sabe, de não saber quem foram aquelas pessoas. Foi a primeira vez que vi essas imagens, que são bonitas, mas que poderiam ter uma identificação, um nome, um povo, sabe, informações!
Qual a importância de pessoas indígenas fazerem seus próprios registros? Você acha que é um movimento importante de reconstrução de sua própria história?
Eu particularmente gosto de tirar fotos, gosto de retratar todos os momentos para poder guardar, mostrar para os meus netos quando eu estiver bem velhinha. Poder mostrar nosso povo indígena, que muita gente não sabe. Na minha própria escola, as pessoas não sabem que sou indígena, e, quando falo “sou Mariana India”, as pessoas perguntam: “Mas você é índia mesmo?”. Eu falo: “Sim, eu sou”.
Quais são suas referências? Existem pessoas ou trabalhos que influenciam você na fotografia?
Eu não tenho uma referência exata. Quem tira nossas fotos somos nós, fazemos nosso acervo para nós mesmos. Mas uma referência que eu gosto bastante é a Barbara Simões, que fez minhas fotos de 15 anos (acima), em que eu estava vestida com minhas roupas indígenas, com um cocar, um colar, uma roupa indígena mesmo. Foi muito especial, e ficou lindo o resultado das fotos que eu fiz com ela.
O que você espera do resultado do filme, como acha que será a repercussão?
Eu acho que o resultado vai ser incrível, todo mundo vai gostar porque é um assunto que não é falado. É um material que pode ser mostrado em escolas, por exemplo. Então acho que vai ser um resultado magnífico.
E você pretende seguir no ramo da fotografia?
Tecnicamente, não (risos). A minha área mesmo é da biomedicina, que eu pretendo seguir futuramente. Mas continuo fotografando, porque é algo que gosto muito.