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Contraste

Exposição Entre nós: 10 anos da Bolsa ZUM/IMS

Sofia Borges (Ribeirão Preto, SP, 1984)

Teatro para o artifício, da série Performances para se tornar uma fotografia, 2018
Fotografias impressas em 2023 em pigmento mineral sobre papel de algodão.

A impossibilidade de a linguagem unir existência e significado é o motor da pesquisa visual da artista, que envolve fotografias, máscaras, colagens, performance e teatro. Em uma performance de oito horas, Borges criou peças teatrais, colagens vivas que convidavam artistas para transformarem-se em imagem. Para tanto, a artista imprimiu seis de suas imagens como fundo de palco e usou recortes fotográficos de máscaras antigas e outros artefatos como instrumentos para os artistas. Com o auxílio de pigmentos, tinta e outros materiais, Borges dirigiu os artistas como em uma peça, borrando as linguagens e criando sobreposições de camadas e sentidos.

A obra de Borges versa sobre a impossibilidade de a linguagem tirar a matéria de sua condição encriptografada e, portanto, de apresentar seu significado pleno. A artista, ao frequentar assiduamente espaços de representação, como museus de história natural, bibliotecas e cavernas pré-históricas, cria formas de se aproximar e encarar essa condição, buscando nas origens do mundo tanto a necessidade humana de representar a vida como seu fracasso em representar as coisas em si. Ao final, tudo termina como representações de si, assim como as ações de Borges terminam novamente como imagens.
(Daniele Queiroz) Bolsa ZUM/IMS 2016

 

Formada em artes visuais pela Universidade de São Paulo em 2008, foi uma das fotógrafas indicadas ao Foam Paul Huf Award em 2010 e 2014. Publicou, em 2016, o livro The Swamp [O pântano]. Em Teatro para o artifício, Sofia Borges fotografa uma performance artística que utiliza fotografias, máscaras, colagens, para investigar a origem do mundo e de suas representações visuais.