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Contraste

Artes do cotidiano

Conversa

Com Joana Mello, Paulo Garcez e Amanda Reis Tavares Pereira. Parte de 1922: Modernismos em debate

Quando

25/10/2021, segunda, às 18h

Evento online e gratuito

Transmissão ao vivo com tradução simultânea em Libras pelo YouTube do IMS e opção de legendas automáticas para quem assistir pelo Facebook.
Tapeçaria, década de 1920. Obra de Regina Gomide Graz. Veludo e debrum de fio metálico. Coleção Fulvia e Adolpho Leirner. Acervo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

A presença destacada do arquiteto polonês Georg Przyrembel na Semana de 22 (e seu esquecimento com o tempo) levanta questões sobre o lugar do neocolonial no projeto moderno brasileiro. Este oitavo encontro do ciclo 1922: modernismos em debate aborda ainda a contribuição de outro estrangeiro, o artista português Fernando Correia Dias, com atuação expressiva e inovadora no mercado gráfico e de artes decorativas no Brasil – e, como Przyrembel, também esquecido ao longo das décadas seguintes. A art nouveau no país também é tema desse encontro.

Essa conversa faz parte do ciclo de encontros 1922: modernismos em debate.

Transmissão ao vivo com tradução simultânea em Libras pelo YouTube do IMS e opção de legendas automáticas para quem assistir pelo Facebook.


Vídeo


Programa

Mesa 15

18h às 18h30 - Georg Przyrembel na Semana de 22: um enigma, algumas hipóteses
Com Joana Mello (USP)

Ao defender a Semana de 22, Mário de Andrade afirmava no calor da hora que “quem primeiro manifestou a ideia moderna e brasileira na arquitetura teriam sido os paulistas e seu estilo colonial”. O estilo seria representado pela Taperina na Praia Grande, projeto do polonês Georg
Przyrembel exposto com destaque, conformando com a produção de Mário de Andrade e Anita Malfatti o eixo principal de quem adentrava o Theatro Municipal. A afirmação de sua modernidade e a centralidade física e relacional com que foi exposto contrastam com a ausência de informações sobre suas relações com os modernistas, a pouca repercussão que sua obra teve na imprensa e o seu paulatino esquecimento, só suspenso para atestar a presença do neocolonial no evento. Menos do que uma contradição, essa oscilação parece falar do quanto o debate sobre o moderno e o nacional estava em aberto nos anos 1920, e reconhecer que neocoloniais e modernos se aproximavam e distanciavam na busca pela definição da arquitetura moderna brasileira. Analisar essa disputa é mostrar como o moderno compartilha ideais do neocolonial e também reconhecer os limites do projeto moderno brasileiro consagrado nos anos 1930.

18h30 às 19h - Art nouveau: limites de uma linguagem moderna no Brasil
Com Paulo Garcez (USP)

A apresentação focaliza a presença da art nouveau no Brasil, observada especialmente a partir da circulação, apropriação e reelaboração de suas vertentes francesa, italiana e austríaca. Procura observar fatores motivadores e também entraves a sua difusão no país, a partir de um quadro internacional mais amplo que compreende a art nouveau como uma linguagem radical a ponto de enfrentar resistências em ambientes urbanos e culturais mais conservadores e ligados ao governo central dos estados nacionais.

19h às 19h30 - Correia Dias: um artista à deriva
Com Amanda Reis Tavares Pereira (UERJ)

Em 1914, o artista português Fernando Correia Dias desembarcou no Brasil, onde sua chegada era anunciada nos jornais, e sua presença, aguardada por uma comitiva de intelectuais no cais do porto. Rapidamente ambientado, realizou um trabalho extenso e diverso no país sobre o qual ainda há muito a ser pesquisado. “Esquecido e inesquecível”, na definição de Arnaldo Saraiva, Correia Dias teve atuação expressiva e inovadora no mercado gráfico. Concebeu e realizou muitos e diferentes projetos, de móveis e tapetes a interferências arquitetônicas, além de ter se dedicado à cerâmica, que, assim como outros projetos seus, vinculou-se ao dito decô marajoara. Apesar de sua vasta atuação, olhar para sua trajetória hoje é ainda levantar subsídios para compreender a dimensão de sua obra e de que forma a sua produção, o reconhecimento que seu trabalho alcançou à época e seu posterior esquecimento podem alimentar a reflexão e revisão historiográfica sobre o período.

19h30 - Debate
Mediação: Rodrigo Queiroz (FAU USP)

 

Realização


Sobre os participantes

Amanda Reis Tavares Pereira é pós-doutora em Artes e doutora em História e Crítica da Arte pela UERJ, e mestra em Teoria e História Literária pela Unicamp. Em seu doutorado, analisou as ressonâncias entre as obras de Cecília Meireles e Vieira da Silva. Em seguida, pesquisou sobre o artista português Fernando Correia Dias, fundamental na formação de Cecília, integrando o projeto Unfolding Art History in Latin America, apoiado pelo Programa Connecting Art Histories, da Fundação Getty, coordenado pela UERJ.

 

Joana Mello de Carvalho e Silva é professora associada da FAU-USP, onde integra o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. É bolsista produtividade em Pesquisa CNPq/PQ-2 e líder do Grupo de Pesquisa CNPq Arquivos, Fontes e Narrativas: Entre Cidade, Arquitetura e Design. Desenvolve pesquisas sobre neocolonial, arquitetura moderna e domesticidade, sendo autora, entre outros, do livro Ricardo Severo: da arqueologia portuguesa à arquitetura brasileira (2007).

 

Paulo César Garcez Marins é historiador, doutor em História Social pela USP, é docente e membro do corpo de curadores do Museu Paulista da USP e docente dos Programas de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e em Museologia da USP. Pesquisador do Projeto Temático Fapesp Coletar, Identificar, Processar, Difundir: O Ciclo Curatorial e a Produção do Conhecimento.


Como participar

Quando
25 de outubro de 2021, segunda, às 18h

Evento online
Grátis, não é necessário se inscrever antecipadamente.
Transmissão ao vivo com tradução simultânea em Libras pelo YouTube do IMS e opção de legendas automáticas para quem assistir pelo Facebook.


1922: Modernismos em debate

O ciclo de encontros 1922: modernismos em debate tem o objetivo de promover uma revisão crítica da Semana de Arte Moderna de 1922. A partir de uma perspectiva histórica ampla, incluirá a análise de manifestações modernistas ocorridas em outras regiões do Brasil, tais como Minas Gerais, Recife, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Organizado pelo Instituto Moreira Salles, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e pela Pinacoteca, o evento reunirá, em dez encontros, pensadores de diversas áreas, formações, regiões e gerações.