O museu constitui-se como espaço pulsante na vida social e cultural no que se refere ao direito à cidade. Estamos vivendo a retomada gradual dos públicos a estes espaços, que têm reorganizado suas programações nos âmbitos presencial e virtual. Assim, a programação deste fórum, organizado pela área de Educação do IMS, parte da reflexão sobre o lugar que o museu ocupa nas relações interpessoais e como referência para a sociedade, sendo espaço de acolhimento, encontro e afeto.
Para a primeira conversa, Interdependência, acessibilidade estética e emocional e direito à cidade, convidamos Isabel Portella, Camila Alves e Regina Cohen. Na segunda conversa, com Hilda Gomes, Priscilla Leonnor e Gladys Schincariol, o tema proposto é Acolhimento, luta antimanicomial e interseccionalidade.
Ao longo dos dois dias de programação, para refletir sobre o processo de invisibilização de corpos dissidentes e sobre o capacitismo presente em diversos campos da nossa sociedade, serão lançados vídeos com depoimentos de Deborah Prates, Leandrinha Du Art e Lucas Pontes, bem como produções artísticas de Kitana Dreams e Nayuda.
Transmissão ao vivo com interpretação em Libras pelo YouTube e opção de legendas automáticas para quem assistir pelo Facebook.
Leandrinha Du Art
Midiativista, escritora, colunista NINJA, militante LGBT & PCD, além de graduanda de Teologia e pesquisadora de Filosofia. Aos 26 anos, tem se tornado um rosto de referência nas pautas sexualidade e gênero para pessoas com deficiência e LGBTQIA+, se conectando com pessoas do Brasil e do mundo.
Camila Alves
Psicóloga clínica e pesquisadora, especializada em Terapia Corporal Reichiana e doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). No mestrado defendeu a dissertação “E se experimentássemos mais? Um manual não técnico de acessibilidade em espaços culturais”. Atua na área da cultura há dez anos, e é docente do curso de Psicologia das Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH), em Niterói. Seus interesses de pesquisa estão no campo dos estudos sobre deficiência, na interface entre arte, cultura, gênero e animais.
Regina Cohen
Arquiteta com mestrado em Urbanismo e doutorado em Psicossociologia de Comunidades, é gerente da empresa ACESSO: Projeto, Consultoria e Ensino em Acessibilidade e consultora internacional. Especialista em acessibilidade e representante do Brasil na G3ict, foi consultora da RIO+20, coordenadora do Núcleo Pró-Acesso UFRJ e Visiting Professor Fulbright/Capes na Universidade de Syracuse (NY, EUA). Participou do projeto de acessibilidade da Copa de 2014 e do manual de acessibilidade da Rio 2016.
Isabel Portella
Museóloga e crítica de arte, doutora e mestre em História e Crítica da Arte pela Escola de Belas-Artes/UFRJ, especialista em História da Arte e Arquitetura do Brasil pela PUC-Rio, pesquisadora de acervo, coordenadora e curadora da Galeria do Lago Arte Contemporânea do Museu da República, Rio de Janeiro. Coordena o GT de Acessibilidade do Programa Nacional de Educação Museal e faz parte do International Council of Museums - ICOM.
Nayuda
Arte-educadora, poeta surda e consultora de tradução de Libras, participa do Slam do Corpo e de outros saraus e batalhas de poesia como slammer e poeta. É também MC, mãe, performer, co-fundadora do grupo RamariaS e contadora de histórias no gRUPO êBA!
Deborah Prates
Advogada, feminista e ativista da causa das pessoas com deficiência, com recorte em mulheres com deficiência. É pós-graduada em gênero e direito e pós-graduada em direito do consumidor e responsabilidade civil, ambos pela EMERJ. Presidente da Comissão da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros e autora do livro Acessibilidade Atitudinal (editora Gramma, 2015), integra o Foro da Pessoa com Deficiência da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro.
Lucas Pontes de Andrade
Ativista do movimento da neurodiversidade e produtor de conteúdo sobre autismo e questões relacionadas. Acadêmico de Psicologia, foi diagnosticado autista aos 20 anos.
Gladys Maria Schincariol
Psicóloga clínica graduada pela PUC de Campinas. Estudou Carl Gustav Jung com a dra. Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, e praticou seu método terapêutico através das atividades criativas, expressivas e livres, no Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico Pedro II, onde ainda atua. Desde 1979 é coordenadora dos projetos de pesquisa e divulgação do Museu de Imagens do Inconsciente. No campo da Saúde Mental atua na supervisão clínica e atendimento dos frequentadores dos ateliês terapêuticos do Museu, utilizando a criatividade, a liberdade e o afeto como formas de tratamento.
Priscilla Leonnor
Professora de Libras na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. É formada em Pedagogia e Letras/Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, pesquisa Língua Brasileira de Sinais nas áreas de educação e artes visuais.
Hilda Gomes
Bióloga, educadora do Museu da Vida e Mestre em Educação pela UFF. Integra o GT de Acessibilidade do MV, o Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência e o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça e é docente dos seguintes programas de pós-graduação lato sensu da Fiocruz: Divulgação e Popularização da Ciência/COC; Direitos Humanos, Acessibilidade e Inclusão/DIHS/ENSP; e Ciência, Arte e Cultura na Saúde/IOC.
Kitana Dreams
Drag Queen surda, criadora de conteúdo, digital influencer, youtuber e maquiadora, engajada nos movimentos da comunidade LGBTQIA+. Grava vídeos de tutoriais de maquiagem e beleza para as redes sociais e é uma das precursoras do uso de gírias na comunidade surda.