Uma reflexão sobre os conceitos de fotografia e movimento negro, partindo do entendimento de ambos como dispositivos heterogêneos e multifacetados de ação e de criação. Os enfoques que a fotografia direciona ao movimento negro, assim como as estratégias poético-fotográficas utilizadas por essas mobilizações coletivas, serão considerados no curso. Em cada encontro, abordaremos situações históricas e propostas artísticas contemporâneas articuladas a essas duas concepções centrais. Serão analisados imagens, livros e trabalhos artísticos por meio de metodologias visuais variadas, considerando os locais e as modalidades dos materiais.
Este curso não exige conhecimento prévio acerca dos temas que serão abordados.
Parte da série Histórias da fotografia.
Quando
3, 10, 17 e 24 de novembro de 2020, terças, das 17h30 às 19h30
Curso online
Grátis, com inscrição prévia.
Lugares limitados (100 vagas)
A oficina acontecerá pela plataforma Zoom.
Este curso não exige conhecimento prévio acerca dos temas que serão abordados.
As aulas serão gravadas e ficarão disponíveis após a conclusão do curso no canal do IMS no YouTube.
É pesquisador na área de artes visuais, com enfoque em fotografia. Estudou na Universidade de São Paulo, onde concluiu mestrado em História, Teoria e Crítica de Arte (2016) e bacharelado em Gravura (2013). Atualmente estuda no doutorado concepções curatoriais em projetos artísticos do Leste Europeu. É integrante do Grupo de Pesquisa Arte, Design e Mídias Digitais (GP_ADMD).
1) Introdução às concepções de fotografia e movimento negro, identificando as suas múltiplas origens, com o intuito de analisar a noção de unidade distributiva enquanto forma cultural e também a dispersão tecnológica dos eventos fotográficos e das ações coletivas.
2) Proposta analítica que estimule leituras possíveis entre o movimento negro e a fotografia, com tópicos como a contribuição editorial no pré-fotográfico (Francisco de Paula Brito), documentação foto-gráfica na imprensa negra (jornais e associações) e frentes afroatlânticas no fotojornalismo.
3) Perspectivas de luta e intervenções fotográficas na noção de arquivo: acervos e projetos fotográficos (Januário Garcia, Lita Cerqueira), amplitude de digitalização e novos arranjos para a imagem (Zumví Arquivo, Cultne) e experiências curatoriais (Deborah Willis, Okwui Enwezor).
4) Processos de artificação do movimento negro: novas temporalidades e suas redefinições; criações artístico-políticas na fotografia (Carrie Mae Weems, Dawoud Bey, Marina Amaral, Ming Smith e outros); permanências fotográficas em novos ambientes (LaToya Ruby Frazier, Hank Willis Thomas, Isaac Julien).
Como alternativa a uma história da fotografia única e cronológica, esta série de cursos organizada por Miguel Del Castillo e Thyago Nogueira revê a produção fotográfica através de temas e questões transversais, como a arte, as exposições, a imprensa, as ciências humanas, a moda, a fotografia amadora, a arquitetura, o cinema, o retrato indígena e as discussões raciais.