Em celebração ao mês do orgulho LGBTQIAPN+, o IMS Paulista convidou todes para o baile que ocupou o térreo do centro cultural com arte, corpo e pertencimento criando um cenário de celebração, memória e afirmação dessas existências.
A cultura ballroom é um universo de expressão, resistência e criatividade criado por pessoas LGBTQIAPN+ negras e latinas. Desde os anos 1970, balls (ou bailes) acontecem como espaços onde se performa, compete e celebra identidades, afetos e estilos. Ao longo do tempo, a cena foi se transformando — e é a partir dessas transformações que nasce a divisão por Eras que marcam um recorte temporal e estético, refletindo como a comunidade vivia, se organizava e performava em determinado período.
No baile O Amor é a Mensagem – Eras Ballroom, cada categoria é inspirada em uma dessas Eras. A proposta é convidar quem participa — de forma ativa ou na plateia — a mergulhar na história da ballroom, celebrando suas referências e se apropriando delas com amor e autenticidade.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

A Era laranja é liberdade. Nesta Era, a cena ballroom explode nas redes sociais, ocupando espaços antes negados. Os desfiles ganham estética de editorial, com passarelas improvisadas em avenidas, becos, museus e eventos mainstream.
Inspiração: Pense em balls como o Vogue Fever ou as aparições da House of Zion no SPFW.
Desafio: Desfile como se a lente da câmera estivesse ao seu alcance – cada pose, cada transição, deve ser digna de replay.
Dress code: Laranja
A última era underground da ballroom: ponte entre o passado e o futuro. A beleza queer começa a ocupar espaço — nas redes, nas ruas, nos bailes. Selfies ousadas, makes esculpidas e atitude nos mug shots anunciam novos ícones.
Referências: como Statement Mother Diameika Odara, referência na categoria Face e educadora na cena ballroom brasileira , além de nomes como Legendary Father Vitor Harpya, que vêm ganhando destaque nas balls nacionais.
Desafio: Nossas referências trazem regularmente efeitos para entrar na categoria, um peça caindo, luzes, chuva de papel, etc. Traga um efeito para entrada.
Dress code: Amarelo
Antes dos virais, havia as vozes que comandavam a pista ao vivo — com rima, flow e carisma. Essa Era celebra o tempo em que o microfone era rei e a palavra conduzia o baile.
Inspiração: Os vídeos de baixa qualidade mas alta potência no YouTube, com comentaristas improvisando narrativas como DJs do coração.
Referência de performer: Kevin JZ Prodigy, Jack Mizhari, Mc Debra entrou outras pessoas.
Desafio: Use a palavra como instrumento e faça o público dançar com a sua voz.
A estética é sua arma. A Era Azul celebra o visual como linguagem: atitude, luxo e presença. Aqui, o look entra antes de você — e deixa a pista em silêncio. Campanhas de moda, clipes icônicos e aquele close de quem sabe que é editorial.
Referência: A cena Ballroom Brasil tem servido capas vivas. Inspire-se em quem veste o exagero com elegância e faz do estilo um manifesto.
Desafio: Vista um look que fale por você. Fashion Killa é sobre fazer história sem dizer uma palavra. Obrigatório para os 10’s o look se transforme em outro.
Dress code: Azul
A Era Roxa marca o auge da ballroom no Brasil — com maior visibilidade, prêmios em dinheiro e reconhecimento artístico. A performance é em cima do salto alto, onde técnica, resistência e elegância se encontram.
Inspiração: O salto transforma o corpo em manifesto. A cena brasileira tem se destacado com performances potentes, que misturam feminilidade, técnica e originalidade.
Referência de performer: Se inspire nas travestis e artistas da ballroom Brasil que abriram caminho trazendo para o palco performances cheias de identidade e presença.
Desafio: Para os 10´s traga movimentos icônicos inspirados nas Femme Queens da cena Brasileira.
Dress code: Roxo
Legendary Cunanny Willians
Savannah Williams, também conhecida como Cunanny Williams, tem 23 anos e é de São Paulo, nascida em Guarulhos. Sua jornada artística começou como poetisa marginal em sua cidade natal, destacando-se em slams e representando travestis negras na poesia. Conheceu o vogue no final de 2017 e, em 2019, entrou na cultura ballroom. Hoje, é reconhecida como Legendary Cunanny 007, e já ministrou aulas de Vogue Femme e Runway em mais de cinco estados do Brasil, além de ter viajado para o Chile e Peru para ensinar e ser jurada em balls.
Legendary Father Osasco Mutatis
Multiartista, formado em cinema, trabalha há 11 anos na área de pós-produção audiovisual, passando por mais de 45 projetos entre ficção e documentários. Destacam-se os trabalhos Manhãs de Setembro, Segunda Chamada e DNA do Crime. Faz parte da Ballroom desde março de 2017. Em junho de 2018 entrou para a Casa de Mutatis e em novembro de 2022 recebeu o título de Legendary pela contribuição a cena no estado. Na comunidade estuda a categoria Vogue Old Way e é responsável pela cobertura das balls para o YouTube da Ballroom São Paulo, com mais de 120 balls gravadas.
Trailblazer Mother Eduarda Kona Hands Up
Eduarda Kona Zion, também conhecida como Kona Zion, é uma figura proeminente na cena Ballroom brasileira. Ela é uma travesti, bailarina, professora e coreógrafa. Nascida e criada em Ceilândia, Brasília-DF, Eduarda é também produtora cultural, artista e pesquisadora nas áreas de gênero, sexualidade e racialidade através da dança. Ela é considerada uma das pioneiras/trailblazers da cena Ballroom no Brasil, tendo iniciado sua atuação no Centro-Oeste e expandindo para outros estados, fomentando bailes e organizações para o crescimento da cena. Eduarda Kona Zion é líder e Mother da primeira casa reconhecida dentro da cena Ballroom Brasil, a House of Hands Up, fundada em 2012 com capítulos em Brasília, São Paulo e Campo Grande, onde foi a primeira travesti "mother". Atualmente, ela é a "mother" da House of Zion no Brasil, que é o primeiro braço na América Latina da tradicional casa de Nova Iorque.
Trailblazer Pai Felix Pimenta - Host
Mother Aurora Abloh - Chanter
Princess Maia Caos Avalanx - Dj
Legendary Flip Couto - Mediador
Star Prince Peu Mutatis - Produtor Ballroom
Princess Diana Hands Up - Assistência Produção Ballroom
Menê Inpu Avalanx - Filmaker Ballroom
Quando
1/6/25, domingo, 15h
Onde
IMS Paulista
Térreo
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
Entrada gratuita
Espectadores
Entrada livre. Evento sujeito à lotação do espaço.
150 lugares em pé + 30 lugares sentados (público preferencial)
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Competidores
Pessoas que fazem parte da comunidade ballroom e que tenham interesse em caminhar/competir no baile.
Somente pessoas inscritas previamente poderão competir.
O credenciamento dos competidores será a partir das 12h, no térreo do IMS Paulista.
Os participantes devem chegar com pelo menos 1h de antecedência do início do baile.
De 30 de maio a 1 de junho, o IMS Paulista se transforma em um espaço pulsante para celebrar a cultura ballroom, ressaltando seu protagonismo no Brasil e nas diásporas.