O encontro Estéticas das periferias chega a sua 13ª edição em 2023. Realizado desde 2011, a trajetória do evento foi ininterrupta até aqui. Durante esse período, formou-se a rede que lhe dá sustentação política, formada atualmente por 52 coletivos. Uma articulação que preferimos chamar de grupo curatorial. E isso não é retórica. A partir dessa curadoria coletiva, o evento se torna participativo, descentralizado, territorializado e distributivo. Temos assim uma cadeia de efeito que revela o conceito por trás desse que se tornou uma das mais importantes mostras da arte e da cultura que é produzida nas bordas da metrópole paulistana.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
RODA DE CONVERSA
Sala de aula - 2º andar. Lugares limitados. Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento (1 senha por pessoa). Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais)
17h | Registrando nossa história: as mulheres da arte urbana na construção da Rede Graffiteiras BR
Com Ana Clara Marques, Carol Itza e Om - Tpm crew
O Graffiteiras BR é uma rede de mulheres graffiteiras/artistas urbanas que surgiu por necessidade do reconhecimento e fortalecimento das mulheres no graffiti e no espaço social-urbano. Ela se iniciou em meados de 2003 virtualmente, através de um grupo de e-mail. Ana Clara Marques, Fernanda Sunega e Marcela Zaroni encontraram-se na internet depois de anos pesquisando e tentando buscar mais mulheres na cena. Fundaram a Rede com o objetivo inicial de montar encontros e mostras de graffiti criados e geridos por mulheres. Nesta conversa todo o processo de construção da Rede Graffiteiras Br será apresentado de forma dialogada.
Ana Clara Marques
Grafiteira, educadora e socióloga, foi criadora da Crew Só Calcinha em 1997 e uma das fundadoras da Rede Latina Graffititeiras Br. Organizou encontros nacionais com mulheres artistas para registrar sua atuação em diversos estados. Participante do Grupo de Intervenção Feminista Maçãs Podres, em que realiza estudos de gênero e sexualidade. Também atua nas ruas e faz arte digital buscando ampliar as formas de acessar os conhecimentos referentes aos processos de opressão e misoginia.
Carolina Itzá
Grafiteira, educadora e artista visual, de ascendência asiática. Mora na periferia sul de São Paulo e iniciou sua trajetória fazendo pixação de bairro e tendo os primeiros contatos com o hip hop em oficinas na escola. Migrou para o graffiti com o fortalecimento da cena feminina e hoje transita entre diversas linguagens, instigando questionamentos sobre memória social, corporalidades e território. Integra a Rede Graffiteiras BR e Graffiti Mulher Cultura de Rua.
Om - TPM Crew
Nascida no Rio de Janeiro, autodidata, é uma das pioneiras do graffiti feminino na cidade. Seus trabalhos trazem formas delicadas e psicodélicas, além de letras de diferentes estilos. Em 2002 se junta ao TPM Crew, primeiro grupo de graffiti feminino carioca, um dos primeiros da América Latina, atuante há 23 anos. Participou de várias exposições, entre elas Estética da periferia (Centro Cultural Correios), Movimento periférico (Sesc RJ) e Fayga revisitada (Sesc Niterói). Já realizou trabalhos em países como Suíça, Espanha, França e Itália.
PINTURA AO AR LIVRE
Térreo. Grátis, entrada livre.
Durante o dia | Quebrada Inteira
Quebrada Inteira reúne mulheres de diferentes vertentes da arte de rua, que falam a partir de suas corpas-território, enunciando revides e abrindo caminhos. A manhã de pintura ao ar livre na Avenida Paulista, que reunirá dez artistas, é uma celebração do encontro de suas trajetórias na articulação contra o apagamento histórico. Posteriormente, as obras permanecerão no IMS para visitação do público.
Aline Lorenzon
Designer de moda, artista visual, artista-educadora e grafiteira. Residente em São Paulo, começou no graffiti em meados de 1997 e integra a crew TSC. Seu trabalho com letras engloba os estilos throw up e wildstyle. Também desenvolve personagens, sempre retratando a figura feminina.
Babi Lopes
Tem 26 anos, é artista visual, técnica em Artes Visuais e Design de Moda e estudante de História da Arte na Unifesp. Expressa afetos por meio de pinturas, graffiti, murais, ilustrações e esculturas. Sua pesquisa mais recente investiga as cosmovisões ancestrais sobre o tempo e a relação de pessoas negras com a memória e o passado. Fez projetos de ilustração para Museu das Favelas e Sesc. Compõe o time de ilustradores do blog Sou Ciência na Folha de S. Paulo e desenvolve projetos artísticos para o Canto Baobá.
Bonnie
Nascida e criada em Mauá, no ABC paulista, tem 39 anos, é mãe, marceneira sustentável, pintora residencial/comercial, muralista e artista de rua. Atuante no movimento hip hop desde muito jovem, utiliza as linguagens do graffiti e da pixação desde 2013 e vem aprimorando seus conhecimentos e técnicas para retomar territórios. Organiza desde 2018 o projeto Grapixurras das Minas, que reúne por cada edição mais de 120 mulheres pintando e despejando arte.
Caótica
Nascida em Juiz de Fora (MG), envolvida com graffiti desde a adolescência, vem aprendendo a experimentar e transitar entre mídias, meios e suportes. Explora a fluidez da linha, a compulsão de criar e todas as possibilidades sensíveis da vivência urbana. Entre a rua e a cozinha, a percepção de pequenos detalhes e a possibilidade de movimentar, criar, enxergar e pensar outros caminhos e novas fórmulas. Entre as relações, laços, trocas, soma e energia.
Carolina Itzá
Grafiteira, educadora e artista visual, de ascendência asiática. Mora na periferia sul de São Paulo e iniciou sua trajetória fazendo pixação de bairro e tendo os primeiros contatos com o hip hop em oficinas na escola. Migrou para o graffiti com o fortalecimento da cena feminina e hoje transita entre diversas linguagens, instigando questionamentos sobre memória social, corporalidades e território. Integra a Rede Graffiteiras BR e Graffiti Mulher Cultura de Rua.
Luíza Gancho
Artista urbana desde 2012, atuando coletivamente nos grupos Graffiti Mulher e Cultura de Rua e hoje se articulando com o Graffiteiras BR. Nas ruas, realizou graffitis em diferentes quebradas da cidade de São Paulo, além de ter pintado uma empena na Zona Leste em 2022. Seu mais recente trabalho foi um mural em homenagem ao Dia das Mães em Caeté (MG). Sua arte alude a imagens culturais da América Latina, ao universo das mulheres e a figuras orgânicas.
Nay HC
Artista-educadora, oficineira, tatuadora e mãe. Graduada em Artes Visuais e Pedagogia, ensina graffiti na Fundação Gol de Letra.
Negana
Artista visual, muralista e educadora, nascida em João Pessoa (PB) em 1988 e radicada em São Paulo. Seu trabalho tem influência da cultura e da estética preta, com ênfase na figura da mulher negra como elemento principal. Sua arte reflete questões sobre raízes e espiritualidade, com obras que evidenciam existências apagadas pelo padrão social, contribuindo para o empoderamento da comunidade negra e criando cenários de futuros possíveis.
Nenesurreal
Mulher negra, periférica, mãe, avó, artista visual, curadora, artesã, educadora social, escultora, pintora e graffiteira, criadora da grife NeneSurreal. Começou a trajetória artística em vivências diárias, tendo sido aprendiz de artesã com a avó. Hoje atua como multiplicadora, fazendo mulheres, crianças e adolescentes transformarem o aprendizado em geração de renda. Participou de exposições em instituições como Centro Cultural Banco do Brasil, Sesc, Casa da Imagem e Museu do Ipiranga e de eventos em Viena, na Áustria, como o Festival de Arte e Ativismo Wienwoch.
Veronica Nuvem
Designer gráfica, artista visual autodidata e graffiteira. Desde 2006 pesquisa usando linguagens da arte urbana, como stêncil, colagem e graffiti. Sua poética é norteada pela retomada de memórias originárias e tecida pela medicina subversiva do afeto entre mulheres. Idealizou dois mapeamentos no cenário da arte urbana, Graffiteiras Indígenas e Sapatão das Tintas, para visibilizar e fomentar a produção dessas artistas. Arte-educadora, já facilitou oficinas de graffiti para jovens em medida socioeducativa, eventos culturais, escolas e crianças e jovens de movimentos de direito à moradia.
RODA DE CONVERSA
Térreo. Grátis, entrada livre. Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais)
14h | Lançamento do livro do Slam do Prego
Com Monique Amora, MC Doeste, Vick VI e Nuel
Monique Amora
Atriz e arte-educadora, formada em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes e pós-graduanda em Teatro do Oprimido e Psicologia Social. Cofundadora e slammaster do Slam do Prego, é escritora e poeta, tendo participado de coletâneas e lançado o livreto Vermelho Amora. Formadora pelo Slam Interescolar, que ministra oficinas de Slam, poesia e escrita criativa em escolas, é também produtora cultural, contadora de histórias, batucadora e brincante de cultura popular.
MC Doeste
Artista e poeta de Guarulhos, tem 27 anos e é slammaster do Slam do Prego. Apresentador e organizador da batalha da Matriz, rapper da Fya House Recordz, colunista da revista Da Quebrada e integrante do Ganjah Posse Sound System, foi campeão da final do Slam Petisco em 2021. Realizou ciclo formativo do Slam da Guilhermina, participou do Sarau Plantar e lançou zines e livretos.
Vick VI
Poeta guarulhense, MC de batalhas de rima, rimadora do vagão, fotógrafa, criadora da marca Coffe, participa do Slam do Prego desde o final de 2021 como slammaster e fotógrafa. Foi campeã do Torneio Estética das Periferias com sua dupla Nuel. Esteve pela primeira vez no SLAM SP em 2021, chegando à semifinal. Em 2022 ficou em 3º lugar representando o Slam Bzola no SLAM SP e no Slam BR, e em 3º lugar no Slam Interescolar. Lançou seu livreto pela editora Aula Viva.
Nuel
Nascido em São Miguel e criado entre o Itaim Paulista e o bairro dos Pimentas na periferia de Guarulhos, é poeta-slammer, ator e estudante de Hstória na USP. Em 2022 foi campeão do Slam do Prego, que representou no SLAM SP até chegar à semifinal. Em 2023, representando o Slam Jazz, chegou ao estadual, foi campeão do Slam Interescolar, do torneio de Slam em dupla Estéticas das Periferias e do torneio de slam bilíngue do Cultura Inglesa Festival.
CAMPEONATO DE POESIA
Térreo. Grátis, entrada por ordem de chegada. Lugares limitados: 150 lugares em pé + 30 lugares sentados para público preferencial. Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais)
15h | VII Torneio dos Slams - Etapa Final
O Torneio dos Slams é um campeonato de poesia falada de times, organizado desde 2017 pelo encontro Estéticas das Periferias, da Ação Educativa, com curadoria de Emerson Alcalde. O evento não pretende reunir toda a cena de slam da cidade de São Paulo, mas mostrar um panorama da produção periférica através da poesia falada. A curadoria seleciona em média 10 comunidades de slam para se apresentarem coletivamente nas seletivas na Casa das Rosas e na final, que ocorrerá no IMS Paulista.
Quando
26 e 27/8/2023, sábado e domingo
Entrada gratuita
Verificar detalhes em cada atividade.
Onde
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
26/8 | 17h - Roda de conversa
Registrando nossa história: as mulheres da arte urbana na construção da Rede Graffiteiras BR
Sala de aula - 2º andar
Lugares limitados. Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento (1 senha por pessoa).
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
27/8 | Durante o dia - Pintura ao ar livre
Quebrada Inteira
Térreo. Grátis, entrada livre.
27/8 | 14h - Roda de conversa
Lançamento do livro do Slam do Prego
Térreo. Grátis, entrada livre.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais)
27/8 | 15h - Campeonato de poesia
VII Torneio dos Slams - Etapa Final
Térreo.
Grátis, entrada por ordem de chegada. Lugares limitados: 150 lugares em pé + 30 lugares sentados (público preferencial).
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais)