Criado em 2011, Estéticas das Periferias é uma realização da Ação Educativa que valoriza essas regiões como territórios de produção artística, cultural e de pensamento. Mais do que reconhecer seu papel social e político, o festival busca evidenciar a potência estética, simbólica e intelectual das periferias na construção de outras narrativas para a cidade.
Construído colaborativamente com mais de 50 coletivos culturais, o Estéticas mobiliza espaços nos quatro cantos da capital paulista, com uma programação diversa e descentralizada. Desde a primeira edição, já reuniu centenas de apresentações artísticas, rodas de conversa e intervenções culturais em mais de 150 espaços, com público estimado em mais de 60 mil pessoas.
Em 2025 chega à sua 15ª edição com o tema Nas batalhas do mundão, o palco é na quebrada, evocando os duelos cotidianos da vida e da arte nas quebradas. O evento é realizado com patrocínio do Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e conta com parceria institucional do Instituto Moreira Salles e do Sesc-SP. Integram também a rede de parcerias o Restaurante Mocotó, o Instituto Tambor e o Museu das Favelas.

Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).


10h às 12h | Oficina Pedagogia do Slam – A experiência do Slam Interescolar
Com Lucas Afonso, Cynthia Agra, Ricardo Nakanishi e Rakel
Como a poesia falada pode transformar a sala de aula em um espaço de escuta, expressão e protagonismo juvenil? Nesta oficina, parte do IX Torneio dos Slams – Estéticas das Periferias, mediadores compartilham vivências, metodologias e aprendizados do projeto Slam Interescolar SP, iniciativa do coletivo Slam da Guilhermina que atua em mais de 400 escolas públicas em todo o estado de São Paulo. Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura, o projeto aproxima jovens, em maioria de territórios periféricos, da leitura e da escrita por meio da poesia falada. Mais do que uma competição, o Slam Interescolar é um encontro de vozes e vivências, em que a educação se conecta com a arte e a dura realidade dos estudantes.
Como participar
Sala de aula - 2º andar.
Lugares limitados (40 vagas)
Distribuição de senhas 30 minutos antes do evento (1 senha por pessoa).
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Participantes
Lucas Afonso
MC, arte-educador com atuação em periferias e autor do livro A última folha do caderno. Campeão do Slam Brasil, representou o país na Copa do Mundo de Poesias, em Paris. No audiovisual, integrou o elenco de séries como Rotas do ódio, Sintonia, Irmandade e Da ponte pra lá, além de participações em filmes. Estreou como protagonista no curta RIXA, sendo premiado como Melhor Ator no Festival Curta Santos.
Cynthia Agra
Doutora em Linguística Aplicada pela Unicamp em cotutela com a Université Grenoble Alpes (França), é professora do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, atuando na graduação em Letras e na pós-graduação em Linguística Aplicada. Coordena o Grupo de Estudos em Didática da Literatura (CNPq). Em pós-doutorado na USP, desenvolveu a pesquisa premiada Slams nas escolas paulistas: letramentos literários, letramentos críticos e multiletramentos em cena. Seus principais interesses de pesquisa são didática da literatura, letramentos literários, formação de professores de literatura, letramentos críticos, multiletramentos e poetry slam na cena nacional e internacional.
Ricardo Nakanishi
Professor de História na rede municipal de educação de São Paulo, trabalha na Emef Hipólito José da Costa, no Jardim Fontális (Zona Norte). Participou do primeiro Slam Interescolar no Teatro Flávio Império e desde vem fazendo parte de todas as edições do projeto, contribuindo no lançamento de cinco livros de poemas de estudantes.
Rakel
Estudante em São Vicente, na Baixada Santista, cursando o primeiro ano do Ensino Médio integrado ao curso de eventos no Instituto Federal de Cubatão. Antes de ingressar no IF, estudou na EMEF Hipólito José da Costa.
15h às 19h | Torneio dos Slams (etapa eliminatória)
Com grupos de Slam
O Torneio dos Slams é um campeonato de poesias faladas de times com curadoria de Emerson Alcalde, do Slam da Guilhermina. Este evento não pretende reunir toda a cena brasileira de Slam, mas mostrar um panorama da produção periférica através da Poesia Falada (Spoken Word). A curadoria seleciona 10 comunidades de Slams para se apresentarem coletivamente.
Pela primeira vez, as cinco regiões do país foram contempladas pela curadoria, incluindo três cidades do interior paulista: Central de Slam, do Acre (Norte), Slam da Norte, de Sergipe (Nordeste), Slam do Céu, de Goiás (Centro-Oeste), Slam da Tinga, do Rio Grande do Sul (Sul), Slam da Cana, de Ribeirão Preto (SP), Slam do Gueto, de Marília (SP), Slam da Morada, de Araraquara (SP), Slam Fundão, de Guarulhos (SP), Slam USPerifa, da Zona Oeste de São Paulo (SP), e Slam São Mateus, da Zona Leste da capital (SP).
Como participar
Térreo
Grátis. Entrada livre
150 lugares em pé + 30 lugares sentados (público preferencial).
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Participantes
Slam da Tinga (Rio Grande do Sul)
Integrantes: Desd, Bruno Negrão e Dickel
Competição de poesia falada que ocorre desde 2017 na Restinga, bairro do extremo sul de Porto Alegre. Para participar, os poetas apresentam textos de autoria própria com duração de até 3 minutos. Não são permitidos acompanhamento musical, adereços e/ou figurinos. O evento é dividido em três etapas, e os jurados são escolhidos na hora. O grito do evento, antes de cada apresentação, é “Poesia salva vidas”. O Slam da Tinga busca ampliar o acesso à cultura e arte em uma das regiões mais marginalizadas de Porto Alegre, trazendo a poesia como alternativa para a violência e o preconceito. Os campeonatos de poesia falada surgem como um espaço democrático e acessível para jovens escritores e artistas da juventude negra e periférica do Rio Grande do Sul.
Central de Slam (Acre)
Integrantes: MB, Natidepoesia e Medusa
Coletivo de produção independente com trabalho voltado à poesia marginal, organiza o circuito anual do campeonato de poesia falada do Acre. Atua também com formações, oficinas, workshops, pocket shows, performances e produção de livros, zines e materiais relacionados à poesia.
Slam do Céu (Goiás)
Integrantes: Kaliedóscopica, Mano Dáblio, Sky Blue
Evento literário e poético criado em fevereiro de 2022 pelo rapper e poeta Sky Blue com artistas e parceiros na comunidade do Céu Azul, busca ocupar espaços públicos com poesia falada, abordando temas diversos por meio da oralidade e da expressão marginal. Em uma região marcada por ausência de políticas culturais, aumento da violência e do tráfico, o Slam surge como ferramenta de transformação social, resgate cultural e fortalecimento da identidade local. O projeto acredita no poder da arte e da poesia como forma de empoderamento, melhora da saúde mental e promoção de qualidade de vida. Além das batalhas de poesia, promove outras atividades culturais como música, graffiti, dança, skate, artesanato e educação ambiental, fomentando a cultura criativa e o protagonismo da comunidade valparaisense.
Slam da Norte (Sergipe)
Integrantes: Yala e Anne Souza
Com curadoria das slammasters Anne Souza e Yala Souza, une arte, inclusão e território celebrando a força das escrevivências periféricas e transformando o espaço urbano em território de voz e resistência. Realizado sob a ponte Aracaju/Barra, foi a primeira competição de poesia falada de Sergipe a promover inclusão por meio da interpretação em Libras.
Slam do Gueto (Marília, SP)
Integrantes: Welynton Biju, Saulo Tobias, Malu Fialho
Batalha de Poesia Falada que acontece desde 2024 na periferia da Zona Norte de Marília e em outros territórios periféricos e de resistência, fomentando poesia, leitura e literatura periférica/marginal. Já recebeu nomes como Sérgio Vaz, Matriarcak e Renan Inquérito. Participou da FLIM – Feira Literária de Marília, e participará pela segunda vez do Slam Sp. Seu grito de guerra é "Caneta, poesia e periferia... Slam do Gueto!".
Slam da Cana (Ribeirão Preto, SP)
Integrantes: Psiul, Paína e Luh do Click
Realizado desde 2018, com mais de 100 edições e 5 participações no Slam SP, busca ressaltar a produção poética rica e profícua de sua região, e saudar aqueles que vivem e viveram derrubando cana. Seu grito de guerra é "Palavras feito facão, versos em fração. Poesia! Façam!"
Slam da Morada (Araraquara, SP)
Integrantes: bíAtr0z, Klebão e Poeta Sofi
Desde 2024 promove batalhas de poesia e saraus nas praças de Araraquara, além de organizar eventos formativos e de discussão. Atua também em parceria com outros espaços culturais e educacionais, semeando arte como prática revolucionária.
Slam Fundão (Guarulhos, SP)
Integrantes: Madruga, Vick Vi e M3
Nascido com o objetivo de democratizar o acesso à cultura, arte e poesia na periferia de Guarulhos por meio das batalhas de poesia. As edições mensais ocorrem na Praça Estrela, no bairro da Cidade Soberana.
SLAM USPERIFA (São Paulo – SP)
Integrantes: Bololo, Katryna e Naia Curumin
Criado em 2018 por Midria, Ygor e Nuno, estudantes de Ciências Sociais na USP, para dar boas-vindas aos primeires alunes cotistas da maior universidade da América Latina e trazer uma experiência na semana da calourada que não fosse elitista, mas preta e periférica, assim como esses estudantes. Após as primeiras apresentações, realizou parcerias com escolas da região e coletivos negros da universidade para suas edições mensais. Hoje está presente em vários institutos da USP, ocupando espaços antes negados.
Slam São Mateus (São Paulo, SP)
Integrantes: Comunista, Mileny e Lou Coala
Fundado em 2023, é um coletivo de artistas, poetas e educadores jovens do extremo leste da cidade de São Paulo, surgido no CPA a partir da influência do Sarau do Vale e dos movimentos de base do território. Busca fomentar cultura, arte e criticidade promovendo batalhas de poesias autorais e alcançando um público diverso, de jovens a adultos de várias regiões do Estado. Além das batalhas, também está presente em escolas, saraus e outros espaços culturais. No último sábado de cada mês, promove o Slam São Mateus, de poesias longas, e o Slam Pratinha, de poesias curtas.
14h às 15h | Debate Conexões Slam e Batalhas de Rima
Com Anne Souza, Mano Dáblio, Deds, Natidepoesia e VickVi
Neste encontro, poetas/MCs que participarão do Torneio discutem semelhanças e diferenças entre essas duas práticas, suas dinâmicas próprias e como ambas contribuem para a formação cultural, política e identitária da juventude periférica. Uma conversa sobre linguagem, estética e resistência, onde a palavra é arma, escudo e ponte.
O tradicional Torneio dos Slams, também parte da programação, já é por si só uma batalha — de poesia falada. Mas muitos slammers também transitam pelas batalhas de rima (freestyle), revelando uma intersecção potente entre essas linguagens.
O debate se insere no tema de 2025, Batalha, com foco nas diversas formas de embate simbólico e artístico presentes nas periferias. Ao longo dos anos, já foram abordados temas como culturas indígena e nordestina, mulher negra e Ballroom.
Como participar
Térreo
Grátis. Entrada livre
150 lugares em pé + 30 lugares sentados (público preferencial).
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Participantes
Anne Souza
Poeta, educadora social e produtora cultural. Graduada em Letras pela UFS e pós-graduada em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura. É slammaster do Slam da Norte e do Slam de Duplas Aracaju. Coordena o Projeto Educacional Sankofa e integra o coletivo Engrenagem.
Mano Dáblio
Ator, rapper, poeta, slammer e produtor, atua em teatro, cinema e Hip Hop, com ênfase em acessibilidade cultural. Negro, LGBTQIAP+ e pessoa com deficiência, recebeu o Prêmio Profissionais da Música (2020/21) e o Prêmio Cultura Viva (2018), além de ser idealizador do Surdo Cinema. Pioneiro em usar Libras como linguagem estética em obras, integra o projeto musical TRANÇA.
Deds
Multiartista residente em Porto Alegre, atua desde 2017 como MC, poeta, slammaster, educador social e produtor cultural. Um dos idealizadores do coletivo Poetas Vivos, do grupo Síganus e do Slam da Tinga, foi campeão do Slam Nacional em Duplas em 2018 e do Torneio dos Slams: Estética das Periferias em 2020. Já participou de grandes eventos literários e festivais de Hip Hop.
Natidepoesia
Mulher preta, acreana, poeta marginal, escritora, slammer, performer, arte-educadora, oficineira na área de escrita criativa/corpo voz e expressão, grafiteira, comunicadora e produtora cultural.
VickVi
Artista independente de Guarulhos, atua em batalhas de rima em várias regiões do país. No Slam, apresenta textos baseados em sua vivência, enquanto no teatro experimenta outras realidades. Já venceu o Interestadual Feminino de Freestyle e é bicampeã do Torneio dos Slams.
15h às 19h | Torneio dos Slams (grande final)
Com grupos de Slam
Como participar
Térreo
Grátis. Entrada livre
150 lugares em pé + 30 lugares sentados (público preferencial).
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Quando
30/8 e 31/8/2025, sábado e domingo
Entrada gratuita
Verificar detalhes em cada atividade
Onde
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
