Conversa
Com Aparecida Vilaça e Luiz Eduardo Soares. Mediação de Paulo Roberto Pires
Quando
19 de novembro de 2019, terça, às 18h
Entrada gratuita
Lugares limitados. Mais informações em Como participar.
Livraria Leonardo da Vinci
Av. Rio Branco, 185
Subsolo - Centro
Rio de Janeiro/RJ
A revista de ensaios do IMS promove uma conversa sobre autoritarismo, violência e o ataque às populações indígenas com dois colaboradores da seção “9 perguntas para o Brasil de hoje”, publicada na serrote #33: a antropóloga Aparecida Vilaça (“Por que os índios são um alvo?”) e o cientista social Luiz Eduardo Soares (“Quem precisa de armas?”).
serrote #33
Publicação: Novembro de 2019
224 páginas
R$ 48,50
Quando
19 de novembro de 2019, terça, às 18h.
Livraria Leonardo da Vinci
Av. Rio Branco, 185
Subsolo - Centro
Rio de Janeiro/RJ
Entrada gratuita, por ordem de chegada, sujeita à lotação.
Aparecida Vilaça (1958) é antropóloga e professora do Museu Nacional da UFRJ. Por mais de 30 anos estudou os Wari’, povo indígena que vive em Rondônia. É autora de Comendo como gente, Quem somos nós – Os Wari’ encontram os brancos e Strange enemies: Indigenous Agency and Scenes of Encounters in Amazonia, este último inédito no Brasil. Em 2018 lançou o relato autobiográfico Paletó e eu – Memórias de meu pai indígena (Todavia).
Luiz Eduardo Soares (1954) é cientista social e antropólogo. Especializado em questões de segurança pública, foi Secretário Nacional de Segurança pública no primeiro governo Lula. É autor, dentre outros, de Rio de Janeiro – Histórias de vida e morte (Companhia das Letras), Desmilitarizar - Segurança pública e direitos humanos (Boitempo) e O Brasil e seu duplo (Todavia.)
Paulo Roberto Pires é editor da revista serrote.
Este número traz a seção especial “9 perguntas para o Brasil de hoje”, na qual nove intelectuais refletem sobre questões cruciais no país, da proliferação da violência ao silêncio dos escritores diante do autoritarismo.
A psicanalista Maria Rita Kehl analisa as origens do ressentimento que aflora na política. Baseada em sua experiência, a escritora Lola Aronovich trata da disseminação dos discursos de ódio na internet. Adilson José Moreira escreve sobre o humor racista, enquanto o escritor João Silvério Trevisan analisa as ameaças aos direitos LGBTQ. Aparecida Vilaça, por sua vez, trata da perseguição aos grupos indígenas.
Ainda nesta seção, o sociólogo Ricardo Antunes reflete sobre a história dos direitos trabalhistas no país. Luiz Eduardo Soares trata do incentivo ao armamento da população. Juliana Borges discute o encarceramento em massa. O romancista Milton Hatoum reflete sobre o papel do escritor em tempos de opressão.
Esta edição traz também um trecho do novo livro do filósofo francês Georges Didi-Huberman, Desejar desobedecer, inédito no Brasil. O intelectual trata dos sentimentos de revolta que provocaram levantes populares no passado e no presente, comparando-os aos movimentos do oceano. “A história é um mar: forma de dizer que, nela, a agitação nunca tem fim. Ou melhor, que ela é, incessantemente, agitação”, escreve.
Outro destaque é o ensaio da escritora jamaicana Claudia Rankine, radicada nos EUA. Autora do premiado livro de poemas-ensaios Cidadã, ela narra neste texto suas tentativas de questionar homens brancos sobre seus privilégios. “Imaginei a mim mesma – uma mulher negra de meia-idade – caminhando em direção a estranhos e fazendo tal pergunta. Será que reagiriam como o capitão de polícia em Plainfield, no estado de Indiana, quando sua colega, durante um treinamento de diversidade, disse que ele se beneficiava do ‘privilégio do homem branco’? Ele ficou furioso e a acusou de cometer calúnia racial. Eu também seria acusada?”
As reações às demandas identitárias também são abordadas por Lucía Lijtmaer, no livro Ofendidinhos, que a serrote publica na íntegra. A escritora argentina, radicada na Espanha, trata da criminalização e perseguição de militantes ao redor do mundo. Segundo ela, ao desqualificarem movimentos sociais e identitários como simples queixa ou mimimi, os conservadores demonizam o protesto e colaboram para o avanço do obscurantismo e do fascismo.
A serrote #33 publica também uma seleção da correspondência entre os filósofos alemães Hannah Arendt e Gershom Scholem. Nas cartas, de 1963, eles discutem as teses defendidas por Arendt no clássico Eichmann em Jerusalém, principalmente sua teoria sobre a “banalidade do mal”. O debate acalorado viria a provocar o rompimento dos dois.
Este número traz ainda “Uma visita a Montaigne”, uma passagem dos diários de Virginia Woolf. A escritora inglesa descreve a viagem que ela e o marido fizeram ao interior da França, em 1931, para conhecer a torre onde viveu e trabalhou o filósofo Michel de Montaigne, considerado o inventor do ensaio.
Episódio central na história brasileira, a Guerra de Canudos é o tema de dois ensaios da revista. Hélio de Seixas Guimarães, professor de literatura, escreve sobre como Machado de Assis e Olavo Bilac expressaram visões distintas sobre o conflito antes da publicação de Os sertões. Já o pesquisador Carlos Augusto Calil examina o choque de Euclides da Cunha diante do massacre promovido pelo governo contra os sertanejos.
A serrote #33 também publica um ensaio visual da artista Vânia Mignone, além de trabalhos de Antonio Obá, que assina a ilustração da capa, Eva Hesse, Fabrício Lopez, Mel Bochner e Robert Longo.
O lançamento da revista serrote #33 no IMS Paulista acontece dia 5 de dezembro de 2019, às 19h.